Precariedade no porto de Setúbal pode "fechar" Autoeuropa por tempo indeterminado
Os trabalhadores da Autoeuropa foram alertados esta quinta-feira para a possibilidade de suspensão da produção devido à acumulação de viaturas provocada pela paralisação do porto de Setúbal, revelaram à agência Lusa funcionários da fábrica de Palmela.
“Todos nós começamos a estar preocupados com o arrastar desta situação que começou com a greve dos estivadores do Porto de Setúbal ao trabalho extraordinário durante o último verão, situação que, lamentavelmente, ainda continua por resolver”, disse um trabalhador da Autoeuropa à Lusa.
De acordo com o Jornal de Negócios, o tempo de paragem poderá chegar a 20 dias e começar mais cedo do que o dia 22 de Dezembro, data a partir da qual estava já programada uma paragem (até 4 de Janeiro de 2019) que, aliás, é normal acontecer esta época do ano. O Negócios acrescenta que a laboração pode parar já no dia 17 de Dezembro e que os fornecedores da unidade de Palmela já estão a ser avisados desta paragem.
A fábrica de Palmela, diz a SIC, se não houver acordo para o porto de Setúbal nas próximas 24 horas, a produção da Autoeuropa vai parar por tempo indeterminado. A ordem chegou da Alemanha. "Esta sexta-feira vamos trabalhar, pelo menos no turno da manhã e no turno da tarde, mas não sabemos mais do que isso. O que sabemos é que a Base Aérea do Montijo, onde já temos milhares de viaturas, está no limite da capacidade e o parque da Autoeuropa no porto de Setúbal também está completamente cheio", disse à agência Lusa um trabalhador da empresa. A notícia foi avançada pela SIC e pela RTP e diz respeito ao conflito que tem oposto sindicatos de estivadores e a administração portuária, que tem afectado o desenvolvimento normal das operações na fábrica de Palmela.
Há milhares de carros para embarcar em Setúbal |
Os trabalhadores da Autoeuropa foram alertados esta quinta-feira para a possibilidade de suspensão da produção devido à acumulação de viaturas provocada pela paralisação do porto de Setúbal, revelaram à agência Lusa funcionários da fábrica de Palmela.
“Todos nós começamos a estar preocupados com o arrastar desta situação que começou com a greve dos estivadores do Porto de Setúbal ao trabalho extraordinário durante o último verão, situação que, lamentavelmente, ainda continua por resolver”, disse um trabalhador da Autoeuropa à Lusa.
De acordo com o Jornal de Negócios, o tempo de paragem poderá chegar a 20 dias e começar mais cedo do que o dia 22 de Dezembro, data a partir da qual estava já programada uma paragem (até 4 de Janeiro de 2019) que, aliás, é normal acontecer esta época do ano. O Negócios acrescenta que a laboração pode parar já no dia 17 de Dezembro e que os fornecedores da unidade de Palmela já estão a ser avisados desta paragem.
A RTP também avançava que a produção podia parar já esta sexta-feira e por tempo indeterminado, isto enquanto não houvesse garantias por parte do Governo de que a situação criada pela greve no porto de Setúbal fosse ultrapassada. Fonte oficial da Autoeuropa não esteve até agora disponível para esclarecer informações que dão conta de uma paragem extraordinária na laboração.
A RTP deu também conta da existência de um descontentamento da administração alemã da Volkswagen com a situação, avançando até a realização de uma reunião entre o CEO do grupo, Herbert Deiss, e o primeiro-ministro português em Bruxelas, aproveitando a deslocação de António Costa ao Conselho Europeu.
A RTP deu também conta da existência de um descontentamento da administração alemã da Volkswagen com a situação, avançando até a realização de uma reunião entre o CEO do grupo, Herbert Deiss, e o primeiro-ministro português em Bruxelas, aproveitando a deslocação de António Costa ao Conselho Europeu.
