Empresa revolucionou panorama da indústria na região
A fábrica de Palmela da Autoeuropa, que comemora os 20 anos de início de produção, atingiu os dois milhões 171 mil e 831 carros, com a renovada esperança de aumentar este número com o novo modelo, prometido para Marco de 2017. Há duas décadas foi o maior investimento estrangeiro realizado em Portugal e hoje o grupo já tem a garantia de mais um investimento de 677 milhões de euros. Em declarações à Lusa, António Melo Pires e António Chora explicam o que está por detrás do sucesso. O presidente da fabricante diz que um dos segredos são as relações laborais: "Não se deve misturar política com relações laborais", sendo que "tem muito que ver com o facto de se negociar na óptica da necessidade da empresa e dos trabalhadores e não na óptica de uma política sindical nacional ou regional". Também o representante dos trabalhadores assegura que "há um clima de confiança mútua” entre a administração e os funcionários, “e na maior parte do país, infelizmente, não é assim". A fábrica de Palmela emprega hoje 3600 funcionários (e mais uns quantos indirectamente nas empresas que gravitam à volta do parque industrial), tem um peso superior a três por cento nas exportações portuguesas e representa um por cento do PIB. E quer continuar a crescer.
O presidente da Autoeuropa, António Melo Pires, adianta em declarações à agência Lusa que a fábrica de Palmela "não tem prazo de validade", até porque a previsão é de que "a produção vai ser bastante aumentada" quando vier o novo modelo, apontado pela imprensa como sendo um 'crossover' com base no Volkswagen Polo.
A fábrica de Palmela da Autoeuropa, que comemora os 20 anos de início de produção, atingiu os dois milhões 171 mil e 831 carros, com a renovada esperança de aumentar este número com o novo modelo, prometido para Marco de 2017. Há duas décadas foi o maior investimento estrangeiro realizado em Portugal e hoje o grupo já tem a garantia de mais um investimento de 677 milhões de euros. Em declarações à Lusa, António Melo Pires e António Chora explicam o que está por detrás do sucesso. O presidente da fabricante diz que um dos segredos são as relações laborais: "Não se deve misturar política com relações laborais", sendo que "tem muito que ver com o facto de se negociar na óptica da necessidade da empresa e dos trabalhadores e não na óptica de uma política sindical nacional ou regional". Também o representante dos trabalhadores assegura que "há um clima de confiança mútua” entre a administração e os funcionários, “e na maior parte do país, infelizmente, não é assim". A fábrica de Palmela emprega hoje 3600 funcionários (e mais uns quantos indirectamente nas empresas que gravitam à volta do parque industrial), tem um peso superior a três por cento nas exportações portuguesas e representa um por cento do PIB. E quer continuar a crescer.
Autoeuropa já produziu mais de dois milhões de carros em Palmela |
O presidente da Autoeuropa, António Melo Pires, adianta em declarações à agência Lusa que a fábrica de Palmela "não tem prazo de validade", até porque a previsão é de que "a produção vai ser bastante aumentada" quando vier o novo modelo, apontado pela imprensa como sendo um 'crossover' com base no Volkswagen Polo.
O presidente da Autoeuropa, que iniciou a sua carreira na Volkswagen como responsável da manutenção de prensas em Palmela com o número de funcionário 88, revela que o novo modelo estará, em termos de mercado, como um carro "entre o grande consumo e o nicho de mercado".
Após 20 anos de produção, iniciada precisamente no dia 26 de abril de 1995, a fábrica "não tem qualquer risco [de fechar]", pois mesmo que o novo modelo "não viesse haveria outras possibilidades", afirma.
Aliás, Melo Pires frisa que a Autoeuropa sabe "qual é o modelo, mas por razões de secretismos" ainda não o pode divulgar e promete "começar a trabalhar" no novo projeto "muito rapidamente".
Já o presidente da Comissão de Trabalhadores, António Chora, está convencido de que a Volkswagen vai continuar a investir em Portugal, embora a indefinição da data de lançamento do novo modelo crie "alguns problemas de estabilidade emocional nos trabalhadores".
Em declarações à Lusa, António Chora refere que a vinda do novo modelo "tem sido adiada de ano para ano", uma vez que "já esteve prevista para finais de 2015, meados de 2016 e agora já está em 2017".
Para o representante dos trabalhadores, o novo modelo "está atribuído" ou de outra forma não se justificaria um anúncio de investimento de 677 milhões de euros.
"De certeza absoluta que este investimento não é para fazer bicicletas ou sapatos, esta fábrica só faz automóveis. A questão é saber exatamente qual o modelo e antecipar a sua vinda para que se comece a produzir rapidamente", diz António .
É que tanto os trabalhadores como a administração têm noção da importância desta decisão: o novo modelo poderá relançar a Autoeuropa para uma produção anual de 150 mil unidades, quando no ano passado a maior fábrica de automóveis em Portugal atingiu os cerca de 102 mil automóveis.
