Meninos pedem
brinquedos e empregos para os pais
O Pai Natal Solidário é uma iniciativa dos CTT. Até
6 de Janeiro qualquer pessoa pode fazer com que crianças apoiadas por 49
instituições tenham a prenda que pediram. Elas pedem a “Nancy” e a “Princesa
Sofia”. Eles preferem carrinhos,
tablets e smartphones. Mas há quem apenas peça ao Pai Natal “uma camisola
quentinha” ou um simples “emprego para o pai”. Ainda há meninos à espera.
Pai Natal já está a caminho para oferecer milhares de presentes |
A Nancy está na moda. A Diana, de
cinco anos, quer uma e muitas outras meninas também. Os Beyblades continuam a
encher as medidas a muitas crianças – o Rafael, o Nuno e o Miguel são alguns
dos meninos que os inscreveram na lista de desejos para este Natal. Até ao
final da semana, estas e outras crianças continuavam à espera que um benfeitor
anónimo clicasse em "Apadrinhar a Carta", colocada junto ao seu
pedido, na página do Pai Natal Solidário na Internet, uma iniciativa dos CTT –
Correios de Portugal que há cinco anos anda a concretizar os desejos natalícios
de crianças institucionalizadas ou carenciadas.
Este último será, provavelmente, dos
poucos desejos que os CTT não conseguirão satisfazer. Os brinquedos, por outro
lado, antes ou depois do dia de Natal, devem chegar às mãos das crianças.
"Esta iniciativa tem uma coisa muito importante e inovadora – nem a
criança sabe quem é o padrinho nem o padrinho sabe quem é a criança. As pessoas
dão pelo simples gesto de dar e a experiência que temos é que o povo português
é solidário", diz Miguel Salema Garção.
Até ao final da semana passada, mais
de 50 por cento das 1832 cartas inscritas no Pai Natal Solidário já tinham sido
apadrinhadas. Mas vários meninos ainda continuavam à espera de alguém que
quisesse oferecer-lhe o presente mais desejado.
A noite e o dia de Natal podem passar
sem que a prenda sonhada apareça, mas a iniciativa mantém-se activa até 6 de
Janeiro, dia de Reis, e a experiência do gestor do projecto é que ninguém fica
esquecido. Mesmo quando o que está em causa são presentes mais caros, como
equipamentos electrónicos ou de telecomunicações. Há empresas que dão uma ajuda
e os funcionários dos CTT também participam. "Os presentes mais caros
também costumam ser apadrinhados e, normalmente, até é dentro dos CTT. Cada um
dos funcionários das diferentes direcções da empresa contribui com o que quiser
e consegue-se. A minha direcção apadrinhou quatro cartas e tentamos sempre ir
aos presentes mais caros. Além disso, há algumas empresas que nos contactam,
porque têm grupos de trabalhadores que querem apadrinha", o gestor dos
Correios de Portugal.
Faça uma criança feliz...
Os pedidos que ainda não foram
apadrinhados podem ser encontrados online (painatalsolidario.ctt.pt) ou em
lojas seleccionadas dos CTT (também identificadas na página da Internet). Assim
que seleccionar a carta ou cartas que lhe interessam, esta fica
"reservada", durante três dias úteis, o tempo para que possa adquirir
a prenda escolhida e entregá-la nos Correios.
Não vale a pena embrulhar o presente –
os CTT oferecem o embrulho e o transporte até à instituição e, se chegar a uma
estação de Correios com o presente embrulhado, este será desfeito, para
verificar se o que está lá dentro corresponde, de facto, ao brinquedo
solicitado.
Depois, é deixar tudo nas mãos dos
CTT. Eles farão chegar o presente à criança que o pediu, através da instituição
que a representa. E na noite de Natal ou noutro dia qualquer, o menino ou a
menina que apadrinhou há-de arregalar os olhos de alegria, como qualquer outra
criança, porque a Nancy saltou do embrulho. Ou o Beyblade. Ou o helicóptero
telecomandado. Ou o carrinho. Ou até uma camisola quentinha.
185 mil cartas para o Pólo Norte...
Correios portugueses recebem milhares de cartas para o Pai Natal |
Aos CTT chegam, anualmente, milhares de outras cartas dirigidas ao Pai Natal.
São escritas, sobretudo, pelas crianças das escolas e são "as únicas que
circulam na rede dos Correios sem selo", explica Miguel Salema Garção.
Basta que estejam dirigidas ao Pai Natal (seja no Pólo Norte, Atrás da Estrela
Polar ou em qualquer outro lado em que ele se possa esconder), e vão parar
direitinhas às mãos das 12 pessoas que, nesta época, se dedicam especificamente
a estas cartas e às do Pai Natal Solidário.
As cartas ao Pai Natal, que partem das
escolas ou de qualquer casa em que exista uma criança, chegaram às 185 mil, no
ano passado. A expectativa dos CTT é que, este ano, o número seja o mesmo.
"Estas cartas são também um incentivo à escrita, ao desenvolvimento da
Língua Portuguesa e acaba por ser um contributo junto do target mais jovem para
o que é a simbologia da escrita. Eu diria que 99 por cento delas são muito
parecidas, com os pedidos habituais, mas também há as que pedem saúde para os
avós ou para os pais", diz o responsável.
Ao contrário do Pai Natal Solidário,
os pedidos destes meninos não serão satisfeitos pelos CTT, mas fica pelo menos
uma garantia. "Todas as cartas recebem uma resposta do Pai Natal e um
gift", diz Miguel Salema Garção. E o que é? "Isso não digo, senão os
meninos ficavam a saber...” E a surpresa ainda é o melhor presente para as
crianças!
Agência
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