Barreiro homenageou Cante Alentejano com casa cheia

Barreiro "é um pouco uma continuação do Alentejo"

Um concerto de homenagem ao cante alentejano, classificado Património Cultural da Humanidade, encheu o Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, onde atuaram quatro grupos corais e foi exibido o filme, Alentejo Alentejo, de Sérgio Tréfaut. Ao todo mais de 300 pessoas esgotaram a maior sala do concelho para aplaudir o cante alentejano. Afinal, como disse o chefe do executivo municipal, o Barreiro “é um pouco uma continuação do Alentejo. A nossa cultura é uma continuidade da cultura alentejana”, realçou Carlos Humberto. O cante alentejano tem como único instrumento a voz, e é interpretado por grupos formais e informais, em que alternam um “ponto” a sós e um coro, havendo um “alto” a preencher as pausas e a rematar as estrofes. O primeiro grupo coral terá surgido em 1907, em Serpa, sob a designação de Orfeão Popular.
Câmara do Barreiro preparou espectáculo de Cante Alentejano 

“Alentejo és nossa terra”, “Dá-me uma gotinha de água” e “Mineiro” foram as modas cantadas pelo grupo CantaAlentejo. “Os Amigos do Barreiro” cantaram “Alentejo, Alentejo”, “Querido Alentejo” e “Eu vi no tempo passado”. “Os tempos passados”, “Pelo toque da viola” e Quem há-de meu bem, quem há-de” foram os temas interpretados pelo grupo “Unidos do Lavradio”.
Após as atuações e ainda antes da exibição do filme de Sérgio Tréfaut, o presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, lembrou que o Barreiro “é um pouco uma continuação do Alentejo. A nossa cultura é uma continuidade da cultura alentejana”. Com a vinda dos alentejanos para o concelho do Barreiro “aprendemos a recebê-los de braços abertos. Recebemos o pão, a música, a gastronomia, e a capacidade de luta, de resistência, de construção. Com eles, aprendemos muito na luta pelos direitos e a saber que a terra é de quem a trabalha”.
Carlos Humberto realçou que “é com satisfação que vimos transformar o Cante Alentejano em Património Imaterial da Humanidade”.
Foram convidados pela Câmara do Barreiro a participar nesta iniciativa a Casa do Alentejo, a Câmara de Serpa e a Moda – Associação do Cante Alentejano.
Manuel Verdugo, em representação da Casa do Alentejo, realçou a “capacidade e enorme resistência” dos grupos corais alentejanos. Considerando que “o Cante é a afirmação de um povo e de uma cultura, “a nossa tarefa agora (após a classificação da UNESCO) é ainda maior”.
Francisco Teixeira, da MODA, afirmou que “é um enorme prazer ver este auditório completamente cheio”. Referiu que “é uma honra para o Alentejo e para os cantadores o reconhecimento deste património” e salientou a “luta permanente, a resistência, a confiança e perseverança dos cantadores. Vale a pena continuar a defender este património dos tempos dos trabalhos no campo”.
“Este reconhecimento foi uma vitória do Cante Alentejano, mas é também uma enorme responsabilidade. O trabalho precisa continuar, ou seja, a salvaguarda do Cante Alentejano que passa pelo rejuvenescimento dos grupos corais”, disse, referindo-se nomeadamente ao ensino do Cante nas escolas.
Ideia também defendida por Isabel Estevens, vereadora da Câmara de Serpa. “As camadas mais jovens, do 1º ciclo, também já elevam as suas vozes e também vão cantando”, referiu relativamente a Serpa. Isabel Estevens realçou o trabalho das autarquias, em particular, a do Barreiro, no apoio aos grupos corais.

Agência de Notícias

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