A história da fábrica de Palmela
António Melo Pires promete que, este ano, a produção deverá manter-se enquanto não chega o novo modelo, mas a Autoeuropa informou os seus fornecedores de que a sua previsão será de 95 mil carros anuais.
Do forte sentido de responsabilidade social com que a Autoeuropa tem sabido colocar-se ao serviço das instituições regionais e participar em estruturas de participação e definição das linhas estratégicas de desenvolvimento (caso do Fiapal – Fórum da Indústria Automóvel do concelho de Palmela) à implementação de projetos educativos conducentes à formação de jovens profissionais especializados no setor (de que a Academia ATEC – uma parceria entre a Volkswagen, a Siemens, a Bosch e a Câmara de Comércio e Industria Luso-Alemã – é um excelente exemplo), a Autoeuropa tem sido um parceiro privilegiado, que faz a diferença.
A Câmara Municipal de Palmela "saúda os 20 anos de atividade da Autoeuropa" e "congratula-se com o investimento anunciado de 677 milhões de euros pelo grupo Volkswagen na unidade de Palmela e com a atribuição de um novo modelo, que afirmam, mais uma vez, a Autoeuropa como um projeto de continuidade".
Agência de Notícias
Após 20 anos de produção, iniciada precisamente no dia 26 de abril de 1995, a fábrica "não tem qualquer risco [de fechar]", pois mesmo que o novo modelo "não viesse haveria outras possibilidades", afirma.
Aliás, Melo Pires frisa que a Autoeuropa sabe "qual é o modelo, mas por razões de secretismos" ainda não o pode divulgar e promete "começar a trabalhar" no novo projeto "muito rapidamente".
Já o presidente da Comissão de Trabalhadores, António Chora, está convencido de que a Volkswagen vai continuar a investir em Portugal, embora a indefinição da data de lançamento do novo modelo crie "alguns problemas de estabilidade emocional nos trabalhadores".
Em declarações à Lusa, António Chora refere que a vinda do novo modelo "tem sido adiada de ano para ano", uma vez que "já esteve prevista para finais de 2015, meados de 2016 e agora já está em 2017".
Para o representante dos trabalhadores, o novo modelo "está atribuído" ou de outra forma não se justificaria um anúncio de investimento de 677 milhões de euros.
"De certeza absoluta que este investimento não é para fazer bicicletas ou sapatos, esta fábrica só faz automóveis. A questão é saber exatamente qual o modelo e antecipar a sua vinda para que se comece a produzir rapidamente", diz António .
É que tanto os trabalhadores como a administração têm noção da importância desta decisão: o novo modelo poderá relançar a Autoeuropa para uma produção anual de 150 mil unidades, quando no ano passado a maior fábrica de automóveis em Portugal atingiu os cerca de 102 mil automóveis.
A história da fábrica de Palmela
Paz social ajudou a empresa a garantir competitividade |
"Nestes 20 anos muita coisa mudou no mundo, no próprio país e nas próprias pessoas. Vi muita gente entrar com uma média dos 30 anos e agora têm 50. Foi uma geração", adianta o presidente da fábrica portuguesa.
Desde a construção da fábrica em Palmela até à atualidade, foi "o fim da cortina de ferro, a abertura da economia a Leste, a deslocalização que se seguiu e a globalização", diz Melo Pires, adiantando que a Autoeuropa sempre respondeu aos desafios.
"Nunca esperávamos exportar carros para a China, aliás não foi esse o motivo pelo qual a fábrica foi construída em Portugal, mas o mundo mudou e houve necessidade de readaptação às novas condições", acrescenta o presidente da Autoeuropa, sabendo que, dos carros produzidos no ano passado, 11 por cento foram para o país do Oriente, cerca de 24 mil unidades, representando um crescimento de 62 por cento nas exportações.
A Autoeuropa foi construída no âmbito de uma parceria entre a Ford e a Volkswagen para a produção de monovolumes, sendo o maior investimento estrangeiro realizado à época em Portugal, no montante de 1.970 milhões de euros.
Este investimento permitiu desenvolver os três modelos iniciais da fábrica de Palmela, os monovolumes Volkswagen Sharan, Seat Alhambra e Ford Galaxy.
Em 1999, o grupo Volkswagen assumiu os 100 por cento do capital social da Autoeuropa, mas a Ford e a Volkswagen continuaram a cooperar na fábrica de Palmela, mantendo-se a produção dos monovolumes das duas marcas.
A fábrica de Palmela atingiu a produção de um milhão de unidades em 2003, ano em que foi feito um novo investimento de 600 milhões de euros, que permitiu preparar a produção de um novo modelo.
A Autoeuropa passou então a ter duas linhas de montagem em simultâneo - uma dedicada à produção dos monovolumes Volkswagen Sharan e Seat Alhambra e outra ao novo modelo Volkswagen Eos, um 'cabriolet' com capota rígida.
Em 2006 foi anunciada a construção de um outro modelo, o Scirocco, nome que já tinha sido utilizado num anterior modelo da marca alemã.
