"Mais do que um evento, uma marca na nossa história e na nossa origem"
Mercado Caramelo decorre até domingo à noite em Pinhal Novo |
Os primeiros tempos do Mercado do Pinhal Novo - que nasceu a 9 de Maio de 1875 - é o pano de fundo desta iniciativa que promete ser um marco "na cultura caramela" nos próximos anos. A partir desta sexta-feira, no Jardim José Maria dos Santos, há sopa caramela "à fartura", trajes típicos, artesãos vários e recriação histórica das tradições e memórias de Pinhal Novo. Ao mesmo tempo, diz Manuel Lagarto, presidente da Junta de Freguesia, o certame "pretende dar a conhecer e apostar no património gastronómico da sopa caramela". Um produto que o Confrade-Mor da Confraria da Sopa Caramela, um dos organizadores do evento, quer que seja "do ano inteiro".
Luís Fernandes, presidente da Confraria, explicou que a iniciativa “está em processo construtivo, que começou com a implantação da Casa Caramela”. O Confrade-Mor destaca que “este ano vão haver mais expositores, mais stands, mais tabernas e mais espaços de sopa caramela”.
O mercado caramelo terá três espaços distintos. O Largo José Maria dos Santos, a Rua da Estação Velha e o parque de estacionamento junto à Estação nova, que dará lugar à zona de divertimentos. No lago do Jardim, a sopa caramela será a rainha e o abafadinho o novo príncipe da "nação caramela". É lá que ficarão as Tabernas Caramelas e o espaço onde se pode "comer e beber à bruta". Momentos que, por certo, irão inundar o Pinhal Novo do saudável espírito de ruralidade e alegria que caracterizava - e continua a caracterizar - o mercado de outros tempos.
A festa do povo caramelo
Manuel Lagarto, presidente da Junta de Freguesia de Pinhal Novo, considera que o evento “é um momento de afirmação dos produtos caramelos, com destaque para o abafadinho caramelo, a sopa e o lançamento do pão confecionado pela padaria mais antiga do Pinhal Novo”. Outra das novidades, confessou o autarca, “será a criação do Mercadito Caramelo para as crianças com jogos e iniciativas, que contam com a participação de oito colégios particulares”.
Neste espaço infantil há brincadeiras e jogos de outros tempos e um workshop de sopa caramela, no sábado e no domingo, e um espaço de robertos [marionetas].
A festa do povo caramelo será também o retomar de profissões de antigamente. O barbeiro, o ardina, o amola tesouras, o tanoeiro, o vendedor de pirolitos e o vendedor da banha da cobra, o aguadeiro, o taberneiro, o retratista, o dentista à moda antiga, o pastor, o oleiro, o queijeiro, o tamanqueiro, os ferradores e as costureiras também irão marcar presença no mercado que, em Pinhal Novo, nasceu no final no século XIX e que continua a perdurar no tempo até hoje. No domingo, 14 de Maio, decorre no espaço do Mercado Mensal, a tradicional Feira de Maio.
Na verdade, o mercado caramelo pretende ainda reviver a tradição da Feira de Maio que "durante muitos anos foi o único evento festivo que existia em Pinhal Novo. Queremos não perder esta tradição criando para manter vivas as tradições e as memórias desta vila ", diz Manuel Lagarto.
Outra das vertentes de realce é a animação, que revive as tradições do jogo do pau, o tocar das gaitas-de-beiços, os gaiteiros, os bombos e os bailes das gentes caramelas.
"Ser caramelo começa a ser uma doença"
Para Álvaro Amaro, presidente da Câmara de Palmela, destacou "o trabalho fantástico da Junta de Freguesia, que irá recriar um mercado à moda antiga conciliando o espírito da modernidade com um território de tradições” e lembra que “foi neste local do Largo José Maria dos Santos que tudo começou". "Ser caramelo e reviver a nossa história começa a ser uma doença", dado a grande adesão e apoio das gentes da vila. Até porque, como já explicou o autarca, “esta forma de reviver o passado é uma forma de acrescentar futuro”.
Os espectáculos, a cargo dos artistas locais, decorrem no Coreto do Largo Jardim José Maria dos Santos, que se assume como o “coração” de todo o mercado caramelo, afinal foi aqui - junto à igreja matriz - que nasceu o primeiro mercado do gado em Maio de 1875, de acordo com informação manuscrita deixada pelo padre Theodoro de Souza, o primeiro capelão da Igreja de São José.
Apesar do tempo instável para este fim-de-semana, Luís Fernandes, o Confrade-Mor da Confraria da Sopa Caramela, afirma estar com "as expectativas de encher a casa" durante estes três dias de mercado à moda antiga. O responsável apela à participação dos pinhalnovenses neste que é o regresso às origens e "traduz o orgulho de ser caramelo".
Consulte aqui o programa oficial do Mercado Caramelo.
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