Detectada 'legionella' numa unidade industrial de Sines

A fábrica já parou e os cuidados de Saúde estão alerta 

A Autoridade de Saúde do Litoral Alentejano e a Câmara de Sines divulgaram nesta quinta-feira, através de um comunicado conjunto, terem sido detectadas colónias de Legionella spp na torre de refrigeração da empresa Euroresinas, que a Sonae Indústria instalou na área industrial de Sines em 1993, para a produção de resinas sintéticas de formaldeído. Na reunião que estas duas entidades mantiveram hoje com a administração da Euroresinas, foi-lhes transmitido que nas análises efectuadas “por rotina” em 27 de Novembro à água da torre de refrigeração da fábrica “foram detectadas colónias de Legionella spp”. A empresa diz ter sido confrontada na quarta-feira com esta informação e logo “procedeu à paragem imediata da laboração, informando depois as autoridades ter já “implementado medidas correctivas”.
Legionella encontrada numa fábrica em Sines 

Garante ainda que a Euroresinas está em permanente articulação com o médico de medicina no trabalho, o Hospital do Litoral Alentejano e a Direcção-Geral da Saúde para garantir o controlo do surto de Legionella.
Egídio Fernandes, dirigente da União de Sindicatos de Sines e Santiago do Cacém, confirmou ao jornal Público o teor desta informação e referiu que a empresa “de imediato” parou a produção, uma decisão que o sindicalista enalteceu, frisando que a organização sindical está a acompanhar o acontecimento. Salientou ainda que os trabalhadores “estão envolvidos” nas acções de limpeza das áreas afectadas pelo surto, sublinhando que “é do seu interesse [dos trabalhadores] que a laboração seja rapidamente retomada”.
No entanto, “o sindicato está preocupado” com o que eventualmente possa estar a acontecer noutras empresas do complexo de Sines, igualmente susceptíveis de poderem vir a ser contaminadas pela bactéria patogénica.
Egídio Fernandes pede uma intensa vigilância em todas as unidades industriais que tenham equipamentos onde colónias de Legionella se possam acolher.
Da informação que já lhe foi possível recolher, tanto no Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, como nos centros de saúde da região, não há registo de pessoas com sintomas que indiciem a presença de Legionella. Mesmo assim, o sindicalista alerta para a necessidade de vigilância apertada a todos aqueles que trabalham no complexo de Sines e que residem, na sua maior parte, na cidade de Santo André ou em Santiago do Cacém.
"O que foi encontrado foi um foco e já foram acionadas as medidas de desinfeção. Não há casos de doentes. Os cuidados de saúde foram reforçados, sobretudo a saúde ocupacional por causa dos trabalhadores. Os restantes serviços de saúde também foram alertados para possibilidade de identificar algum possível caso que surja", disse José Robalo, presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo.
A Assembleia Municipal de Sines reuniu ontem a noite e a CDU colocou na ordem de trabalhos a discussão do surto de Legionella na Euroresinas.

Agência de Notícias

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