Falta de água afeta produção de arroz em 50 por cento
"Vamos aguardar até uma decisão definitiva, mas eu acho que menos de 50 por cento [da produção de arroz] já não deixamos de fazer na zona de Alcácer do Sal", afirmou, frisando, no entanto, que continua a existir "uma situação de falta de água", apesar da chuva dos últimos dias.
A barragem de Vale do Gaio está actualmente com "42 por cento da capacidade de armazenamento" e a de Pego do Altar "com 47 por cento", segundo o coordenador geral da Associação de Regantes do Vale do Sado, Gonçalo Lince de Faria.
"Há 15 dias, quando começou a chover, não tínhamos rega, pura e simplesmente, não tínhamos absolutamente água nenhuma e, neste momento, temos já garantidos 60 por cento da área beneficiada", afirmou, acreditando que a situação pode vir a melhorar "com a chuva prevista para os próximos dias".
Isto significa, especificou, que, dos cerca de seis mil hectares do perímetro de rega do Vale do Sado, "cerca de 60 por cento de área, neste momento, já tem garantias de água".
O mesmo responsável da associação disse acreditar que, "se continuar a chover e a subir a quantidade de água armazenada nas albufeiras", vai ser possível ir "aumentando a área de rega", decisão que deve ser "tomada em Abril", altura em que "os agricultores começam a preparar as terras".
No concelho vizinho de Santiago do Cacém, onde existe uma área de 300 hectares dedicada à produção de arroz, o director adjunto da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, Ilídio Martins, estima que, com a subida do nível da água na barragem de Monte da Rocha, "cerca de metade da área de produção" possa ser abastecida.
Região tem 170 arrozais
Em Novembro do ano passado, os produtores de arroz tinham receio de não poder cultivar este ano, depois de, devido à quantidade de água disponível nas barragens, já terem reduzido em 2017, "20 a 30 por cento" da área semeada.
A redução da quantidade de água nas barragens de Pego do Altar e de Vale do Gaio notava-se já "desde há três anos", segundo disse em Novembro de 2017 o director-geral da Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado.
A situação levou à decisão dos produtores de semear arroz em menos "10 a 15 por cento" da área em 2016 e "20 a 30 por cento em 2017, de um total de "5.500 a 6 mil hectares".
O Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado tem 30 sócios e trabalha com "cerca de 170 produtores", maioritariamente de Alcácer do Sal, mas também dos concelhos de Montemor-o-Novo, Grândola e Santiago do Cacém.
Com uma "produção média anual de seis toneladas por hectare" e com "um preço médio de 280 euros por tonelada", o cultivo do arroz é uma das principais actividades económicas de Alcácer do Sal, que, quando explorados os seis mil hectares, pode chegar a valer cerca de "10 milhões de euros".
Chuva do último mês garante campanha deste ano
Por outro lado, a Associação de Orizicultores de Portugal, assegura que a produção de arroz em Portugal durante 2018 está assegurada, apesar da seca que afectou o país nos últimos meses.
"Há um mês, a seca era uma questão grave, mas neste momento, posso dizer-vos que a situação pior, que era na região do Vale do Sado, na região de Alcácer do Sal, tem actualmente água para a campanha deste ano (...). Tem até mais disponibilidade de água do que na campanha do ano passado", revelou o presidente da Associação de Orizicultores de Portugal, Joaquim Cabeça, numa audição na comissão parlamentar da Agricultura e do Mar.
O representante da associação de produtores de arroz lembrou que, com a sementeira a realizar-se nos meses de Abril e de Maio, há ainda alguma margem para evitar a seca.
Joaquim Cabeça apelou ainda à adopção de medidas de curto e médio prazo para evitar a repetição de situações de falta de água semelhantes às do ano passado.
Na mesma audição, a Casa do Arroz - Associação Interpessoal do Arroz, anunciou que pretende lançar uma campanha europeia para a promoção do arroz português.
"A ideia é falarmos ao consumidor europeu que existe um produto que é produzido na Europa e que o consumidor europeu desconhece, que como muitos portugueses desconhece que a Europa produz arroz de alta qualidade", disse Pedro Monteiro, presidente da Casa do Arroz, salientando que a importação de arroz de outros países está a ameaçar a produção europeia.
A seca sentida nos últimos meses chegou a ameaçar a produção de arroz, o cereal produzido em maiores quantidades em território nacional, para 2018.A seca levou mesmo a que, no final do ano passado, tenha ficado descoberta uma ponte, submersa na albufeira de Pego do Altar, que não era avistada fora de água desde 1999.
Nas últimas semanas, com a subida do nível da água, a ponte voltou a imergir.
Apesar da chuva dos últimos dias, continua a existir "uma situação de falta de água" na região, diz o director do Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado, João Reis Mendes. No ano passado, os produtores de arroz tinham receio de não poder cultivar este ano. O aumento da quantidade de água nas barragens de Pego do Altar e de Vale do Gaio, em Alcácer do Sal, deverá possibilitar o cultivo de, pelo menos, metade da produção habitual de arroz, segundo os produtores de arroz do Sado. No entanto, a Associação de Orizicultores de Portugal, assegura que a produção de arroz em Portugal durante 2018 está assegurada, apesar da seca que afectou o país nos últimos meses.
