Montijo debate reabilitação urbana nos centros históricos

Cidade quer intervir no centro histórico e consolidar os novos bairros

A Câmara do Montijo está a debater os centros históricos e a reabilitação urbana. As primeiras conferências decorreram no dia 11 de Abril, na Galeria Municipal, e tiveram como convidados dois especialistas em ordenamento do território: Jorge de Carvalho e João Ferrão. As conferências iniciaram com a intervenção do presidente da câmara, Nuno Canta, que sublinhou o papel central das políticas públicas na resposta aos problemas urbanas, relembrando o esforço da autarquia no incentivo à regeneração urbana através da delimitação da Área de Reabilitação Urbana da cidade e do “investimento municipal centrado na recuperação de espaços públicos que pretende valorizar o centro histórico, o património imobiliário privado e incentivar à reabilitação urbana”.
Câmara quer intervir no centro histórico de Montijo  

Nuno Canta afirmou, ainda, que “a cidade do Montijo cresceu até aos limites do seu PDM. Hoje estamos perante um novo paradigma de desenvolvimento urbanístico: intervir no centro histórico da cidade e consolidar os novos bairros”.
O primeiro orador foi Jorge de Carvalho, professor de urbanismo da Universidade de Aveiro, que realizou uma interessante intervenção sobre a cidade alargada, afirmando que “a fase de crescimento das cidades acabou e agora é necessário aproveitar e qualificar o espaço existente, assim como estruturar a cidade alargada”.
Cidade alargada que, na perspetiva deste urbanista, é constituída por “espaços urbanos, espaços rurais e espaços agro-florestais que coexistem simultaneamente, sendo necessário aceitar esta realidade e começar a cerzir a malha urbana”.
João Ferrão, geógrafo e investigador da Universidade de Lisboa, abordou detalhadamente a questão da reabilitação e da regeneração urbana, esclareceu as diferenças entre os dois conceitos e afirmou que a “reabilitação é o meio para a regeneração e que só regeneramos as nossas cidades quando a reabilitação convergir para a valorização do património existente, para a modernização das infraestruturas, para a qualificação e animação do espaço público e para a criação de emprego”.
O geógrafo salientou, ainda, que nos processos de regeneração urbana as autarquias devem atribuir um papel especial ao desenvolvimento de parcerias e ao envolvimento dos diversos stakeholders que compõe a cidade.
Previamente às conferências foi inaugurada a exposição “Duas visões do Montijo: o contributo da iconografia para o conhecimento da evolução do centro histórico da cidade”, que dá a conhecer dois documentos iconográficos fundamentais sobre a formação da urbe montijense: a aguarela do pintor e arquiteto florentino Pier Maria Baldi de 1669 e a planta topográfica da sede do município, à escala de 1:1000, de 1938.
As próximas conferências terão lugar no dia 24 de Abril, também, no auditório da Galeria Municipal.

Agência de Notícias

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