Luísa Todi, a diva do Sado, a voz do mundo
A importância de
manter viva a memória das grandes figuras de Setúbal foi destacada ontem de manhã
numa evocação que assinalou os 261 anos do nascimento da cantora lírica Luísa
Todi.
Autarcas e cidadãos homenagearam a maior cantora lírica portuguesa |
Numa cerimónia de
deposição de flores na glorieta dedicada à cantora, na Avenida Luísa Todi, a autarquia
sadina e a LASA – Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão prestaram uma homenagem
que evocou a vida da diva setubalense, nascida a 9 de Janeiro de 1753.
O vereador da Cultura
da Autarquia, Pedro Pina, sublinhou que estas homenagens “dão valor e
significado” à identidade cultural de Setúbal, para reforçou que é “importante
que as gerações mais novas perpetuem a memória das grandes personalidades
culturais da cidade”.
Pedro Pina, ao
destacar que “a cultura tem um lugar efetivo” no quotidiano e na vida
setubalense, com a dinamização de programas e iniciativas para todos os
públicos, vincou que a câmara de Setúbal “tudo fará para manter o nível de atividades
culturais” dos últimos anos.
Na cerimónia de
deposição de flores, o presidente da LASA, Luís Machado Luciano, salientou
igualmente a importância do “ato simbólico”, um momento em que se “recorda a
memória de quem engrandeceu a cultura em Setúbal”.
O responsável daquela
instituição falou ainda na relevância de dar a conhecer aos munícipes,
sobretudo aos das gerações mais novas, as grandes figuras culturais da cidade.
“É importante que o ensino tenha esta preocupação e englobe também esta
vertente”, concluiu.
Quem foi Luísa Todi
Luísa Todi nasceu em Setúbal há 261 anos |
Luísa Todi, uma das
maiores cantoras líricas europeias do século XVIII, nasceu em Setúbal a 9 de Janeiro
de 1753, na atual Rua da Brasileira, mudando-se para Lisboa ainda de tenra
idade.
Luísa Rosa de Aguiar,
nome de solteira, estreou-se, como atriz, em 1767 ou 1768, no teatro montado na
propriedade do Conde de Soure, em Lisboa, recitando, com a irmã, as falas das
personagens de Tartufo, de Molière. Aqui, conheceu Francesco Saverio Todi,
violinista de origem italiana, com quem veio a casar a 28 de julho de 1769, com
apenas 16 anos.
Um ano após o
casamento, atuou no mesmo teatro, mas, desta vez, como cantora, na ópera “Il
Viaggiatore Ridicolo”, de Giuseppe Scolari. A partir desse momento, a carreira
de Luísa Todi tomou outro rumo, com a cantora a apresentar-se logo no ano
seguinte em Londres.
Paris, Berlim, Turim,
Varsóvia, Veneza, Viena e São Petersburgo foram algumas das outras cidades em
que Luísa Todi passou largas temporadas, alcançando consideráveis êxitos.
Nessas ocasiões, conviveu de perto com a aristocracia europeia, como foi o caso
de Frederico II da Prússia e Catarina II, imperatriz da Rússia.
Até 1793 andou em
digressão pela Europa e foi já com 40 anos que voltou a Portugal para cantar
nas festas da filha primogénita do príncipe regente, futuro D. João VI.
Regressou ao
estrangeiro e, em 1803, já viúva, voltou a Portugal, ao Porto, cidade que teve
de abandonar, seis anos depois, devido às invasões francesas, perdendo grande
parte dos bens, incluindo jóias.
Em 1811, quando
regressou a Lisboa, já era uma mulher amargurada, em parte pela morte de alguns
dos seis filhos e por uma das filhas ter sido internada no Recolhimento de
Rilhafodes, destinado a doentes mentais.
Luísa Todi teve
várias moradas na capital, a última na Travessa da Estrela, onde morreu a 1 de Outubro
de 1833, aos 80 anos, cega, devido a uma doença que tinha desde nova.
Agência
de Notícias
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