"Obras Já"! Quem estuda não desarma, a luta é a nossa arma!
Realizou-se na quarta-feira, 16 de Dezembro, uma acção de protesto na Escola Secundária do Monte da Caparica, em Almada, que juntou mais de 200 estudantes, com o apoio da Juventude Comunista Portuguesa. Pais, alunos e professores exigem o reinicio das obras na escola que estão paradas há já vários anos, obrigando os estudantes a terem aulas em contentores. Alem das obras os estudantes exigiram mais investimento na educação por parte do Governo, em particular garantindo manuais gratuitos para todos os estudantes e a reposição do passe escolar. Os alunos têm aulas em contentores há cerca de cinco anos.
A suspensão do programa da Parque Escolar, processos de insolvência das construtoras, atrasos nos pagamentos das empresas, tudo isso serviu de justificação para arrumar milhares de crianças e adolescentes em monoblocos. Nos últimos anos lectivos, alunos e professores tiveram de se habituar às salas improvisadas. O que não tem sido fácil, avisava, já em 2013, a presidente da comissão administrativa provisória do agrupamento do Monte de Caparica. "É o barulho que se ouve de uma sala para outra, o ar que fica saturado e sobretudo o espaço que é muito apertado", contava na altura Manuela Dâmaso ao jornal I.
Ter 27 ou 30 alunos num monobloco obriga aos professores a desenvolver um talento especial para se contorcerem e conseguirem circular entre as mesas sem andar aos tropeções. E obriga também os adolescentes a ter uma maior capacidade para não se distraírem com o colega do lado: "Os alunos estão demasiado próximos uns dos outros, potenciando as conversas entre grupinhos, o que se torna cansativo principalmente para professores", explica uma professora.
Alunos reclamam mais e melhores condições naquela escola |
O protesto contou com o apoio da Juventude Comunista Portuguesa que, desde há muito tempo, "vem alertando para o estado de degradação em que os estudantes desta escola vêm tendo aulas e a necessidade imediata de recomeçarem as obras".
O estado de degradação em que se encontra a Escola Secundária do Monte da Caparica em Almada é, diz a Juventude Comunista, "espelho de uma política de desinvestimento a que tem sido submetida a educação. Política de cortes de financiamento na Educação, praticados por Governos de PS, PSD e CDS nos últimos 39 anos. Cortes esses, notórios nas péssimas condições materiais em que estão muitas escolas na Península de Setúbal, e um pouco por todo o país".
Segundo as contas dos jovens comunistas, "durante o mandato do anterior Governo PSD/CDS foram dois mil milhões de euros cortados à educação, certamente mais do que suficientes para resolver este, e outros tantos problemas nesta escola".
A Juventude Comunista Portuguesa exige então que "se realizem imediatamente obras na Escola Secundária do Monte da Caparica" e exige "mais financiamento para a Educação e melhores condições materiais e humanas nas escolas".
Os responsáveis pela JCP apela ainda aos estudantes da Escola Secundária do Monte da Caparica, "que se unam na luta pela realização de obras na sua escola e na defesa da Escola Pública, gratuita, democrática e de qualidade"
Cinco anos em monoblocos
Na Secundária do Monte de Caparica, em Almada, os monoblocos são usados por cerca de 700 alunos há cerca de cinco anos e a previsão é para continuar até não se sabe quando.A suspensão do programa da Parque Escolar, processos de insolvência das construtoras, atrasos nos pagamentos das empresas, tudo isso serviu de justificação para arrumar milhares de crianças e adolescentes em monoblocos. Nos últimos anos lectivos, alunos e professores tiveram de se habituar às salas improvisadas. O que não tem sido fácil, avisava, já em 2013, a presidente da comissão administrativa provisória do agrupamento do Monte de Caparica. "É o barulho que se ouve de uma sala para outra, o ar que fica saturado e sobretudo o espaço que é muito apertado", contava na altura Manuela Dâmaso ao jornal I.
Ter 27 ou 30 alunos num monobloco obriga aos professores a desenvolver um talento especial para se contorcerem e conseguirem circular entre as mesas sem andar aos tropeções. E obriga também os adolescentes a ter uma maior capacidade para não se distraírem com o colega do lado: "Os alunos estão demasiado próximos uns dos outros, potenciando as conversas entre grupinhos, o que se torna cansativo principalmente para professores", explica uma professora.
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