“Aprenderam todas a etapas até o peixe chegar a esta lata”
O Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal, convida os mais novos a participarem na recriação de um dia de trabalho numa antiga fábrica de conservas, desde a chegada do peixe à até à saída do produto já enlatado. A atividade, organizada pela Câmara de Setúbal, associada à exposição “Da Lota à Lata. Uma cadeira operatória da indústria conserveira”, de caráter permanente, recebeu duas dezenas de crianças da sala dos “Coelhinhos”, do jardim de infância “Nuvem”, do Centro Paroquial e Social de Nossa Senhora da Anunciada. Além da mostra “Da Lota à Lata. Uma cadeia operatória da indústria conserveira”, o espaço museológico tem, igualmente com caráter permanente, as exposições “Mundo Rural – Coleção Etnográfica Michel Giacometti e a Génese do Museu” e “Mercearia da Liberdade – um património a salvaguardar”.
À chegada, as crianças, com um ar curioso, anseiam saber mais sobre um local que a maioria nunca antes visitara. Ouvem com toda a atenção a explicação de Lena Pinto, do museu, instalado numa antiga fábrica conserveira.
“Antigamente, Setúbal fazia conservas de peixe e o que vamos aprender hoje é o processo desde que o peixe chega à fábrica até ao momento em que fica dentro das latas”, refere, em conversa informal, para salientar a importância da visita.
“Querem aprender a fazer conservas ou não?”, pergunta a monitora Andreia. A resposta é um entusiasmado coro de “sins”.
O ponto de partida da visita, que inclui ainda a apresentação, através de manequins, das profissões tradicionais de Setúbal ligadas a esta indústria, começa com uma simulação da apanha de peixe. “Vamos no barrrco! Vamos pescarrr! Olha, olha! Forrrça! Puxem a rede! Tanta sarrrdinha!”, exclama a guia.“Estou a fazer força!”, responde o Rodrigo, 6 anos.
Depois de apanhadas as sardinhas, cabe ao Miguel, 6 anos, a função de descarregador de peixe. Na cabeça, usa um lenço branco e o artigo que denuncia a atividade, um chapéu metálico de forma circular, com aba larga e profunda, sobre o qual transporta as canastras de pescado. “A sardinha está vivinha!”, brincam as crianças.
O descarregamento é feito na fábrica. Portanto, é hora de vestir a profissão de operário. As raparigas colocam um avental e um lenço branco na cabeça. Os rapazes vestem uma bata verde.
“Piiii, piiii, piiii.” A sirene da fábrica anuncia a chegada de peixe fresco. As crianças levantam-se do chão e marcam presença na fábrica com a colocação de uma chapinha dentro de um suporte próprio para o efeito.
Primeira etapa. Descabeçar o peixe. Esta operação era executada manualmente pelas operárias após a entrada do pescado na fábrica e consiste na remoção da cabeça e vísceras.
“Tira a cabeça! Corta o rabo! Tira a tripa!”, explica Lena Pinto, enquanto os pequenos visitantes repetem o processo.
“Agora vamos colocar as sardinhas dentro do cesto e mandar para os pius, que têm água e sal”, indica a guia, mas alerta: “Meninos, com calma, se não vão ser despedidos, ai! Olhem que no local de trabalho não se fala!”
Depois de o peixe estar salgado e cozido passa-se para a terceira etapa de produção da indústria conserveira: engrelhar. As sardinhas usadas para a demonstração do processo – de plástico e de cor verde – são dispostas na vertical, de cabeça para baixo, numa estrutura de alumínio. O intuito é que"escorram a gordura e a água durante a cozedura", explica a técnica do museu.
Mais tarde, pergunta aos visitantes: “E isto, sabem o que é?”
“É uma porta de ferro”, responde o Luís. “Sim, é de ferro, mas isto é um forno”, esclarece.
O forno era utilizado para o processo da esterilização. “Era preciso destruir as bactérias, os bichos, dos alimentos através do aquecimento superior a mil graus”.
Museu mostra a história da cidade
Noutra mesa de trabalho, descobre-se como se enlata as sardinhas. São quatro sardinhas por lata. “Duas em baixo, como se estivessem deitadas numa cama. Uma com a cabeça para um lado e outra com a cabeça para outro. Mais duas em cima, da mesma maneira”, ensina Lena Pinto.
Daqui, as conservas passam pela máquina de azeitar, para colocar azeite nas latas, e pelo aparador, para aproveitar o azeite que cai das latas antes de entrar na cravadeira, máquina de selar latas de conservas.
À saída do Museu do Trabalho Michel Giacometti, são recordados os ensinamentos de como era passar um dia de trabalho na fábrica.“Aprenderam todas a etapas até o peixe chegar a esta lata”, relembra Lena Pinto, enquanto mostra uma lata de conserva.
Além da mostra “Da Lota à Lata. Uma cadeia operatória da indústria conserveira”, o espaço museológico tem, igualmente com caráter permanente, as exposições “Mundo Rural – Coleção Etnográfica Michel Giacometti e a Génese do Museu” e “Mercearia da Liberdade – um património a salvaguardar”.
Os estabelecimentos de ensino do concelho ou outros interessados em agendar visitas guiadas, a cargo do Serviço Educativo do Museu do Trabalho Michel Giacometti, devem fazer marcação pelo telefone 265 537 880.
