Câmara de Almada assegura obras no cais do Ginjal

Obras avançam depois de um grande susto 

A Câmara de Almada informou esta segunda-feira que vai desencadear de imediato os procedimentos necessários para a realização das obras no cais do Ginjal, face à ausência de resposta da empresa proprietária, que já tinha sido intimada pela autarquia. A posição da autarquia surge na sequência do acidente ocorrido no sábado, quando o paredão do cais do Ginjal cedeu à passagem de uma viatura, que capotou, com um casal e um bebé no interior, e ficou imobilizado junto à margem do rio. Quanto à alegada inexistência de sinal a proibir o trânsito, a Polícia Marítima explica tratar-se de uma “zona onde passa muita gente e que está muito vandalizada”, pelo que a sinalética que é lá colocada é sistematicamente retirada ou derrubada.  Além do perigo de desabamento de mais terreno, visto que existem mais buracos no paredão, há também indicação de perigo de derrocada dos edifícios e muros contíguos, pertencentes a uma antiga fábrica de conserva de peixe que se encontra completamente abandonada e degradada.
Após acidente no sábado a autarquia de Almada avança para obras 

"Perante a ausência de resposta da empresa proprietária e responsável pela conservação e segurança daquela área do território do município de Almada, a Câmara Municipal irá de imediato desencadear os procedimentos necessários para a realização das obras urgentes naquele local, imputando os respetivos custos ao proprietário", informou a autarquia.
A Câmara Municipal de Almada salientou, em comunicado, que a propriedade de mais de 90 por cento da área do Cais do Ginjal é da empresa Tejal - Empreendimentos Imobiliários, Lda, que integra o Grupo AFA, com sede na Madeira, e adiantou que já tinha intimado a empresa a proceder a trabalhos de conservação no dia 9 de Abril, na sequência de uma vistoria conjunta com a Agência Portuguesa do Ambiente e Administração do Porto de Lisboa.
A autarquia assegurou ter determinado o "condicionamento geral da circulação e interdição total de circulação automóvel naquele espaço, colocando os necessários elementos de sinalização, informação e contenção da passagem de automóveis no local".
A Câmara de Almada recordou ainda que, em Julho de 2009, foi assinado um protocolo entre a autarquia e a Tejal, com vista à elaboração de um Plano de Pormenor para o desenvolvimento urbano da área do Cais do Ginjal, mas admitiu que o processo de elaboração daquele plano "tem sido perturbado pelo quadro de dificuldades económicas e financeiras dos últimos anos".
Segundo a autarquia, além de viabilizar o projeto e os interesses do promotor, o protocolo salvaguarda o interesse público municipal, designadamente "quanto à recuperação do cais, à consolidação da falésia e à introdução das necessárias infraestruturas, bem como a salvaguarda dos equipamentos existentes na área - Centro Paroquial com valência de creche e centro de dia e Casa Municipal da Juventude - Ponto de Encontro".
A agência Lusa procurou obter um comentário sobre a situação da parte da empresa Tejal, o que não foi possível até ao momento.

Carro com bebé e casal apanhado por desabamento 
Carro com três pessoas capotou este sábado no cais do Ginjal 
O paredão do cais do Ginjal, em Cacilhas, foi vedado ao trânsito e aos peões, depois de, no sábado, o chão ter desabado e um carro caído na margem do rio, com um casal e um bebé no interior. A informação foi dada à Lusa pela Polícia Marítima, que esteve no local, na altura do acidente, juntamente com a Capitania do Porto de Lisboa, a Administração do Porto de Lisboa e a Proteção Civil do Município de Almada.
O condutor do carro acidentado, Nuno Caetano, contou que tinha ido passear com a mulher e a filha a Cacilhas, zona que não conheciam, e procuravam um restaurante.
“Estavam várias pessoas e carros na estrada junto ao paredão e, de repente, o chão desabou, o carro caiu e capotou. Os segundos que passaram, desde a queda do veículo até eu conseguir libertar o cinto de segurança e tirar a minha filha da cadeira, foram, sem dúvida, o pior momento da minha vida. Por um milagre, felizmente conseguimos sair do carro apenas com pequenos arranhões”, disse o condutor.
Segundo contou Nuno Caetano, nenhuma das entidades presentes no local conseguiu retirar o carro: por terra, a Proteção Civil não autorizava que um reboque com grua se aproximasse, com receio que pudesse desabar mais terreno, e por mar o Porto de Lisboa enviou um barco grua mas não conseguiu aproximar-se da costa, por o mar ser pouco profundo naquela zona e o chão de pedra.
Nuno Caetano disse ter sido informado pela Proteção Civil da existência de um sinal de trânsito proibido no início da rua, mas garante que a única sinalética existente no local informava da proibição de estacionar e de que se tratava de uma rua sem saída, e que tinha sido colocado um gradeamento a vedar a passagem de carros naquele local.
“Facto é que esse gradeamento estava apenas a vedar uma parte do paredão permitindo a passagem de veículos sem nenhuma sinalética, havendo inclusivamente um carro estacionado no final desta estrada”, disse o condutor.
Segundo a Polícia Marítima, a zona tinha de facto uma vedação a proibir a passagem de viaturas, mas que terá sido ignorada por este condutor.
Quanto à alegada inexistência de sinal a proibir o trânsito, o Comandante Cruz Gomes explicou tratar-se de uma “zona onde passa muita gente e que está muito vandalizada”, pelo que a sinalética que é lá colocada é sistematicamente retirada ou derrubada.
Além do perigo de desabamento de mais terreno, visto que existem mais buracos no paredão, há também indicação de perigo de derrocada dos edifícios e muros contíguos, pertencentes a uma antiga fábrica de conserva de peixe que se encontra completamente abandonada e degradada.

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