Mentores do movimento entregaram carta aberta ao Governo
Em terra, no Terreiro do Paço, os manifestantes tocaram tambores, gritando “Aeroporto não!”, e envergaram cartazes e faixas onde se lia “Montijo com aeroporto, Tejo Morto” ou “low Cost hoje, high cost amanhã” ou ainda “crise climática está à vista, atitude ativista”.
A manifestação chamou a atenção dos transeuntes, a maioria turistas, que filmavam e tiravam fotografias ao mesmo tempo que tentavam perceber as razões do protesto, nomeadamente através dos panfletos que iam sendo distribuídos.
A ação tinha como objetivo mostrar que “não há consenso nacional” sobre a construção do novo aeroporto, ao contrário do que afirma o primeiro-ministro, António Costa, disse agência à Lusa Francisco Pedro, do Grupo de Ação e Intervenção Ambiental.
“Quando temos um primeiro-ministro que fala em nosso nome a dizer que há um consenso nacional sobre o novo aeroporto e um ministro do Ambiente que diz que não é preciso um estudo de impacto ambiental, temos o mundo ao contrário”, defendeu Francisco Pedro.
“Precisamos de proteger o estuário [do Tejo] que está cá antes da cidade, precisamos de proteger as duzentas espécies de aves que utilizam este espaço na sua migração mundial, a qualidade de vida das pessoas do Montijo, o direito à habitação na cidade de Lisboa que está destruído com mais de um milhão de turistas”, afirmou ainda o ativista da Grupo de Ação e Intervenção Ambiental.
O protesto contou com várias associações ambientes, entre elas, a Climáximo, a Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não ou a Rede para o Decrescimento.
Num dos panfletos distribuídos, as associações afirmam que “não há meio de transporte tão poluente como avião”, sublinhando que “Portela e Montijo a funcionar permite duplicar a média de movimentos aéreos por hora, de 38 para 72″.
A 'Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não' entregou na sexta-feira uma carta aberta ao ministro do Planeamento e Infraestruturas a alertar para as consequências da instalação do futuro terminal aeroportuário de Lisboa na Base Aérea do Montijo. "Entregamos uma carta aberta ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, que enuncia um conjunto de questões que demonstram que a escolha do Montijo não é mais barata, não demora menos tempo a construir e tem algumas limitações que não teria a construção do novo aeroporto no campo de tiro de Alcochete", disse o antigo presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Carlos Matias Ramos.
Plataforma critica opção Montijo |
"Como reconheceu o ministro da Defesa, só a deslocalização da Força Aérea da Base Aérea do Montijo irá demorar cerca de dois anos e deverá custar cerca de 200 milhões de euros", disse, assegurando que, em termos de custo e de tempo, a opção pelo campo de tiro de Alcochete é melhor e teria a vantagem de se poder fazer uma "pista com mais de três mil metros de comprimento, de forma a permitir a descolagem e aterragem de aviões `wide-body´ (de fuselagem larga e com capacidade para transportar mais de 300 passageiros)".
De acordo com Carlos Matias Ramos, na Base Aérea do Montijo, mesmo com o aumento do comprimento da pista, só será possível a descolagem e aterragem de aviões que transportam menos de 200 passageiros.
Por outro lado, acrescenta, com a construção do aeroporto no Montijo cerca de 30 mil pessoas do concelho da Moita, que não têm casas devidamente insonorizadas, vão ser sujeitas a níveis de ruído muito elevados, quando no campo de tiro de Alcochete esse universo seria de apenas 400 pessoas e, por isso, muito mais fácil de resolver.
Membro da 'Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não', Carlos Matias Ramos refere também que no campo de tiro de Alcochete já existe uma avaliação do risco de colisão das aeronaves com as aves, e que esse risco é menor do que no Montijo, onde há muito mais aves a baixa altitude.
De acordo com Carlos Matias Ramos, na Base Aérea do Montijo, mesmo com o aumento do comprimento da pista, só será possível a descolagem e aterragem de aviões que transportam menos de 200 passageiros.
Por outro lado, acrescenta, com a construção do aeroporto no Montijo cerca de 30 mil pessoas do concelho da Moita, que não têm casas devidamente insonorizadas, vão ser sujeitas a níveis de ruído muito elevados, quando no campo de tiro de Alcochete esse universo seria de apenas 400 pessoas e, por isso, muito mais fácil de resolver.
Membro da 'Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não', Carlos Matias Ramos refere também que no campo de tiro de Alcochete já existe uma avaliação do risco de colisão das aeronaves com as aves, e que esse risco é menor do que no Montijo, onde há muito mais aves a baixa altitude.
Segundo o antigo presidente do LNEC, o problema da distância em relação a Lisboa é outro mito, uma vez que, embora o campo de tiro de Alcochete esteja um pouco mais longe da capital, "não é a distância que é importante, mas o tempo que se demora a chegar a Lisboa".
