Estudo revela que população do litoral está preocupada com erosão costeira
A maior parte da população que vive junto às zonas costeiras de Portugal continental está preocupada com as consequências da erosão e reivindica mais intervenção do Governo, segundo as conclusões de um estudo sobre mudanças climáticas apresentado em Lisboa. Os residentes da Costa de Caparica, em Almada, um dos casos em estudo, entendem que as soluções que têm vindo a ser adotadas "são insuficientes" e responsabilizam os governantes.
A maior parte da população que vive junto às zonas costeiras de Portugal continental está preocupada com as consequências da erosão e reivindica mais intervenção do Governo, segundo as conclusões de um estudo sobre mudanças climáticas apresentado em Lisboa. Os residentes da Costa de Caparica, em Almada, um dos casos em estudo, entendem que as soluções que têm vindo a ser adotadas "são insuficientes" e responsabilizam os governantes.
População da Costa de Caparica teme que situação ainda piore |
O estudo foi coordenado pela investigadora Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, e está integrado no projeto 'Change', que visa analisar os problemas de natureza social e ambiental na linha de costa.
Nesse sentido, os investigadores analisaram as zonas costeiras da Costa de Caparica (Almada), Barra-Vagueira (Aveiro) e Quarteira (Algarve) e realizaram inquéritos aos residentes.
A coordenadora do estudo explicou à agência Lusa que em cada uma das três zonas estudadas foi feito um inquérito com intuito de "aferir a perceção [dos moradores] relativamente aos problemas que afetam a costa.
"A nossa preocupação aqui, que somos das Ciências Sociais, é perceber de que forma é que a erosão costeira, que já é um problema antigo, está a afetar as populações que se abeiraram do litoral há poucas décadas", explicou Luísa Schmidt.
A investigadora referiu que, "em termos gerais, "os resultados revelaram que as populações das três zonas analisadas manifestam preocupações semelhantes, nomeadamente no que diz respeito aos efeitos da erosão na costa.
"As pessoas estão já muito preocupadas com o assunto e ainda mais preocupadas quando pensam no futuro. Já estão preocupadas, por exemplo, com a desvalorização das suas casas. Mas, ao mesmo tempo, defendem que a linha de costa deve manter-se como está", referiu a docente.
População da Costa de Caparica culpa Governo
No entanto, dos inquéritos resultaram algumas particularidades das três zonas estudadas, nomeadamente o facto de ter sido a população da Costa de Caparica a manifestar-se mais descontente com as medidas de intervenção de defesa da zona costeira que têm vindo a ser postas em prática.
Os moradores da Costa da Caparica entendem que as soluções que têm vindo a ser adotadas "são insuficientes" e "depositam toda a responsabilidade e expectativas de intervenção no Governo. 82 por cento dos inquiridos acreditam, mesmo, que a situação atual vai piorar".
Por seu turno, os moradores da Barra-Vagueira, que segundo os investigadores, é a zona mais suscetível ao avanço do mar, concordam mais com a ideia de que os cidadãos devem também contribuir para ajudar a mitigar este problema.
Segundo as conclusões do estudo, essa maior aceitação da população da Barra-Vagueira deve-se ao facto de existir naquela zona mais "confiança no poder local e nas entidades locais, o que não acontece na Costa de Caparica e em Quarteira", diz a autora do estudo.
A grande pressão urbanística que se registou nas últimas décadas no litoral, a ausência de um planeamento organizado e as alterações climáticas foram alguns dos fatores apontados pelos investigadores deste estudo para o agravamento da erosão costeira.
"Vai ser inevitável o recuo em muitas zonas, mas tem de se ter a noção de que são necessárias medidas de curto prazo, ou seja, pequenos remendos, e políticas de longo alcance, que passarão por relocalizações e novos usos do litoral", considerou Luísa Schmidt.
Agência de Notícias
Nesse sentido, os investigadores analisaram as zonas costeiras da Costa de Caparica (Almada), Barra-Vagueira (Aveiro) e Quarteira (Algarve) e realizaram inquéritos aos residentes.
A coordenadora do estudo explicou à agência Lusa que em cada uma das três zonas estudadas foi feito um inquérito com intuito de "aferir a perceção [dos moradores] relativamente aos problemas que afetam a costa.
"A nossa preocupação aqui, que somos das Ciências Sociais, é perceber de que forma é que a erosão costeira, que já é um problema antigo, está a afetar as populações que se abeiraram do litoral há poucas décadas", explicou Luísa Schmidt.
A investigadora referiu que, "em termos gerais, "os resultados revelaram que as populações das três zonas analisadas manifestam preocupações semelhantes, nomeadamente no que diz respeito aos efeitos da erosão na costa.
"As pessoas estão já muito preocupadas com o assunto e ainda mais preocupadas quando pensam no futuro. Já estão preocupadas, por exemplo, com a desvalorização das suas casas. Mas, ao mesmo tempo, defendem que a linha de costa deve manter-se como está", referiu a docente.
População da Costa de Caparica culpa Governo
No entanto, dos inquéritos resultaram algumas particularidades das três zonas estudadas, nomeadamente o facto de ter sido a população da Costa de Caparica a manifestar-se mais descontente com as medidas de intervenção de defesa da zona costeira que têm vindo a ser postas em prática.
Os moradores da Costa da Caparica entendem que as soluções que têm vindo a ser adotadas "são insuficientes" e "depositam toda a responsabilidade e expectativas de intervenção no Governo. 82 por cento dos inquiridos acreditam, mesmo, que a situação atual vai piorar".
Por seu turno, os moradores da Barra-Vagueira, que segundo os investigadores, é a zona mais suscetível ao avanço do mar, concordam mais com a ideia de que os cidadãos devem também contribuir para ajudar a mitigar este problema.
Segundo as conclusões do estudo, essa maior aceitação da população da Barra-Vagueira deve-se ao facto de existir naquela zona mais "confiança no poder local e nas entidades locais, o que não acontece na Costa de Caparica e em Quarteira", diz a autora do estudo.
A grande pressão urbanística que se registou nas últimas décadas no litoral, a ausência de um planeamento organizado e as alterações climáticas foram alguns dos fatores apontados pelos investigadores deste estudo para o agravamento da erosão costeira.
"Vai ser inevitável o recuo em muitas zonas, mas tem de se ter a noção de que são necessárias medidas de curto prazo, ou seja, pequenos remendos, e políticas de longo alcance, que passarão por relocalizações e novos usos do litoral", considerou Luísa Schmidt.
Agência de Notícias
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