“Há falta de 1300 camas em hospitais e de 700 médicos no país"
O papel da atividade física na promoção de comunidades saudáveis está a ser debatido num encontro da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, que decorreu esta quinta-feira, durante todo o dia, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal. O VI Fórum da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, integrado no calendário de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016, reflete sobre temáticas como comunidades saudáveis para todos, numa perspetiva inclusiva e considerando a importância da atividade física na promoção de estilos de vida saudáveis, e o bem-estar físico, mental e social.
“É necessário democratizar o acesso à prática desportiva. É necessário fortalecer os sistemas centrados nas pessoas”, realçou, na sessão de abertura, o vereador com o pelouro do Desporto na Câmara de Setúbal, Pedro Pina. “A Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis requer um compromisso local, para que haja um maior investimento na saúde”.
O autarca sublinhou que o encontro, organizado entre a autarquia e a Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, entidade que congrega um conjunto de municípios unidos pela vontade de promover a saúde e a qualidade de vida das comunidades que representam, “é um espaço de liberdade e de participação”.
O presidente do Conselho de Administração da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, Joaquim Santos, [que preside também a Câmara do Seixal], referiu que este fórum tem “apoiado os fundamentos para os ganhos em saúde e contribuído muito para a área do envelhecimento saudável”.
O dirigente traçou o panorama nacional atual da saúde em Portugal para referir que “há falta de 1300 camas em hospitais e de 700 médicos”.
Joaquim Santos, presidente de um organismo que tem também como missão divulgar e promover a nível nacional o projeto “Cidades Saudáveis”, da Organização Mundial de Saúde, e os conceitos que o sustentam, avançou ainda alguns dados relativos ao papel “fundamental” da atividade física, “quer para o bem-estar físico, quer emocional”.
Os resultados para Portugal, segundo dados do barómetro European Social Survey, situam-se abaixo da média europeia. A resposta, para Joaquim Santos, passa pela “escola pública, que deve incutir práticas e hábitos desportivos”.
Andreia Jorge Silva, presente na sessão de abertura em representação do ministro da Saúde, considerou que o Fórum da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis constitui “um desígnio para a saúde e para as pessoas”e “uma iniciativa que mostra como os municípios podem ajudar os seus residentes a serem mais saudáveis”.
"Trabalho para a plena inclusão da pessoa com deficiência no desporto"
Como corrigir os desequilíbrios com os indivíduos com deficiência, como pode ser feita a inclusão na sociedade, que direitos têm e de que forma as instituições podem ser ainda mais integradoras foram as questões abordadas noutro painel.
O psicólogo da educação José Morgado, numa apresentação sobre “Territórios Inclusivos e Saudáveis”, indicou a necessidade de dar voz às minorias. “Este assunto é visto com uma certa atitude paternalista ou generosa”.
Segundo o docente do Departamento de Psicologia da Educação do ISPA, esse trabalho deve passar pelas autarquias, com a inclusão de programas intergeracionais. “Devia existir o direito aos avós. Existem muitos seniores nos lares e muitas crianças em casa coladas à televisão. Deve existir um sentimento de pertença”.
José Morgado lamentou o desinvestimento escolar na Educação Física e a redução em 2012 da carga horária da disciplina no 3.º ciclo e no ensino secundário, medidas “que afetam a qualidade da vida dos adolescentes e conduzem ao sedentarismo”.
As respostas a tudo isto, concluiu, passam por “ativar recursos e competências, aumentando nos indivíduos e nas instituições a capacidade de empregar as suas qualidades positivas e otimizar os recursos do contexto para operar ativamente sobre as situações, modificando-as”.
Já o presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Almada e Seixal, José Patrício, abordou “Desporto com Sentido”, projeto com seis componentes que conta com a parceria da Direção-Geral da Educação, da Câmara do Seixal e da Faculdade de Motricidade Humana, com cofinanciamento do Programa Cidadania Ativa – EEA Grants, gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian.
O projeto, que “marca a diferença na área do desporto adaptado em Portugal”, acredita José Patrício, inclui 21 manuais de 58 autores do meio académico com orientações sobre a forma de trabalhar com alunos e atletas com deficiência, complementados por vídeos demonstrativos, materiais que serão distribuídos a nível nacional.
Deste modo, defende o presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Almada e Seixal, professores, técnicos de instituições e autarquias, treinadores e formadores “terão a base de trabalho para a plena inclusão da pessoa com deficiência no desporto”.
A Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, constituída em 1997, tem como objetivo apoiar a divulgação, implementação e desenvolvimento do projeto Cidades Saudáveis nas autarquias que pretendam assumir a promoção da saúde como uma prioridade da agenda dos decisores políticos.
Atualmente com 34 municípios do continente e ilhas, baseia a intervenção nos princípios da equidade, sustentabilidade, cooperação intersetorial e solidariedade.
O organismo promove um conjunto de iniciativas que dão a conhecer o trabalho que desenvolve, ao mesmo tempo que estreita a cooperação entre os municípios associados e parceiros, através da troca de experiências e de boas práticas na área da saúde.