"Subiram os níveis de armazenamento das barragens, o que dá algum ânimo no sentido em que podemos fazer produção", disse nesta sexta-feira à agência Lusa o director do Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado, João Reis Mendes.Chuva devolve a esperança da produção de Arroz |
"Vamos aguardar até uma decisão definitiva, mas eu acho que menos de 50 por cento [da produção de arroz] já não deixamos de fazer na zona de Alcácer do Sal", afirmou, frisando, no entanto, que continua a existir "uma situação de falta de água", apesar da chuva dos últimos dias.
A barragem de Vale do Gaio está actualmente com "42 por cento da capacidade de armazenamento" e a de Pego do Altar "com 47 por cento", segundo o coordenador geral da Associação de Regantes do Vale do Sado, Gonçalo Lince de Faria.
"Há 15 dias, quando começou a chover, não tínhamos rega, pura e simplesmente, não tínhamos absolutamente água nenhuma e, neste momento, temos já garantidos 60 por cento da área beneficiada", afirmou, acreditando que a situação pode vir a melhorar "com a chuva prevista para os próximos dias".
Isto significa, especificou, que, dos cerca de seis mil hectares do perímetro de rega do Vale do Sado, "cerca de 60 por cento de área, neste momento, já tem garantias de água".
O mesmo responsável da associação disse acreditar que, "se continuar a chover e a subir a quantidade de água armazenada nas albufeiras", vai ser possível ir "aumentando a área de rega", decisão que deve ser "tomada em Abril", altura em que "os agricultores começam a preparar as terras".
No concelho vizinho de Santiago do Cacém, onde existe uma área de 300 hectares dedicada à produção de arroz, o director adjunto da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, Ilídio Martins, estima que, com a subida do nível da água na barragem de Monte da Rocha, "cerca de metade da área de produção" possa ser abastecida.
Região tem 170 arrozais
Em Novembro do ano passado, os produtores de arroz tinham receio de não poder cultivar este ano, depois de, devido à quantidade de água disponível nas barragens, já terem reduzido em 2017, "20 a 30 por cento" da área semeada.
A redução da quantidade de água nas barragens de Pego do Altar e de Vale do Gaio notava-se já "desde há três anos", segundo disse em Novembro de 2017 o director-geral da Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado.
A situação levou à decisão dos produtores de semear arroz em menos "10 a 15 por cento" da área em 2016 e "20 a 30 por cento em 2017, de um total de "5.500 a 6 mil hectares".
O Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado tem 30 sócios e trabalha com "cerca de 170 produtores", maioritariamente de Alcácer do Sal, mas também dos concelhos de Montemor-o-Novo, Grândola e Santiago do Cacém.
Com uma "produção média anual de seis toneladas por hectare" e com "um preço médio de 280 euros por tonelada", o cultivo do arroz é uma das principais actividades económicas de Alcácer do Sal, que, quando explorados os seis mil hectares, pode chegar a valer cerca de "10 milhões de euros".
Chuva do último mês garante campanha deste ano
Por outro lado, a Associação de Orizicultores de Portugal, assegura que a produção de arroz em Portugal durante 2018 está assegurada, apesar da seca que afectou o país nos últimos meses.
"Há um mês, a seca era uma questão grave, mas neste momento, posso dizer-vos que a situação pior, que era na região do Vale do Sado, na região de Alcácer do Sal, tem actualmente água para a campanha deste ano (...). Tem até mais disponibilidade de água do que na campanha do ano passado", revelou o presidente da Associação de Orizicultores de Portugal, Joaquim Cabeça, numa audição na comissão parlamentar da Agricultura e do Mar.
O representante da associação de produtores de arroz lembrou que, com a sementeira a realizar-se nos meses de Abril e de Maio, há ainda alguma margem para evitar a seca.
Joaquim Cabeça apelou ainda à adopção de medidas de curto e médio prazo para evitar a repetição de situações de falta de água semelhantes às do ano passado.
Na mesma audição, a Casa do Arroz - Associação Interpessoal do Arroz, anunciou que pretende lançar uma campanha europeia para a promoção do arroz português.
"A ideia é falarmos ao consumidor europeu que existe um produto que é produzido na Europa e que o consumidor europeu desconhece, que como muitos portugueses desconhece que a Europa produz arroz de alta qualidade", disse Pedro Monteiro, presidente da Casa do Arroz, salientando que a importação de arroz de outros países está a ameaçar a produção europeia.
A seca sentida nos últimos meses chegou a ameaçar a produção de arroz, o cereal produzido em maiores quantidades em território nacional, para 2018.A seca levou mesmo a que, no final do ano passado, tenha ficado descoberta uma ponte, submersa na albufeira de Pego do Altar, que não era avistada fora de água desde 1999.
Nas últimas semanas, com a subida do nível da água, a ponte voltou a imergir.
Agência de Notícias com Lusa
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