Em 2007, ano em que atingiu a produção de um milhão e meio de veículos, a Volkswagen anunciou mais um investimento de 541 milhões de euros na fábrica de Palmela para uma reestruturação e melhoria tecnológica, de forma a permitir diferentes produtos numa única linha de produção.
Com 3.600 funcionários - a que se juntam muitos mais que trabalham para dezenas de empresas fornecedoras instaladas no parque industrial anexo -, a Autoeuropa representa quase um por cento do Produto Interno Bruto (PIB), exporta 99 por cento da produção e representa 3,1 por cento das exportações portuguesas.
Desde a construção da fábrica em Palmela até à atualidade, foi "o fim da cortina de ferro, a abertura da economia a Leste, a deslocalização que se seguiu e a globalização", diz Melo Pires, adiantando que a Autoeuropa sempre respondeu aos desafios.
"Nunca esperávamos exportar carros para a China, aliás não foi esse o motivo pelo qual a fábrica foi construída em Portugal, mas o mundo mudou e houve necessidade de readaptação às novas condições", acrescenta o presidente da Autoeuropa, sabendo que, dos carros produzidos no ano passado, 11 por cento foram para o país do Oriente, cerca de 24 mil unidades, representando um crescimento de 62 por cento nas exportações.
A Autoeuropa foi construída no âmbito de uma parceria entre a Ford e a Volkswagen para a produção de monovolumes, sendo o maior investimento estrangeiro realizado à época em Portugal, no montante de 1.970 milhões de euros.
Este investimento permitiu desenvolver os três modelos iniciais da fábrica de Palmela, os monovolumes Volkswagen Sharan, Seat Alhambra e Ford Galaxy.
Em 1999, o grupo Volkswagen assumiu os 100 por cento do capital social da Autoeuropa, mas a Ford e a Volkswagen continuaram a cooperar na fábrica de Palmela, mantendo-se a produção dos monovolumes das duas marcas.
A fábrica de Palmela atingiu a produção de um milhão de unidades em 2003, ano em que foi feito um novo investimento de 600 milhões de euros, que permitiu preparar a produção de um novo modelo.
A Autoeuropa passou então a ter duas linhas de montagem em simultâneo - uma dedicada à produção dos monovolumes Volkswagen Sharan e Seat Alhambra e outra ao novo modelo Volkswagen Eos, um 'cabriolet' com capota rígida.
Em 2006 foi anunciada a construção de um outro modelo, o Scirocco, nome que já tinha sido utilizado num anterior modelo da marca alemã.
Em 2007, ano em que atingiu a produção de um milhão e meio de veículos, a Volkswagen anunciou mais um investimento de 541 milhões de euros na fábrica de Palmela para uma reestruturação e melhoria tecnológica, de forma a permitir diferentes produtos numa única linha de produção.
Com 3.600 funcionários - a que se juntam muitos mais que trabalham para dezenas de empresas fornecedoras instaladas no parque industrial anexo -, a Autoeuropa representa quase um por cento do Produto Interno Bruto (PIB), exporta 99 por cento da produção e representa 3,1 por cento das exportações portuguesas.
Câmara de Palmela destaca importância da Autoeuropa
A Autoeuropa está a assinalar vinte anos de atividade, oportunidade para um olhar sobre o que trouxe e as mudanças que operou no concelho de Palmela, ao longo destas duas décadas. "Ao longo dos seus 465 quilómetros quadrados de extensão, situados na Área Metropolitana de Lisboa, na zona de transição entre o urbano e o rural, Palmela soube, desde cedo, conjugar a sua rica tradição agrícola com uma natural vocação logística e industrial, pela sua centralidade e excelentes acessibilidades. Certa da importância – já confirmada há largos anos – deste investimento para a criação de emprego qualificado e para a atração e fixação, quer de investimento complementar no setor, quer de novas populações, a Câmara de Palmela apoiou, desde o primeiro momento, a implantação da Autoeuropa no concelho e as duas entidades têm sabido trabalhar em conjunto para afirmar o projeto, no âmbito desse objetivo comum que é o desenvolvimento integrado e sustentável do território", refere a autarquia em nota enviada ao ADN.Empresa espera começar a fabricar novo modelo em 2017 |
Do forte sentido de responsabilidade social com que a Autoeuropa tem sabido colocar-se ao serviço das instituições regionais e participar em estruturas de participação e definição das linhas estratégicas de desenvolvimento (caso do Fiapal – Fórum da Indústria Automóvel do concelho de Palmela) à implementação de projetos educativos conducentes à formação de jovens profissionais especializados no setor (de que a Academia ATEC – uma parceria entre a Volkswagen, a Siemens, a Bosch e a Câmara de Comércio e Industria Luso-Alemã – é um excelente exemplo), a Autoeuropa tem sido um parceiro privilegiado, que faz a diferença.
A Câmara Municipal de Palmela "saúda os 20 anos de atividade da Autoeuropa" e "congratula-se com o investimento anunciado de 677 milhões de euros pelo grupo Volkswagen na unidade de Palmela e com a atribuição de um novo modelo, que afirmam, mais uma vez, a Autoeuropa como um projeto de continuidade".
Agência de Notícias
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