Agência de Notícias
O Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal, convida os mais novos a participarem na recriação de um dia de trabalho numa antiga fábrica de conservas, desde a chegada do peixe à até à saída do produto já enlatado. A atividade, organizada pela Câmara de Setúbal, associada à exposição “Da Lota à Lata. Uma cadeira operatória da indústria conserveira”, de caráter permanente, recebeu duas dezenas de crianças da sala dos “Coelhinhos”, do jardim de infância “Nuvem”, do Centro Paroquial e Social de Nossa Senhora da Anunciada. Além da mostra “Da Lota à Lata. Uma cadeia operatória da indústria conserveira”, o espaço museológico tem, igualmente com caráter permanente, as exposições “Mundo Rural – Coleção Etnográfica Michel Giacometti e a Génese do Museu” e “Mercearia da Liberdade – um património a salvaguardar”.
Crianças aprendem história de Setúbal no museu da cidade |
À chegada, as crianças, com um ar curioso, anseiam saber mais sobre um local que a maioria nunca antes visitara. Ouvem com toda a atenção a explicação de Lena Pinto, do museu, instalado numa antiga fábrica conserveira.
“Antigamente, Setúbal fazia conservas de peixe e o que vamos aprender hoje é o processo desde que o peixe chega à fábrica até ao momento em que fica dentro das latas”, refere, em conversa informal, para salientar a importância da visita.
“Querem aprender a fazer conservas ou não?”, pergunta a monitora Andreia. A resposta é um entusiasmado coro de “sins”.
O ponto de partida da visita, que inclui ainda a apresentação, através de manequins, das profissões tradicionais de Setúbal ligadas a esta indústria, começa com uma simulação da apanha de peixe. “Vamos no barrrco! Vamos pescarrr! Olha, olha! Forrrça! Puxem a rede! Tanta sarrrdinha!”, exclama a guia.“Estou a fazer força!”, responde o Rodrigo, 6 anos.
Depois de apanhadas as sardinhas, cabe ao Miguel, 6 anos, a função de descarregador de peixe. Na cabeça, usa um lenço branco e o artigo que denuncia a atividade, um chapéu metálico de forma circular, com aba larga e profunda, sobre o qual transporta as canastras de pescado. “A sardinha está vivinha!”, brincam as crianças.
O descarregamento é feito na fábrica. Portanto, é hora de vestir a profissão de operário. As raparigas colocam um avental e um lenço branco na cabeça. Os rapazes vestem uma bata verde.
“Piiii, piiii, piiii.” A sirene da fábrica anuncia a chegada de peixe fresco. As crianças levantam-se do chão e marcam presença na fábrica com a colocação de uma chapinha dentro de um suporte próprio para o efeito.
Primeira etapa. Descabeçar o peixe. Esta operação era executada manualmente pelas operárias após a entrada do pescado na fábrica e consiste na remoção da cabeça e vísceras.
“Tira a cabeça! Corta o rabo! Tira a tripa!”, explica Lena Pinto, enquanto os pequenos visitantes repetem o processo.
“Agora vamos colocar as sardinhas dentro do cesto e mandar para os pius, que têm água e sal”, indica a guia, mas alerta: “Meninos, com calma, se não vão ser despedidos, ai! Olhem que no local de trabalho não se fala!”
Depois de o peixe estar salgado e cozido passa-se para a terceira etapa de produção da indústria conserveira: engrelhar. As sardinhas usadas para a demonstração do processo – de plástico e de cor verde – são dispostas na vertical, de cabeça para baixo, numa estrutura de alumínio. O intuito é que"escorram a gordura e a água durante a cozedura", explica a técnica do museu.
Mais tarde, pergunta aos visitantes: “E isto, sabem o que é?”
“É uma porta de ferro”, responde o Luís. “Sim, é de ferro, mas isto é um forno”, esclarece.
O forno era utilizado para o processo da esterilização. “Era preciso destruir as bactérias, os bichos, dos alimentos através do aquecimento superior a mil graus”.
Museu mostra a história da cidade
Noutra mesa de trabalho, descobre-se como se enlata as sardinhas. São quatro sardinhas por lata. “Duas em baixo, como se estivessem deitadas numa cama. Uma com a cabeça para um lado e outra com a cabeça para outro. Mais duas em cima, da mesma maneira”, ensina Lena Pinto.
Daqui, as conservas passam pela máquina de azeitar, para colocar azeite nas latas, e pelo aparador, para aproveitar o azeite que cai das latas antes de entrar na cravadeira, máquina de selar latas de conservas.
À saída do Museu do Trabalho Michel Giacometti, são recordados os ensinamentos de como era passar um dia de trabalho na fábrica.“Aprenderam todas a etapas até o peixe chegar a esta lata”, relembra Lena Pinto, enquanto mostra uma lata de conserva.
Além da mostra “Da Lota à Lata. Uma cadeia operatória da indústria conserveira”, o espaço museológico tem, igualmente com caráter permanente, as exposições “Mundo Rural – Coleção Etnográfica Michel Giacometti e a Génese do Museu” e “Mercearia da Liberdade – um património a salvaguardar”.
Os estabelecimentos de ensino do concelho ou outros interessados em agendar visitas guiadas, a cargo do Serviço Educativo do Museu do Trabalho Michel Giacometti, devem fazer marcação pelo telefone 265 537 880.
Agência de Notícias
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