Sines diz adeus aos gigantes dos mares

Veleiros despediram-se de milhares de visitantes na terra de Vasco da Gama 

Durante quatro dias, Sines, tornou-se na capital do mar com a passagem da regata Rendez-Vouz Tall Ships 2017 pelo porto alentejano atraindo à cidade e à região milhares de pessoas. Perto de 20 navios e mais de mil tripulantes tornaram Sines na sua ‘casa’ com um conjunto de eventos e atividades para aproximar o público do mar e abrindo o ‘mundo’ da navegação aos olhares curiosos dos milhares de visitantes que durante horas a fio, apesar da chuva que chegou a espreitar, esperaram em filas para conhecerem de perto estes gigantes do mar, assistiram aos desfiles dos tripulantes, concertos, fogo de artifício e outras iniciativas. A organização não tem dúvidas em afirmar que Sines poderá ficar na rota dos grandes veleiros. 
Veleiros encantaram população de Sines 

Entre os grandes navios atracados em Sines esteve o navio-escola Sagres, com 120 tripulantes e capacidade de embarque para 60 cadetes, sendo mesmo o mais visitado pelos milhares de pessoas que estiveram no certame. O comandante António Gonçalves elogiava as "águas profundas" do porto alentejano, sobretudo por estar "em contacto com o oceano. Não é preciso navegar muitas milhas, como em Lisboa ou em Setúbal, para se chegar ao porto. Está dentro do oceano e também por isso tem uma grande dinâmica de crescimento", sublinhou.
O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, já tinha considerado que a realização do Tall Ships Festival no concelho "cai que nem ginjas" na estratégia definida pela autarquia, que aponta à dinamização do mar e das atividades náuticas, admitindo não ser por acaso que estão em curso alguns investimentos nesta área. Deu o exemplo do futuro observatório do mar, para mostrar o que foi a viagem de Vasco da Gama, mas também tudo o que são os achados arqueológicos nesta região.
Sines, historicamente ligada aos caminhos do mar, de onde partiu o explorador Vasco da Gama, recebeu cerca de 20 embarcações, com perto de mil tripulantes. Há garrafas de vinho da costa alentejana amadurecido no fundo do mar durante sete meses para oferecer aos navegadores, com uma qualidade nunca alcançada por estas paragens.
Eram aguardadas 300 mil pessoas mas só estiveram cerca de metade. Ainda assim, foi um sucesso dizem os "mentores" da ideia. Com a realização deste evento, Sines passou a fazer parte do mapa dos grandes veleiros. “Quando a Aporvela - entidade organizadora - propôs este evento, os responsáveis passaram a associar Sines à terra do grande navegador Vasco da Gama e isso constituiu a garantia de que a Saill Trainning Internacional aceitava a passagem da regata por este porto alentejano”, recordou Rui Costa, vice-presidente da Aporvela. 
Quatro anos depois, o responsável acredita que “se houver uma conjugação de vontades” é possível voltar a receber algo do género. “Para que no futuro Sines possa receber esta regata é preciso o interesse e o empenho das autoridades locais e regionais”, diz o dirigente. 
Para o presidente da autarquia de Sines há condições para dar continuidade ao impulso que foi dado com o Tall Ships Festival. “Temos condições para fazer um evento ainda maior e para trazer outro tipo de navios no futuro. Desde que assumimos o mar como prioridade que tentamos trazer a Sines vários eventos desportivos, desde a motonáutica à natação e, com tudo isto, impunha-se um grande evento de vela”, adiantou o autarca que sempre acreditou na grandiosidade deste evento.
 “Chegamos a um entendimento com a Aporvela e com a Administração do Porto de Sines e nunca houve receio de avançar com um evento desta envergadura porque tinhamos a percepção que trazer grandes veleiros à terra de Vasco da Gama era uma mais-valia”, reconheceu Nuno Mascarenhas que acredita no regresso dos grandes veleiros ao porto de Sines.
Nuno Mascarenhas, já tinha considerado que a realização do Tall Ships Festival no concelho "cai que nem ginjas" na estratégia definida pela autarquia, que aponta à dinamização do mar e das atividades náuticas, admitindo não ser por acaso que estão em curso alguns investimentos nesta área. Deu o exemplo do futuro observatório do mar, para mostrar o que foi a viagem de Vasco da Gama, mas também tudo o que são os achados arqueológicos nesta região.

Veleiros querem voltar ao mar de Sines 
Milhares assistiram à parada dos tripulantes 
"Sines não vai parar, isto é só o início porque Sines tem condições para receber os milhares de veleiros que passam na nossa costa e não sabiam, até agora, do potencial deste porto”, adiantou o responsável da Aporvela que pondera voltar a organizar um evento desta natureza neste porto. “Sines passou a fazer parte do mundo da vela ao mais alto nível e como estes eventos precisam no mínimo de quatro anos para serem organizados vamos pensar com calma e ponderação voltar a trazer estes grande veleiros ao porto de Sines”, garantiu João Lúcio que tem o apoio da Saill Trainning International. 
Raúl Mombacas, chairmain da Saill Trainning International  não tem dúvidas em afirmar que Sines poderá ficar na rota dos grandes veleiros. “Os portos que fazem este tipo de eventos querem sempre voltar a recebe-los e o que acabou de acontecer em Sines é muito positivo para a cidade e para a região”, disse o homem forte da regata. 
De Sines, os navios largaram, segunda-feira, até Las Palmas, no âmbito da regata dos grandes veleiros comemorativa dos 150 anos da Confederação do Canadá, seguindo depois para Bermudas e Estados Unidos, até chegar ao país “aniversariante”. Do Canadá, a frota cruzará ainda o Atlântico até ao destino final Le Havre (França). Em 2016, Lisboa recebeu a The Tall Ships Races, garantindo 650 mil espectadores, 3797 tripulantes e 51 navios.

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