"Saúde é um direito de todos nós e não tem tempo"
A Unidade de Saúde Familiar da Cova da Piedade, em Almada, está a entregar aos utentes das consultas abertas para doenças agudas um papel com as indicações a seguir no atendimento. "Esta consulta só se destina a: resolver um assunto inadiável" ou "esta consulta tem uma duração máxima de cinco minutos" são duas das regras que estão a gerar contestação, noticiou ontem o Correio da Manhã. A direção deste equipamento de saúde, que tem ao seu encargo 19 mil utentes, garante que as instruções entregues servem para "balizar" as consultas, já que aquela Unidade de Saúde Familiar "não tem limite de vagas" para este atendimento. O modelo está implementado há 6 anos e é considerado "ridículo" pelos doentes.
A Unidade de Saúde Familiar da Cova da Piedade, em Almada, está a entregar aos utentes das consultas abertas para doenças agudas um papel com as indicações a seguir no atendimento. "Esta consulta só se destina a: resolver um assunto inadiável" ou "esta consulta tem uma duração máxima de cinco minutos" são duas das regras que estão a gerar contestação, noticiou ontem o Correio da Manhã. A direção deste equipamento de saúde, que tem ao seu encargo 19 mil utentes, garante que as instruções entregues servem para "balizar" as consultas, já que aquela Unidade de Saúde Familiar "não tem limite de vagas" para este atendimento. O modelo está implementado há 6 anos e é considerado "ridículo" pelos doentes.
Consultas de cinco minutos não agrada a utentes da Cova da Piedade |
"Fiquei sem palavras e achei chocante. É vergonhoso, pois a Saúde é um direito de todos nós e não tem tempo", disse aquele jornal Inês Fernandes, que recorreu na quarta-feira à Unidade de Saúde Familiar . "Já entregam estes papéis há algum tempo. A consulta foi um bocado rápida, acho que nem cinco minutos lá estive dentro", conta a utente.
Outra utente daquela unidade de saúde da Cova da Piedade disse que "em cinco minutos não temos tempo para sequer explicar ao médico o que sentimos ou que sintomas temos. Como é que um clínico vai depois avaliar de forma correta a nossa situação de saúde?", questiona Lia Martins. De acordo com esta utente de 45 anos, "não se pode racionar nem dinheiro nem tempo com as avaliações clínicas das pessoas. Se estamos aqui é porque estamos doentes e se estamos doentes queremos ser tratados da melhor forma possível e não em 'cinco minutos' como se a doença fosse uma coisa com data marcada no relógio de um qualquer doutor".
Jaime Soares, outro utente, acha o limite de tempo absurdo. "Acho no mínimo ridículo porque o tempo que nós temos, de cinco minutos, praticamente é para saudar a médica".
"Nunca um doente vai ser expulso do consultório por ultrapassar os cinco minutos. Estas consultas acabam por nunca demorar apenas esse tempo", garante Rita Viegas, elemento do conselho técnico da Unidade de Saúde Familiar da Cova da Piedade.
A responsável explica que as instruções entregues servem para "balizar" as consultas, já que aquela Unidade de Saúde Familiar "não tem limite de vagas" para este atendimento. "Se aparecerem 100 pessoas entre as oito e as 20 horas, vamos atendê-las no próprio dia", garante.
"A consulta destina-se a resolver situações como febre, tosse ou expetoração. Serve para evitar que vão ao hospital", nomeadamente ao Garcia de Orta, em Almada. Por isso, o director executivo das 24 unidades de saúde de Almada e Seixal, estranha que este caso seja uma notícia. As consultas decorrem dentro da normalidade com ou sem esta informação e por isso os utentes irão continuar a ser informados destas regras. O responsável desta unidade defende que é "uma questão de transparência de informação".
A responsável sublinha que "cada médico tem entre 1800 e 1900 utentes ativos". A unidade dispõe de 10 clínicos ao serviço, que terão assim ao seu encargo cerca de 19 mil utentes.
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