Mar do Meco arrastou sete jovens esta madrugada

Jovens estariam na zona da rebentação na praia do Meco  

Sete jovens estudantes universitários que estavam junto ao mar na Aldeia da Praia do Meco, em Sesimbra, na madrugada deste domingo, foram arrastados por uma onda. Do grupo, com idades compreendidas entre 21 e 25 anos, um elemento já foi declarado morto, cinco estão desaparecidos - quatro raparigas e um rapaz, todos da zona de Lisboa -  e um outro rapaz conseguiu salvar-se e pedir socorro.

Cinco jovens continuam desaparecidos no Meco, em Sesimbra

O grupo de sete jovens, na casa dos 20 anos, estava na praia de Moinho de Baixo, no Meco, à beira do mar. O grupo estaria “na zona de rebentação quando foi arrastado”, disse o comandante Carlos Lopes da Costa, capitão dos Portos de Setúbal e Sesimbra, da Autoridade Marítima Nacional, que está à frente das operações de resgate.
Um dos jovens conseguiu nadar e salvar-se sozinho, que será de Lisboa, e deu o alerta à 1h30, a partir do seu telemóvel, que estava dentro de uma bolsa. O homem foi transportado posteriormente para o Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Às seis da manhã, as equipas resgataram o corpo de um outro jovem de sexo masculino que pertencia ao grupo, de acordo com Francisco Luís, vereador da Protecção Civil da Câmara de Sesimbra. O corpo estava a 400 metros do local onde os jovens foram apanhados pela onda. “A ondulação estava e mantém-se forte na zona de rebentação”, disse o comandante. Os restantes cinco jovens, quatro mulheres e um homem, permanecem desaparecidos, têm entre 21 e 25 anos.

Mar perigoso nesta altura do ano
Os jovens eram na maioria da Universidade Lusófona de Lisboa, segundo o comandante Carlos Lopes da Costa. O grupo tinha alugado uma casa em Alfarim, uma aldeia próxima, para passar o fim-de-semana. À noite, os sete vieram a pé de Alfarim até à praia e estavam sentados à beira-mar quando foram arrastados pelas ondas.
“Temos sempre esperança de encontrar alguém vivo”, disse Carlos Lopes da Costa. As buscas estão a ser feitas numa área que se estende entre “uma milha a norte do acidente e duas a três milhas a sul”, disse o comandante.
Tendo em conta o tempo que já se passou desde o acidente e as correntes marítimas do mar naquela região, o mais provável é que os jovens tenham sido levados para sul, dizem os moradores do local que conhecem, como ninguém, a fúria do mar por esta época no Meco.
 “Esta é uma atitude completamente irresponsável por parte destes jovens. Até no verão esta zona é bastante perigosa de noite e nesta altura do ano é altamente mortal para quem desafiar o mar tão perto”, diz um morador da zona.
O responsável pela Protecção Civil de Sesimbra adiantou ainda que "é muito fácil ser surpreendido pela rebentação das ondas na praia do Meco, principalmente durante a noite. O mar pode parecer que está chão durante quatro ou cinco minutos e, de repente, podem aparecer duas ou três ondas muito grandes e surpreender quem está à beira mar", explicou Francisco Luís.

Dificuldade em contactar famílias
Jovens estariam à beira praia nesta madrugada de domingo
O jovem que foi para o hospital já teve alta, é de Campo de Ourique, em Lisboa, e está com um psicólogo do INEM na casa de Alfarim a tentar entrar em contacto com os familiares dos desaparecidos. O sobrevivente já esteve a prestar declarações à Polícia Marítima, disse à Lusa o vereador da Protecção Civil Municipal de Sesimbra.
A Protecção Civil montou uma tenda para receber os familiares das vítimas e há uma equipa de psicólogos pronta para dar apoio. Alguns dos familiares já terão chegado ao local. Mas outras ainda não foram contactadas. A capitania do porto de Setúbal e Sesimbra teve algumas dificuldades em localizar os familiares dos desaparecidos e do jovem resgatado do mar sem vida, uma vez que o rapaz que sobreviveu conhecia apenas os colegas da faculdade, mas não as suas famílias.
Sabe-se para já que algumas das vítimas serão alunas da Universidade Lusófona.
Segundo o vereador da Proteção Civil de Sesimbra “estão disponíveis para prestar apoio psicológico dois psicólogos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e um outro dos Bombeiros”.
Segundo Francisco Luís, os jovens encontravam-se no Meco a passar o fim de semana.
De acordo com o site da Autoridade Nacional de Proteção Civil, o alerta foi dado às 2h25, tendo-se iniciado as buscas às 2h47 e instalado o posto de comando operacional na Praia da Aldeia do Meco às 4h50.

Presidente da câmara de Sesimbra sem memória de acidente igual
O presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, não tem memória de um acidente idêntico ao que ocorreu este domingo de madrugada, na Praia do Meco.
"Sabemos que o mar na Praia do Meco é perigoso, que muitas vezes temos bandeira amarela e bandeira vermelha, mas é a primeira vez que há um acidente deste género", disse aos jornalistas o autarca sesimbrense, que se deslocou ao local.
Segundo Augusto Pólvora, nenhum dos sete jovens surpreendidos pela onda é da região de Sesimbra e pelo menos alguns deles frequentavam a Universidade Lusófona de Lisboa.
No local estão os bombeiros e Proteção Civil de Sesimbra, a Polícia Marítima, GNR, INEM, um helicóptero da Força Aérea, 18 veículos terrestres, duas embarcações e Serviço Municipal, avançou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal. Ao todo estão cerca de 40 operacionais envolvidos nas buscas.

Agência de Notícias 
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