Alunos voltam às aulas com consciência de que “muita coisa vai mudar”
Desta vez a campainha não tocou, mas o portão abriu-se às 9h20 com a coordenação das assistentes operacionais, para que os estudantes formassem uma fila para desinfetar as mãos e recebessem uma máscara, no caso de não terem.
“Meninos mantenham a distância e a máscara, mas vocês não vêm televisão?”, ia alertando a coordenadora operacional Maria Santos, de 55 anos.
Para o aluno do 12.º ano, Pedro Duarte, as aulas ‘online’ “foram uma boa ajuda” durante o estado de emergência, mas voltar à escola é fundamental para “uma melhor preparação para os exames”.
Além disso, tem uma perspetiva muito prática em relação à nova realidade escolar, em que é obrigatório usar máscara e não pode haver muito contacto com os colegas.
“Acho que é algo que temos de nos habituar, porque há muita coisa que vai mudar a seguir a esta quarentena e temos de nos habituar a isso”, defendeu.
Já o estudante David Ferreira, de 18 anos, dividia-se entre o entusiasmo do regresso, porque “dois meses em casa custam, sem poder sair e apanhar ar fresco”, e a preocupação por não poder ver todos os seus amigos.
“É fundamental regressar, mas vai ser muito condicionado e não vamos poder estar com a maior parte da nossa turma. Se calhar há gente que eu gostava de estar e não vou estar, mas pronto”, lamentou.
Pequenas coisas a acertar
Para o diretor da escola, António Carvalho, este reinício de aulas presenciais “foi muito positivo e os alunos corresponderam”, apesar de haver “pequenas coisas a acertar”.
“Um bom exemplo é que na entrada tínhamos dois dispensadores do mesmo lado e rapidamente nos apercebemos que os alunos com máscara podiam entrar por um lado e os que não tinham por outro. Ajustamos o espaço nos primeiros três minutos e a coisa começou a fluir na perfeição”, referiu.
De acordo com o responsável, na manhã de segunda-feira estiveram presentes cerca de 80 alunos, o que corresponde a 70 por cento dos estudantes que “deviam entrar nas instalações”, apesar de nunca poderem estar mais do que 140 estudantes por turno.
“O dia de hoje destes alunos é estarem na sua mesa até às 12 horas, que é quando termina o turno da manhã, depois saem e o dia de trabalho na escola para eles terminou. Na escola, as assistentes operacionais farão a desinfeção da sala e à tarde, às 13 horas, entra um novo turno que estará connosco até às 17 horas”, explicou.
Os alunos da Escola Secundária João de Barros, em Corroios, no Seixal, regressaram na segunda-feira às aulas presenciais de uma forma tranquila, com algumas máscaras em falta, mas com a consciência de que “muita coisa vai mudar”. De acordo com os alunos, “presencial é muito melhor, explica-se melhor e não tem os problemas do computador, acho que é muito bom voltarmos”, disse Pedro Duarte, de 17 anos, que se encontrava junto ao portão a aguardar pela hora da entrada. Para o diretor da escola, António Carvalho, este reinício de aulas presenciais “foi muito positivo e os alunos corresponderam”, apesar de haver “pequenas coisas a acertar”. Num dia normal vão estar 120 alunos por turno, dos 480 que frequentam o 11.º e o 12.º ano.
O novo regresso à escola em tempos de pandemia |
Desta vez a campainha não tocou, mas o portão abriu-se às 9h20 com a coordenação das assistentes operacionais, para que os estudantes formassem uma fila para desinfetar as mãos e recebessem uma máscara, no caso de não terem.
“Meninos mantenham a distância e a máscara, mas vocês não vêm televisão?”, ia alertando a coordenadora operacional Maria Santos, de 55 anos.
Para o aluno do 12.º ano, Pedro Duarte, as aulas ‘online’ “foram uma boa ajuda” durante o estado de emergência, mas voltar à escola é fundamental para “uma melhor preparação para os exames”.
Além disso, tem uma perspetiva muito prática em relação à nova realidade escolar, em que é obrigatório usar máscara e não pode haver muito contacto com os colegas.
“Acho que é algo que temos de nos habituar, porque há muita coisa que vai mudar a seguir a esta quarentena e temos de nos habituar a isso”, defendeu.
Já o estudante David Ferreira, de 18 anos, dividia-se entre o entusiasmo do regresso, porque “dois meses em casa custam, sem poder sair e apanhar ar fresco”, e a preocupação por não poder ver todos os seus amigos.