"E, em termos de tempo, chegar a Lisboa a partir do campo de tiro de Alcochete demoraria apenas mais cinco minutos", assegurou.
"E, em termos de tempo, chegar a Lisboa a partir do campo de tiro de Alcochete demoraria apenas mais cinco minutos", assegurou.
Moita não quer aeroporto no Montijo
Contra a opção do Governo está também o presidente da Câmara da Moita, um município que deverá ser bastante afetado pela eventual instalação do aeroporto no Montijo.
Rui Garcia não vai acompanhar a entrega da carta aberta ao ministro do Planeamento e Infraestruturas, mas critica a escolha do Governo e afirma estar "solidário com `Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não´".
Rui Garcia não vai acompanhar a entrega da carta aberta ao ministro do Planeamento e Infraestruturas, mas critica a escolha do Governo e afirma estar "solidário com `Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não´".
"Temos a convicção de que estamos do lado certo e de que ainda é possível reverter esta decisão do Governo, que foi tomada antes de se realizarem os estudos necessários. É difícil compreender porque é que o Governo tem esta fixação nesta solução, quando, cremos, cada vez fica mais claro que se trata de uma solução que não dá uma resposta adequada aos problemas do país, à necessidade de expansão da atividade aeroportuária e que tem impactos graves sobre importantes grupos populacionais e impactos ambientais significativos", disse Rui Garcia, que também integra a plataforma cívica contra o futuro aeroporto do Montijo.
"O concelho da Moita tem o seu principal núcleo populacional debaixo do cone de aterragem do futuro aeroporto, caso venha a ser instalado na Base Aérea do Montijo. Estimamos que sejam pelo menos 30 mil pessoas naquela zona mais afetada, sendo que os concelhos do Barreiro, do Montijo e de Alcochete também deverão ser afetados, embora de forma menos intensa", acrescentou Rui Garcia.
Para o presidente da Câmara da Moita, "não é compreensível a opção do Governo de querer instalar um aeroporto civil na Base Aérea do Montijo", que está "junto ao estuário do Tejo, rodeada de populações, vilas e cidades consolidadas".
"O concelho da Moita tem o seu principal núcleo populacional debaixo do cone de aterragem do futuro aeroporto, caso venha a ser instalado na Base Aérea do Montijo. Estimamos que sejam pelo menos 30 mil pessoas naquela zona mais afetada, sendo que os concelhos do Barreiro, do Montijo e de Alcochete também deverão ser afetados, embora de forma menos intensa", acrescentou Rui Garcia.
Para o presidente da Câmara da Moita, "não é compreensível a opção do Governo de querer instalar um aeroporto civil na Base Aérea do Montijo", que está "junto ao estuário do Tejo, rodeada de populações, vilas e cidades consolidadas".
Ativistas protestaram contra novo aeroporto
Cerca de trinta ativistas ambientais partiram em dois veleiros da Doca de Alcântara, em Lisboa, rumo ao Terreiro do Paço, onde protestaram contra o futuro aeroporto do Montijo.Em terra, no Terreiro do Paço, os manifestantes tocaram tambores, gritando “Aeroporto não!”, e envergaram cartazes e faixas onde se lia “Montijo com aeroporto, Tejo Morto” ou “low Cost hoje, high cost amanhã” ou ainda “crise climática está à vista, atitude ativista”.
A manifestação chamou a atenção dos transeuntes, a maioria turistas, que filmavam e tiravam fotografias ao mesmo tempo que tentavam perceber as razões do protesto, nomeadamente através dos panfletos que iam sendo distribuídos.
A ação tinha como objetivo mostrar que “não há consenso nacional” sobre a construção do novo aeroporto, ao contrário do que afirma o primeiro-ministro, António Costa, disse agência à Lusa Francisco Pedro, do Grupo de Ação e Intervenção Ambiental.
“Quando temos um primeiro-ministro que fala em nosso nome a dizer que há um consenso nacional sobre o novo aeroporto e um ministro do Ambiente que diz que não é preciso um estudo de impacto ambiental, temos o mundo ao contrário”, defendeu Francisco Pedro.
“Precisamos de proteger o estuário [do Tejo] que está cá antes da cidade, precisamos de proteger as duzentas espécies de aves que utilizam este espaço na sua migração mundial, a qualidade de vida das pessoas do Montijo, o direito à habitação na cidade de Lisboa que está destruído com mais de um milhão de turistas”, afirmou ainda o ativista da Grupo de Ação e Intervenção Ambiental.
O protesto contou com várias associações ambientes, entre elas, a Climáximo, a Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não ou a Rede para o Decrescimento.
Num dos panfletos distribuídos, as associações afirmam que “não há meio de transporte tão poluente como avião”, sublinhando que “Portela e Montijo a funcionar permite duplicar a média de movimentos aéreos por hora, de 38 para 72″.
Agência de Notícias com Lusa
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