Sindicato
acusa administração da TST de pressão
A Federação dos Sindicatos de Transportes e
Comunicações (Fectrans) fala de uma "grande adesão" na greve da
Carris. A sul, o Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM), que convocou a greve
dos trabalhadores dos Transportes Sul do Tejo, estimou em cerca de 75 por cento
a adesão dos motoristas à paralisação, na véspera e dia de Natal.
Motoristas da TST voltam a parar na véspera e dia de Ano Novo |
Em greve na terça-feira, após as 18 horas, e durante
todo o dia de Natal, a TST (Transportes Sul do Tejo), dificultou a vida a quem
quis se deslocar no Distrito de Setúbal. De acordo com o Sindicato Nacional dos
Motoristas (SNM), houve cerca de 75 por cento a adesão dos motoristas à
paralisação, "apesar das pressões" da empresa. "A percentagem
[de adesão] é elevadíssima, apesar das pressões que têm existido por parte da
empresa aos associados do SNM. A empresa está a obrigar os trabalhadores a
ficarem em casa, a vedar-lhes o direito ao trabalho, alegadamente por estarem
em descansos compensatórios", disse à Lusa Manuel Oliveira, do SNM"Isto
é uma falácia, porque a empresa já deveria ter concedido estes créditos aos
trabalhadores e não concedeu. A TST está a usar este tipo de artifício para
tentar desmobilizar os trabalhadores da greve", disse.
O sindicalista explicou que, desde que o Código do
Trabalho prevê a atribuição de um dia de descanso compensatório por cada 32
horas de trabalho extraordinário, essa norma nunca foi aplicada pela empresa
aos trabalhadores, o que motivou um processo judicial do sindicato contra a
TST.
Manuel Oliveira acrescentou que "esta
imposição" de descanso compensatório na TST motivou um forte
descontentamento entre os trabalhadores, que na terça-feira levou mesmo à
concentração de cerca de 20 motoristas frente à sede da empresa, em Almada, em
protesto. "Não estiveram mais por causa da intempérie", afirmou o
sindicalista.
Os motoristas da TST voltam a parar a 31 de Dezembro e
1 de Janeiro. A greve nos TST foi justificada pelo sindicato dos motoristas
como a forma que os trabalhadores encontraram para se "manifestarem pelo
facto de serem ignorados pela empresa".
A Lusa contactou a TST, mas não foi possível obter
qualquer reacção.
Carris em serviços mínimos
Manuel Leal, da Fectrans, não quis avançar números
concretos da greve na Carris porque “essa guerra com o conselho de
administração da Carris não adianta”, e disse que vai ainda ser ponderado com
os órgãos representativos dos trabalhadores a eventual divulgação de
percentagens de adesão à paralisação no final da greve. As carreiras, “de
forma geral”, funcionaram apenas em serviços mínimos, avançou à Lusa.
Segundo o sindicalista, as paralisações nos autocarros
de Lisboa ocorrem como protesto contra o Orçamento do Estado para 2014 e os
cortes nos salários aos trabalhadores. Estes estão em greve ao longo de todo o
dia e voltam a parar a 31 de Dezembro e a 1 de Janeiro.
Apesar de ainda se aguardar a definição dos serviços
mínimos para o primeiro dia do ano de 2014, a Carris já informou que vão ser
assegurados metade das seguintes carreiras: 703, 708, 735, 736, 738 742, 751,
755, 758, 760, 767.
Apenas no dia 31 está ainda garantida metade do
funcionamento das carreiras 781 e da rede da madrugada. A Lusa tentou contactar
a Carris para saber quais os números da empresa relativos à adesão à greve, mas
tal não foi possível.
Agência
de Notícias
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