Fábrica em Palmela 'atira' 100 pessoas para o desemprego

Fim da produção do EOS fecha fábrica do Parque Industrial da Autoeuropa 

A fábrica Webasto, localizada no parque industrial de Palmela, vai encerrar e despedir 100 pessoas em processo coletivo. A denúncia é feita pela Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do parque industrial da Volkswagen Autoeuropa. “A empresa tem vindo a rescindir contratos de trabalho ao longo dos dois últimos anos, mas agora anunciou o despedimento coletivo de 100 pessoas e o encerramento da fábrica”, revelou a referida fonte. A fábrica em causa é a responsável pelo fabrico dos tetos de abrir do modelo Eos da Volkswagen, que não conseguiu impor-se no mercado. A queda abruta nas vendas ditou o fim do modelo e, consequentemente, da fábrica em Palmela. “A constante preocupação das comissões de trabalhadores em procurar soluções para que este tipo de acontecimentos não atinja maiores proporções tem minimizado alguns problemas, mas continuamos a assistir a rescisões ‘amigáveis’ por todo o parque industrial e supomos que também em sub-fornecedores das empresas que aqui trabalham”, lamenta a comissão. 
Modelo da VW EOS deixa de ser produzido no verão 

A Webasto, fabricante de componentes para automóveis da Volkswagen (VW) Autoeuropa, vai avançar com um despedimento colectivo de perto de 100 pessoas e irá encerrar a fábrica no parque industrial da Autoeuropa, em Palmela, quando terminar a produção do modelo Eos.
Fonte oficial da Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa conta que "a empresa tem vindo a rescindir contratos de trabalho ao longo dos dois últimos anos, mas agora anunciou o despedimento colectivo de 100 pessoas e o encerramento da fábrica".
A Webasto é a empresa que fabrica os tectos de abrir do descapotável Eos para a fábrica de Palmela, dependendo totalmente da  Autoeuropa. De acordo com a mesma fonte "a partir de Julho o Eos deixará de ser produzido na linha da Autoeuropa".
Esta entidade representativa dos trabalhadores considera ainda “lamentável” a “inércia de certas administrações em concorrer a produtos do grupo Volkswagen e trazê-los para Portugal, onde tem bons trabalhadores e equipamentos de ponta. É também lamentável a política de redução constante de preços a que os grupos do sector automóvel, nomeadamente a Volkswagen, submetem os fornecedores, levando a uma canibalização entre estes que, no limite, acaba depois em processos de encerramento, arrastando para o desemprego centenas de trabalhadores”, diz a Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa. 
A comissão de trabalhadores antevê  tempos “muito complicados para todo o parque industrial, Autoeuropa incluída, pois os produtos não estão mais novos e sobre novas produções nada se conhece”. Nestes períodos, considera que “a melhor maneira de manter aqui os trabalhadores, seja na Volkswagen Autoeuropa ou nas empresas do parque, é com o recurso a formação profissional, aumentando as competências técnicas e académicas destes trabalhadores”, lamentando não ver “disponibilidade de muitas empresas nem iniciativas do Governo para isso”.

Fim do EOS previsto para o verão 
João Galvão, responsável da comissão de trabalhdores da Webasto, confirma que "o tejadilho do Eos é o único produto da Webasto e infelizmente a fábrica não conseguiu encontrar uma alternativa". De acordo com o plano de produção da Webasto a partir de 3 de Julho já não tem mais tejadilhos para produzir.
O grupo VW já tinha avançado que não tem planos para uma próxima geração do descapotável Eos, mas até ao momento a fabrica de Palmela ainda não confirmou a data certo para encerrar a produção deste modelo.
O Eos foi lançado em 2006, tendo sido um dos maiores desafios para a fábrica portuguesa. Pela primeira vez, a Autoeuropa produzia um veículo não só para o mercado europeu mas também para os Estados Unidos e Canadá. Este modelo recebeu uma actualização em 2010, mas as vendas continuaram em declínio. Em 2013, saíram apenas oito mil unidades do Eos de Palmela, uma quebra de mais de 28 por cento em relação a 2012.

Agência de Notícias

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