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Contributo para a salvaguarda das embarcações tradicionais do Tejo pronto no final deste ano
A Câmara da Moita mantém-se dedicada a preparar uma candidatura da construção tradicional naval, no estaleiro de Sarilhos Pequenos, a património imaterial da Unesco. Esta é uma iniciativa desenvolvida no âmbito do projecto “Moita Património do Tejo”, através da qual a autarquia espera associar um conjunto de iniciativas e acções que incentivam a visibilidade e valorização das actividades ribeirinhas. De acordo com a autarquia, o projeto "está a decorrer e a sua conclusão está prevista para o final deste ano”. A par deste projeto foi também criado um grupo de trabalho para desenvolver acções de promoção da “Moita Património do Tejo”, nas várias áreas de atuação da autarquia, “como o turismo, educação e património”.
Varino Boa Viagem representa as embarcações tradicionais |
A candidatura das técnicas de construção e reparação das embarcações tradicionais do Estuário do Tejo a património imaterial, está a ser preparada desde Junho de 2018. Rui Garcia, presidente da Câmara Municipal, explica que a candidatura a Património da Humanidade tem como objectivo proteger a construção naval tradicional do Tejo, mas também o próprio rio.
Uma estratégia que Rui Garcia, presidente da autarquia destaca como “fundamental para promover e dar a conhecer o território da Moita e apresentar todo o seu potencial de desenvolvimento”.
Na apresentação da candidatura, Rui Garcia, afirmou estar convicto de que este projeto será “um contributo de grande importância para a salvaguarda das embarcações tradicionais do Estuário do Tejo, enquanto património vivo, não só do concelho da Moita, mas de toda a região”, acrescentando ainda que é o passo seguinte do caminho iniciado há três décadas pela Câmara Municipal da Moita, “o caminho da recuperação do Tejo, de salvaguarda do seu património e de regresso à vivência do Rio como fator de desenvolvimento social, ambiental e económico do concelho, da região e do país”.
Rui Garcia revelou também que é no concelho da Moita que se mantém vivo um elemento fundamental para a continuidade dos barcos típicos do Tejo: o último estaleiro de construção naval em madeira do Estuário do Tejo e um dos últimos do país, o Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos, do Mestre Jaime Costa.
“Os barcos típicos do Tejo não sobreviverão ao desaparecimento do conhecimento e dos meios para a sua construção e manutenção. Os barcos de maior porte não dispensam a existência de um estaleiro, devidamente apetrechado de saberes e de meios”, explicou o autarca, referindo ainda que “a idade avançada dos artífices que trabalham no estaleiro e o facto de não se ter até agora conseguido atrair e fixar trabalhadores mais jovens, colocam em risco eminente a continuidade da atividade do estaleiro, ou seja, a continuidade da atividade dos barcos típicos do Estuário do Tejo. Por isso, esta urgência convoca-nos a todos para que mobilizemos esforços e encontremos caminhos para a sua salvaguarda”.
Varino O Boa Viagem como exemplo
De referir que a Câmara da Moita foi pioneira na aquisição, em 1980, do varino “O Boa Viagem”, abrindo assim o caminho para que outras câmaras da região o fizessem e, ao longo de décadas, tem desenvolvido um importante trabalho de recuperação do rio Tejo, devolvendo-o às suas populações, reconhecendo, desta forma, a relação ímpar que a população do concelho da Moita tem com o Estuário.
Foi com orgulho que Rui Garcia referiu que, nos dias de hoje, “o Tejo conjuga de novo o seu imenso valor natural com as suas mais belas jóias: os barcos típicos, com as suas linhas elegantes, as suas cores garridas, as suas decorações que expressam uma genuína arte popular, as suas velas arrojadas e os seus marinheiros valentes cruzam de novo em grande número as águas do estuário”, constatando ter sido o resultado de um “grande e persistente esforço conjunto das associações náuticas, dos proprietários de embarcações, de inúmeras pessoas individualmente, das autarquias, que tornou possível salvaguardar este património cultural material e imaterial. Um património vivo, que liga o presente à História e garante a perenidade da nossa identidade coletiva; e que afirma um potencial de futuro, pois demonstra a capacidade de encontrar nestes novos tempos as condições de atração e sustentabilidade que garantem a sua continuidade”.
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