Barreiro em estudo como alternativa à Trafaria

Câmara do Barreiro disponível para receber terminal contentores 

A Câmara do Barreiro está disponível para receber infra-estrutura. A Administração do Porto de Lisboa tem estado a estudar esta localização. A possibilidade de construção do futuro porto de águas profundas da região de Lisboa no Barreiro está a ser estudada, como a alternativa ao projecto da Trafaria, em Almada, que o Governo já deixou cair... embora ainda não seja oficial. 

Barreiro quer receber contentores do Porto de Lisboa 

Quase um ano depois de ter anunciado a transferência dos contentores para a Trafaria, o Governo está a aguardar pelas conclusões do grupo de trabalho nomeado para estudar os investimentos prioritários em infra-estruturas para tomar decisões sobre este dossier. A acesa contestação ao projecto, que também se fez sentir dentro dos partidos que sustentam a maioria, obrigou o executivo a abrandar e a procurar consensos sobre as alternativas ao esgotamento de capacidade no estuário do Tejo. O relatório do grupo de trabalho, criado no final de Agosto pelo secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, deverá ser divulgado até ao final deste mês, enviado para o Parlamento e disponibilizado para consulta pública. De entre as áreas em análise, encontra-se o sector portuário e os novos terminais de contentores. Será com base nas conclusões sobre estes temas que o Governo pretende relançar o debate sobre o transporte de mercadorias na capital. 
A contestação não se fez esperar, chegando de forma mais vincada dos partidos da oposição e da autarquia de Almada. Mas também dentro do PSD e do CDS houve quem se manifestasse contra a ideia. As principais críticas estão relacionadas com a viabilidade económica do terminal, a proximidade ao porto de Sines, preocupações ambientais e o impacto negativo nos projectos que já existiam para a zona da Trafaria, previstos no Plano Director do município, e que apostavam numa vertente de requalificação urbana e turística.
No entanto, e apesar de o projecto estar a ser dado como abandonado, não há ainda uma posição oficial do Governo. Joaquim Judas, presidente da Câmara de Almada, critica “a actual indecisão paralisante”, pelo facto de a autarquia não saber ainda se a transferência dos contentores para a margem Sul não sairá do papel. “No caso de se ter reorientado a intenção, é preciso definir o que será feito naquela área. É preciso que seja esclarecido para se poder avançar com outros projectos”, afirmou.

Barreiro à espera 
O concelho do Barreiro deverá ser a alternativa para a construção de um porto de águas profundas na Região de Lisboa, pondo um ponto final na hipótese da Trafaria. O autarca do Barreiro, Carlos Humberto, manifestou-se ontem satisfeito com a hipótese. 
"É um projeto que me agrada e do que conheço é das principais prioridades. Claro que mantenho alguma reserva até avançar, pois já quando foi a Terceira Travessia do Tejo disse que só ficava descansado quando os pilares estivessem construídos, declarou o autarca.
A Terceira Travessia ficou, assim, suspensa, mas, agora, os estudos da Administração do Porto de Lisboa  podem levar a um investimento de 600 milhões de euros no Barreiro, a partir de 2016.
Apesar do aparente recuo face ao plano anunciado há quase um ano, o Governo continua decidido a encontrar uma solução para o transporte de mercadorias no Tejo, porque considera que a capacidade actual não será suficiente para dar resposta à esperada subida do movimento portuário por via de contentores. Mas a discussão sobre alternativas, como é o caso do Barreiro, só começará a ser feita quando forem conhecidas as conclusões do grupo de trabalho, que é presidido por José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa.
Em Fevereiro do ano passado, o executivo anunciou, numa cerimónia que contou com a presença de três ministros e de três secretários de Estado, um plano de reestruturação portuária em Lisboa que dava como certa a transferência dos contentores para a margem Sul, uma ideia que já é discutida há mais de 30 anos. O projecto, avaliado em 1000 milhões de euros (80 por cento a suportar por privados), foi apresentado como urgente, pelo que o concurso decorreria ainda em 2013, a par da concessão do terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, que foi adjudicada provisoriamente na semana passada, e da marina de Pedrouços, ambos em Lisboa.

Agência de Notícias
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