Ritual histórico anima época da Páscoa nas ruas de Palmela antiga
Palmela acolhe mais uma edição da tradicional “Queima do Judas” no dia 31 de Março, sábado de Aleluia. O desfile das 17 associações locais, acompanhadas pela população, tem início às 21h30, no Largo dos Loureiros e percorrerá o Centro Histórico da Vila, até ao Largo de S. João. A cada paragem, as associações locais fazem a dramatização do seu testamento, texto de tom satírico, que aborda temas da atualidade e dita o destino do Judas - boneco de palha, com recheio pirotécnico, que, assim, expia, simbolicamente, os pecados do mundo. O percurso termina no Largo de S. João, com animação musical e um espetáculo de fogo-de-artifício. Em Palmela, esta tradição pascal, foi recuperada em 1995 – depois de anos de esquecimento – pela mão da autarquia.
Queima do Judas está de volta ao coração de Palmela |
No sábado de Páscoa, dia 31 de Março, o Centro Histórico de Palmela volta a encher-se de gente e de festa para a tradicional Queima do Judas. O ritual teatral já é um dos momentos altos da cultura da vila. Recuperado à 23 anos, a Queima tem sabido crescer e envolver o movimento associativo e as populações locais.
A Queima do Judas foi recuperada em 1995 pelo Município de Palmela e deriva de um ritual de origens pagãs, ligado à celebração do equinócio da primavera e ao início de um novo ciclo de vida. O evento tem, ano após ano, vindo a crescer em número de participantes e visitantes, o que mostra, de acordo com o vereador da cultura da autarquia, "a expressão de uma população participativa e de um tecido associativo muito dinâmico".
À luz dos archotes, com o rufar dos tambores a marcar o ritmo, o movimento associativo do concelho irá ditar o destino dos Judas - bonecos de palha com recheio pirotécnico. Cada Judas ouve a leitura do seu testamento, texto teatral que dá voz à crítica e à sátira social, culminando na Queima, gesto simbólico da expiação de pecados e início de uma nova etapa.
Com animação assegurada pelos Bardoada – Grupo do Sarrafo, o percurso tem início às 21:30, no Largo dos Loureiros e passagem por várias “estações” para a queima do “boneco” e a leitura do seu testamento. Este ano, a Queima conta com um número recorde de 17 grupos: Bardoada – Grupo do Sarrafo (animação), Grupo Coral “Ausentes do Alentejo” (bar), Sociedade Filarmónica Palmelense “Loureiros”, Sociedade Filarmónica Humanitária, Passos e Compassos/ Grupo das Férias Culturais, Grupo de Teatro da Associação dos Serviços Sociais e Culturais dos Trabalhadores do Município de Palmela, ATA – Acção Teatral Artimanha, Associação Teatro Sem Dono, Sociedade Columbófila de Palmela, Associação de Escoteiros de Portugal – Grupo 40 de Palmela, INdiferentes, Associação de Idosos de Palmela, Moto Clube de Palmela, TELA – Teatro Extremamente Louco e Absurdo, Teatro da Vila, Avózinhas e PIA – Projectos de Intervenção Artística (Judas final).
O percurso finaliza no Largo de S. João, onde a Orquestra e os Diabos do Bardoada – Grupo do Sarrafo apresentam uma animação que antecederá o testamento da Câmara Municipal e a Queima do Judas, terminando com um espetáculo de fogo de artifício.
Luís Miguel Calha, vereador responsável pela área da Cultura, sublinha o papel da Queima do Judas enquanto "fator de identidade cultural e memória da comunidade de Palmela", recordando que "a cultura, a história, as tradições e costumes são, cada vez mais, reconhecidos, enquanto valores fundamentais de atratividade turística do nosso território, pelo que a Câmara de Palmela vai continuar a preservar e a fortalecer estas exemplares iniciativas", diz o responsável pela pasta da cultura do concelho.
Recuperado em 1995, o Ritual da Queima do Judas tem origens pagãs, ligadas à celebração da Primavera, e é parte integrante do Programa Municipal de Teatro. A iniciativa continua a inspirar as associações locais e os grupos de teatro de amadores do concelho, contribuindo para a preservação do nosso património cultural.
Agência de Notícias com Câmara de Palmela
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