Agência de Notícias
O papel da atividade física na promoção de comunidades saudáveis está a ser debatido num encontro da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, que decorreu esta quinta-feira, durante todo o dia, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal. O VI Fórum da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, integrado no calendário de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016, reflete sobre temáticas como comunidades saudáveis para todos, numa perspetiva inclusiva e considerando a importância da atividade física na promoção de estilos de vida saudáveis, e o bem-estar físico, mental e social.
APPACDM Setúbal apresentou pequena peça sobre desporto e saúde |
“É necessário democratizar o acesso à prática desportiva. É necessário fortalecer os sistemas centrados nas pessoas”, realçou, na sessão de abertura, o vereador com o pelouro do Desporto na Câmara de Setúbal, Pedro Pina. “A Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis requer um compromisso local, para que haja um maior investimento na saúde”.
O autarca sublinhou que o encontro, organizado entre a autarquia e a Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, entidade que congrega um conjunto de municípios unidos pela vontade de promover a saúde e a qualidade de vida das comunidades que representam, “é um espaço de liberdade e de participação”.
O presidente do Conselho de Administração da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, Joaquim Santos, [que preside também a Câmara do Seixal], referiu que este fórum tem “apoiado os fundamentos para os ganhos em saúde e contribuído muito para a área do envelhecimento saudável”.
O dirigente traçou o panorama nacional atual da saúde em Portugal para referir que “há falta de 1300 camas em hospitais e de 700 médicos”.
Joaquim Santos, presidente de um organismo que tem também como missão divulgar e promover a nível nacional o projeto “Cidades Saudáveis”, da Organização Mundial de Saúde, e os conceitos que o sustentam, avançou ainda alguns dados relativos ao papel “fundamental” da atividade física, “quer para o bem-estar físico, quer emocional”.
Os resultados para Portugal, segundo dados do barómetro European Social Survey, situam-se abaixo da média europeia. A resposta, para Joaquim Santos, passa pela “escola pública, que deve incutir práticas e hábitos desportivos”.
Andreia Jorge Silva, presente na sessão de abertura em representação do ministro da Saúde, considerou que o Fórum da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis constitui “um desígnio para a saúde e para as pessoas”e “uma iniciativa que mostra como os municípios podem ajudar os seus residentes a serem mais saudáveis”.
"Trabalho para a plena inclusão da pessoa com deficiência no desporto"
Como corrigir os desequilíbrios com os indivíduos com deficiência, como pode ser feita a inclusão na sociedade, que direitos têm e de que forma as instituições podem ser ainda mais integradoras foram as questões abordadas noutro painel.
O psicólogo da educação José Morgado, numa apresentação sobre “Territórios Inclusivos e Saudáveis”, indicou a necessidade de dar voz às minorias. “Este assunto é visto com uma certa atitude paternalista ou generosa”.
Segundo o docente do Departamento de Psicologia da Educação do ISPA, esse trabalho deve passar pelas autarquias, com a inclusão de programas intergeracionais. “Devia existir o direito aos avós. Existem muitos seniores nos lares e muitas crianças em casa coladas à televisão. Deve existir um sentimento de pertença”.
José Morgado lamentou o desinvestimento escolar na Educação Física e a redução em 2012 da carga horária da disciplina no 3.º ciclo e no ensino secundário, medidas “que afetam a qualidade da vida dos adolescentes e conduzem ao sedentarismo”.
As respostas a tudo isto, concluiu, passam por “ativar recursos e competências, aumentando nos indivíduos e nas instituições a capacidade de empregar as suas qualidades positivas e otimizar os recursos do contexto para operar ativamente sobre as situações, modificando-as”.
Já o presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Almada e Seixal, José Patrício, abordou “Desporto com Sentido”, projeto com seis componentes que conta com a parceria da Direção-Geral da Educação, da Câmara do Seixal e da Faculdade de Motricidade Humana, com cofinanciamento do Programa Cidadania Ativa – EEA Grants, gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian.
O projeto, que “marca a diferença na área do desporto adaptado em Portugal”, acredita José Patrício, inclui 21 manuais de 58 autores do meio académico com orientações sobre a forma de trabalhar com alunos e atletas com deficiência, complementados por vídeos demonstrativos, materiais que serão distribuídos a nível nacional.
Deste modo, defende o presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Almada e Seixal, professores, técnicos de instituições e autarquias, treinadores e formadores “terão a base de trabalho para a plena inclusão da pessoa com deficiência no desporto”.
A Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, constituída em 1997, tem como objetivo apoiar a divulgação, implementação e desenvolvimento do projeto Cidades Saudáveis nas autarquias que pretendam assumir a promoção da saúde como uma prioridade da agenda dos decisores políticos.
Atualmente com 34 municípios do continente e ilhas, baseia a intervenção nos princípios da equidade, sustentabilidade, cooperação intersetorial e solidariedade.
O organismo promove um conjunto de iniciativas que dão a conhecer o trabalho que desenvolve, ao mesmo tempo que estreita a cooperação entre os municípios associados e parceiros, através da troca de experiências e de boas práticas na área da saúde.
Agência de Notícias
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