“É fundamental regressar, mas vai ser muito condicionado e não vamos poder estar com a maior parte da nossa turma. Se calhar há gente que eu gostava de estar e não vou estar, mas pronto”, lamentou.
Pequenas coisas a acertar
Para o diretor da escola, António Carvalho, este reinício de aulas presenciais “foi muito positivo e os alunos corresponderam”, apesar de haver “pequenas coisas a acertar”.
“Um bom exemplo é que na entrada tínhamos dois dispensadores do mesmo lado e rapidamente nos apercebemos que os alunos com máscara podiam entrar por um lado e os que não tinham por outro. Ajustamos o espaço nos primeiros três minutos e a coisa começou a fluir na perfeição”, referiu.
De acordo com o responsável, na manhã de segunda-feira estiveram presentes cerca de 80 alunos, o que corresponde a 70 por cento dos estudantes que “deviam entrar nas instalações”, apesar de nunca poderem estar mais do que 140 estudantes por turno.
“O dia de hoje destes alunos é estarem na sua mesa até às 12 horas, que é quando termina o turno da manhã, depois saem e o dia de trabalho na escola para eles terminou. Na escola, as assistentes operacionais farão a desinfeção da sala e à tarde, às 13 horas, entra um novo turno que estará connosco até às 17 horas”, explicou.
Dez anos há espera da conclusão das obras
Vista de fora, a João de Barros quase parece moderna e com boas condições, mas a realidade é que está em obras há mais de dez anos e a maior parte das aulas são lecionadas em contentores.
Nesta matéria, os alunos dividem-se e enquanto David Ferreira considera que “os contentores não têm as melhores condições”, Pedro Duarte referiu que “até têm uma boa temperatura” e que já estão habituados “a viver neste ambiente”.
Já o presidente da Associação de Pais, José Lourenço, destacou a "capacidade de adaptação" da escola, mas considerou que as aulas deveriam ter continuado a partir de casa.
“Temos aqui uma escola em construção que ocupa 70 por cento do espaço e está em construção há dez anos. Nós temos aqui cerca de 1.300 alunos, mais professores e funcionários, que estão a funcionar em 30 por cento do espaço desta escola”, criticou.
As obras iniciaram-se em 2009, mas foram interrompidas pouco tempo depois por insolvência do empreiteiro, voltando a parar no ano passado por “litigância do empreiteiro e do dono da obra”, segundo o diretor.
Ainda assim, na semana passada António Carvalho garantiu à Lusa que estavam prontos para abrir a escola porque “inventam soluções sem recursos” há dez anos.
“Toda a experiência que temos tido ao longo do tempo, de lidar com situações imprevisíveis ou inventar soluções sem recursos, hoje está a ser-nos bastante útil para encontrarmos a solução mais ajustada às circunstâncias em que vivemos”, defendeu, na ocasião.
Segundo o responsável, o novo concurso público já foi lançado e há a expectativa de que “em Setembro ou Outubro se consiga retomar as obras”.
Uma escola com novas regras |
Nesta matéria, os alunos dividem-se e enquanto David Ferreira considera que “os contentores não têm as melhores condições”, Pedro Duarte referiu que “até têm uma boa temperatura” e que já estão habituados “a viver neste ambiente”.
Já o presidente da Associação de Pais, José Lourenço, destacou a "capacidade de adaptação" da escola, mas considerou que as aulas deveriam ter continuado a partir de casa.
“Temos aqui uma escola em construção que ocupa 70 por cento do espaço e está em construção há dez anos. Nós temos aqui cerca de 1.300 alunos, mais professores e funcionários, que estão a funcionar em 30 por cento do espaço desta escola”, criticou.
As obras iniciaram-se em 2009, mas foram interrompidas pouco tempo depois por insolvência do empreiteiro, voltando a parar no ano passado por “litigância do empreiteiro e do dono da obra”, segundo o diretor.
Ainda assim, na semana passada António Carvalho garantiu à Lusa que estavam prontos para abrir a escola porque “inventam soluções sem recursos” há dez anos.
“Toda a experiência que temos tido ao longo do tempo, de lidar com situações imprevisíveis ou inventar soluções sem recursos, hoje está a ser-nos bastante útil para encontrarmos a solução mais ajustada às circunstâncias em que vivemos”, defendeu, na ocasião.
Segundo o responsável, o novo concurso público já foi lançado e há a expectativa de que “em Setembro ou Outubro se consiga retomar as obras”.
Agência de Notícias com Lusa
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