Um copo de bagaço, um buda da sorte e uma promessa cumprida
A 19 de Janeiro, em plena campanha para as presidenciais, Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma promessa no lar de São José, na Misericórdia do Barreiro: se ganhasse as presidenciais à primeira volta, voltaria para beber um bagaço. Isso mesmo: um bagaço. A promessa foi feita a Maria da Glória, uma senhora de 89 anos, que bebe café, cerveja, ginjinha e aguardente com açúcar. “É por isso que ainda cá estou”, disse-lhe. Ontem, o Presidente da República, eleito à primeira volta como previu a dona Glória, voltou ao Barreiro para cumprir a promessa de campanha. Marcelo Rebelo de Sousa entrou nas instalações com uma garrafa de bagaço e um pacote de chá de camomila. Encontrou-se com Maria Glória, bebeu um bagaço com a mulher, comeu arroz doce e bolos, e acompanhou-a numa visita às instalações.
Dona Glória ofereceu o buda da sorte a Marcelo Rebelo de Sousa |
No dia 19 de Janeiro, Maria da Glória fez a Marcelo uma previsão: “O senhor vai ganhar à primeira e já não vai precisar de ir à segunda volta, porque há muita gente que gosta de si. E eu sou uma”, disse-lhe na altura Maria da Glória. “Porquê?”, quis saber o Professor. “Não sei, o senhor cativou-me”.
Marcelo não resistiu: “Se acertar, eu prometo que volto para beber um bagaço consigo. Não bebo café, mas bebo um bagaço”.
Quase um mês e meio depois, foi altura de cumprir a promessa. Marcelo voltou ao lar de S. José, com uma caixa de chá (em vez do café, que não bebe) e uma garrafa de aguardente, uma produção de um amigo. Brindou com Maria da Glória e bebeu. “É forte, é muito forte”, queixou-se.
Ela na altura disse-me assim: você diz que volta mas depois de ser eleito nunca mais cá vem. Voltei, mas nem foi pela previsão que ela fez, foi porque me impressionou muito, muito divertida, e foi uma forma de mostrar que as promessas são para se cumprirem”, afirmou o Presidente eleito.
Marcelo não resistiu: “Se acertar, eu prometo que volto para beber um bagaço consigo. Não bebo café, mas bebo um bagaço”.
Quase um mês e meio depois, foi altura de cumprir a promessa. Marcelo voltou ao lar de S. José, com uma caixa de chá (em vez do café, que não bebe) e uma garrafa de aguardente, uma produção de um amigo. Brindou com Maria da Glória e bebeu. “É forte, é muito forte”, queixou-se.
Ela na altura disse-me assim: você diz que volta mas depois de ser eleito nunca mais cá vem. Voltei, mas nem foi pela previsão que ela fez, foi porque me impressionou muito, muito divertida, e foi uma forma de mostrar que as promessas são para se cumprirem”, afirmou o Presidente eleito.
A verdade é que Maria da Glória ontem não estava muito bem disposta, alguma coisa que comeu tê-la-á deixado indisposta do estômago e era para isso que o filho e a nora a alertavam antes da chegada do convidado de honra. “Se ele trouxer mesmo o bagaço a mãe hoje não devia beber”. Acha que não? Ao contrário de Marcelo, Maria da Glória não quer saber do que faz mal ou bem à saúde. Mais a mais, o bagaço nunca lhe fez mal... antes pelo contrário.
Maria da Glória disse ao professor que tinha caído e Marcelo Rebelo de Sousa assusta-se. “Caiu e está aqui assim? Não foi ao médico? Nesta idade o colo do fémur é um perigo”. Nada que importe a senhora. “Não, eu cá sou rija”, atira a “Glorinha”, como é carinhosamente conhecida no lar.
No registo descontraído a que já habituou os portugueses, Marcelo serviu arroz-doce, distribuiu beijinhos e visitou o lar, de braço dado com Maria da Glória. Um registo que promete manter mesmo depois e tomar posse.
Cumprida a promessa, não era só Marcelo quem tinha uma prenda para a senhora que lhe tinha vaticinado a sorte. Maria da Glória também levava “uma prenda” no bolso. Um pequeno buda da sorte, que costuma trazer sempre na algibeira. Não é que seja budista, nem Marcelo é, mas isto da sorte tem muito que se lhe diga e o recém-eleito Presidente da República há de precisar dela. Por isso, o buda muda de bolso e entra diretamente na algibeira presidencial.
Tanto um como outro gostam de conversar e por isso ali ficaram largos minutos à volta da mesa. Maria da Glória confessa que tem o hábito de colecionar fotografias com políticos que visitam a instituição. Já tem do “Coelho”, de “Paulo Portas”, de “Sócrates”, de quem confessa que “gosta muito. Todos menos de Cavaco de quem não gosta "mesmo nada".
Um Presidente mais próximo das pessoas
Vou tentar ser um Presidente mais próximo das pessoas. É a minha maneira de ser. Eu era assim antes da campanha, sou assim depois da campanha, e espero continuar a ser assim mesmo depois de tomar posse”.
Há situações em que a informalidade não é permitida, admite Marcelo. Mas mesmo em matérias oficiais, defende que “sempre que haja uma decisão importante, deve haver uma comunicação menos formal, ou mais explicativa. Costumava ser feito por escrito mas eu espero algumas vezes fazê-lo oralmente”.
Os jornalistas quiseram saber o que pensa Marcelo sobre os temas do momento, como a eutanásia ou a crise entre o primeiro-ministro e o governador do Banco de Portugal.
Eu não acho nada até ao dia 9 de Março e o que na altura achar direi aos portugueses com o critério que o Presidente da República entende que deve ser dito aos portugueses”.
Por esta altura a conversa já era outra, mais complicada, e já Maria da Glória tinha voltado para dentro, de braço dado com Marcelo, que fez questão de a levar ao seu lugar pela mão, “para não cair”. Está entregue. Adeus, beijinhos, fotografias, muito obrigada. “Agora deixe-me lá ir mas é buscar a minha garrafa antes que me fiquem com ela!”. E lá foi ela, a dona Glorinha que a meses de completar 90 anos se sentiu "a mulher mais especial de Portugal". E foi mesmo!Vou tentar ser um Presidente mais próximo das pessoas. É a minha maneira de ser. Eu era assim antes da campanha, sou assim depois da campanha, e espero continuar a ser assim mesmo depois de tomar posse”.
Há situações em que a informalidade não é permitida, admite Marcelo. Mas mesmo em matérias oficiais, defende que “sempre que haja uma decisão importante, deve haver uma comunicação menos formal, ou mais explicativa. Costumava ser feito por escrito mas eu espero algumas vezes fazê-lo oralmente”.
Os jornalistas quiseram saber o que pensa Marcelo sobre os temas do momento, como a eutanásia ou a crise entre o primeiro-ministro e o governador do Banco de Portugal.
Eu não acho nada até ao dia 9 de Março e o que na altura achar direi aos portugueses com o critério que o Presidente da República entende que deve ser dito aos portugueses”.
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