No entanto, o gabinete do primeiro-ministro desmente que esta reunião tenha acontecido ou até que tenha sido pedida: “Desmentimos qualquer reunião em Bruxelas e nos próximos dias também não haverá”. O mesmo para a existência da reunião em Portugal.
A fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela produz diariamente mais de 800 veículos e já tem mais de 20 mil viaturas parqueadas na Base Aérea do Montijo e no Porto de Setúbal devido à paralisação dos estivadores eventuais, que recusam apresentar-se ao trabalho desde o passado dia 05 de Novembro como forma de pressão para exigirem um contrato coletivo de trabalho.
Um mediador indicado pelo Governo está a tentar resolver o conflito entre as empresas portuárias e o Sindicato dos Estivadores mas, até ao momento, ainda não houve acordo, pelo que se mantém a paralisação do porto de Setúbal.
"A situação é séria e tende a agravar-se"
Na passada quarta-feira, a AISET – Associação Industrial da Península de Setúbal, alertou para as consequências nefastas da paralisação para as empresas da região que estão a ser “asfixiadas” devido à impossibilidade de fazerem exportações e de importarem matérias-primas.
"A situação é séria e tende a agravar-se. Estamos a falar de uma greve que, em relação às horas extraordinárias vem de Agosto, e que provoca uma paralisação total do porto de Setúbal desde o início de Novembro. As grandes empresas da região, mesmo que tenham stock - de combustível, matéria-prima e outras coisas - todos os stocks são, por natureza, limitados e têm de ser geridos. O prolongar de uma situação destas é sério e danoso.Como não vemos o fim a este conflito, é normal que estejamos bastante preocupados. Está uma grande região industrial, fortemente exportadora, a ficar estrangulada na capacidade de cumprir os compromissos que tem para com os seus clientes", explicou diretor-geral da associação, Nuno Maia, aos microfones da TSF.
Um mediador indicado pelo Governo está a tentar resolver o conflito entre as empresas portuárias e o Sindicato dos Estivadores mas, até ao momento, ainda não houve acordo, pelo que se mantém a paralisação do porto de Setúbal.
"A situação é séria e tende a agravar-se"
Na passada quarta-feira, a AISET – Associação Industrial da Península de Setúbal, alertou para as consequências nefastas da paralisação para as empresas da região que estão a ser “asfixiadas” devido à impossibilidade de fazerem exportações e de importarem matérias-primas.
"A situação é séria e tende a agravar-se. Estamos a falar de uma greve que, em relação às horas extraordinárias vem de Agosto, e que provoca uma paralisação total do porto de Setúbal desde o início de Novembro. As grandes empresas da região, mesmo que tenham stock - de combustível, matéria-prima e outras coisas - todos os stocks são, por natureza, limitados e têm de ser geridos. O prolongar de uma situação destas é sério e danoso.Como não vemos o fim a este conflito, é normal que estejamos bastante preocupados. Está uma grande região industrial, fortemente exportadora, a ficar estrangulada na capacidade de cumprir os compromissos que tem para com os seus clientes", explicou diretor-geral da associação, Nuno Maia, aos microfones da TSF.
O cenário é, na opinião do diretor-geral da associação, "profundamente lesiva para a atividade empresarial, para a economia regional e do país, para o emprego e para o rendimento das famílias. Está a chegar já muito perto de um situação limite que precisa de ser resolvida".
Nuno Maia espera que a situação possa ser urgentemente resolvida, apelando aos estivadores, empresas e Governo que encontrem uma solução.Entre as empresas mais afetadas pela paralisação do Porto de Setúbal estão algumas das principais exportadoras da região, designadamente a Navigator, a Volkswagen Autoeuropa e a Lusosider.
A agência Lusa tentou ouvir a administração da Autoeuropa sobre a possibilidade de suspensão antecipada da produção, mas até ao momento não foi possível.
A agência Lusa tentou ouvir a administração da Autoeuropa sobre a possibilidade de suspensão antecipada da produção, mas até ao momento não foi possível.
Agência de Notícias com Lusa
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