TST volta a ligar Palmela e Lisboa ao fim de semana

Idas e vindas à capital com "serviços mínimos" aos fim de semana para Pinhal Novo e Palmela

A empresa Transportes Sul do Tejo (TST) já repôs este fim de semana "os dois primeiros serviços da manhã e os dois últimos da tarde da carreira 565", que efetua a ligação entre Palmela e Lisboa, anunciou a Área Metropolitana de Lisboa. Esta carreira liga Palmela, Pinhal Novo e Lisboa pela Ponte Vasco da Gama, tinha sido suprimida deixando centenas de pessoas sem qualquer ligação à capital [Gare do Oriente] durante o fim de semana. Após os fortes protestos da autarquia e da Área Metropolitana de Lisboa, a TST voltou atrás e já "apresenta" serviços mínimos com oito ligações [quatro a partir de Palmela e outras quatro a partir da Gare do Oriente] aos sábados e domingos. A empresa justifica as supressões e alterações de horários com o aumento da procura, alicerçada no preço mais acessível dos passes Navegante, que permitem usar todos os transportes públicos por 40 euros.
 Palmela a Lisboa com oito ligações ao fim de semana 

"No sábado, as partidas de Palmela serão às 7h30, 9h30, 17h30 e 19h30. As partidas de Lisboa, por sua vez, ocorrerão às 8h30, 10h30, 18h30 e 20h30", refere em comunicado a Área Metropolitana de Lisboa.
Na mesma nota, a Área Metropolitana de Lisboa indica que, "no domingo, os autocarros partirão de Palmela às 7h30, 10h30, 17h30 e 19h30", enquanto "as saídas da Gare do Oriente, em Lisboa, serão às 08h30, 11h30, 18h30 e 20h30".
"A reposição da carreira 565 no ultimo fim de semana, que se junta à reposição efetiva das carreiras que ligavam a cidade de Lisboa ao Vale Amoreira, Almada e Samouco [via Montijo], anunciadas no dia 6 de Janeiro, vai ao encontro das necessidades dos utentes do serviço de transporte público, defendidas pela Área Metropolitana de Lisboa, em reunião com a empresa TST", continua o comunicado.
A Área Metropolitana de Lisboa salienta também que "a solução duradoura para esta carreira, e para um outro conjunto de modificações que ainda se verificam, será discutida, brevemente, em reuniões tripartidas entre a Área Metropolitana de Lisboa, os municípios envolvidos e os TST".
A Câmara de Palmela, recorde-se, demonstrou a sua total discordância face à medida, que "põe em causa o serviço público prestado à população e constitui um retrocesso no caminho trilhado em 2019, com o novo passe intermodal. Os objetivos continuam a ser o aumento e qualificação da oferta de transporte público rodoviário, pelo que se exige que sejam imediatamente repostas as carreiras e os horários agora alterados unilateralmente pela empresa". 

Falta de recursos humanos obriga a “esforço adicional acima do razoável”
Aos seus passageiros, os TST não ofereceram nenhuma justificação para as alterações nas carreiras. Ao jornal Público, a empresa justifica as supressões e alterações de horários com o aumento da procura, alicerçada no preço mais acessível dos passes Navegante, que permitem usar todos os transportes públicos da AML por 40 euros.
Confirmando o aumento da procura na ordem dos 24 por cento desde a introdução, em Abril, dos novos passes Navegante, a empresa refere que o crescimento foi suportado com um pedido aos colaboradores: “um esforço adicional acima do que seria razoável”. “Desta experiência resulta a constatação de uma insustentabilidade económica e humana”, sublinha a empresa.
“Surpreendentemente e pela via dos acordos alcançados pelos trabalhadores do sector público de transportes rodoviários assistimos a uma forte transferência de recursos humanos do sector privado para as empresas do sector público dotadas de maiores recursos”, continua a empresa, privatizada em 1995.
As alterações nas carreiras visam, no entender da empresa, privilegiar o “efeito de rede”, com a utilização dos serviços de comboio, barco e metro de superfície “bem como o reforço das carreiras intermunicipais”.
Como última nota, a empresa refere ainda que o volume de oferta é “claramente acima da oferta anterior ao PART [que introduziu os passes mais baratos]” e que, em conjunto com a Área Metropolitana de Lisboa, irá ser definido um “trabalho conjunto de análise dos impactos das importantes alterações da procura realizados”.

Agência de Notícias com Lusa 
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