Sapadores de Setúbal protestaram frente à Câmara

Autarquia recusa escala de serviço anual nos Sapadores e refuta acusações

O vereador da Proteção Civil na Câmara de Setúbal, Carlos Rabaçal, disse esta terça-feira ser impensável o regresso a uma escala anual nos Bombeiros Sapadores e desmentiu todas as acusações feitas ao executivo camarário e ao comandante Paulo Lamego. “Acabámos com esse modelo de uma escala anual há sete anos. Encontrámos uma solução de gestão racional em que os bombeiros fazem as horas extraordinárias que são efetivamente necessárias, com respeito por todos os seus direitos”, disse Carlos Rabaçal, acrescentando que o regresso a uma escala anual, não só não é necessário como representava um encargo adicional de 690 mil euros para o município. Cerca de duas dezenas de bombeiros sapadores de Setúbal concentraram-se junto à câmara municipal com o STAL para exigir melhores condições de trabalho e o fim do "ambiente de repressão que se vive no quartel".
Sapadores protestam por melhores horários 

“Por outro lado, são falsas todas as afirmações feitas no comunicado do STAL (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local) que serviu de base à convocação da ação de protesto que teve lugar hoje [terça-feira] de manhã em frente à Câmara de Setúbal”, acrescentou o autarca, em resposta às acusações do STAL e de alguns bombeiros.
O referido comunicado do STAL reivindica “horários justos e dignos e uma escala de serviço anual”, ao mesmo tempo que critica a alegada “desregulação horária” na companhia de Sapadores Bombeiros de Setúbal, que dizem penalizar a vida pessoal dos elementos da companhia.
Confrontado com as acusações de alegadas arbitrariedades do comandante da corporação na gestão de pessoal e distribuição de trabalho, Carlos Rabaçal assegurou que as mesmas “não têm qualquer fundamento” e que o comandante faz a gestão do pessoal com base em “critérios técnicos, de eficácia e de eficiência”.
Paulo Pires, bombeiro há 20 anos na corporação considera que chegou a hora de dizer basta e admite que há um clima de divisão dentro da companhia. A autarquia nega qualquer repressão e represálias, depositando inteira confiança no comandante, e critica o STAL por não exigir ao Governo aquilo que "é realmente importante", a aprovação do Estatuto Profissional dos Bombeiros das Autarquias Locais.
Para Paulo Pires, "há os que acatam as ordens do comandante Paulo Lamego e são beneficiados por isso e há os que são colocados de castigo quando não cumprem aquilo que lhes é exigido, como a realização de exercícios dentro do quartel que vão para além do exigido na avaliação dos profissionais". O castigo, refere o bombeiro, passa pela recusa do pagamento de horas extraordinárias, a alteração de horários de forma arbitrária, ou a recusa do gozo de licenças de paternidade nos moldes em que a lei permite.

Autarquia promete novo quartel  
Carlos Rabaçal negou ainda que alguma vez tivessem sido retirados dois bombeiros que estariam a participar no combate a um incêndio para irem buscar uma delegação da Câmara Municipal ao aeroporto de Lisboa, contrariando a informação avançada esta terça-feira de manhã por alguns bombeiros que estiveram na concentração em frente à Câmara de Setúbal.
Os bombeiros queixam-se ainda de em Dezembro terem sido realizadas promoções internas que beneficiaram aqueles que estavam do lado do comandante, porém, Carlos Rabaçal explica que essa promoção foi uma medida que já estava planeada. "Nessa altura ativámos um mecanismo legal para a mobilidade intercategorias, de ​​​​​​​sub chefes para chefes, e estamos agora prestes a lançar novo concurso público para aqueles que ficaram de fora".
O autarca assegurou ainda que a câmara tem vindo a fazer os trabalhos de manutenção indispensáveis ao atual quartel dos bombeiros, mas lembrou que a autarquia pretende dotar a companhia de Bombeiros Sapadores de num novo quartel, que deverá ficar instalado junto ao nó da via rápida de acesso à A2 com a estrada da Graça, numa zona que permite um acesso rápido a toda a cidade.

Agência de Notícias com Lusa 
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