Investigações arqueológicas revelam história da Igreja de Santa Maria
Os trabalhos arqueológicos que tiveram início no passado mês de Julho no Castelo de Palmela já permitiram confirmar a existência de uma necrópole no espaço da antiga Igreja de Santa Maria, anunciou, nesta segunda-feira, a Câmara Municipal. A intervenção arqueológica, com enfoque no adro da antiga Igreja de Santa Maria, onde vai ser instalada uma escada rampeada, criando um novo acesso, precede a realização das obras para a criação de percursos acessíveis - eliminando as barreiras físicas - no Castelo de Palmela. O investimento global, de 356 mil 700 euros, é cofinanciado pelo Programa Operacional Regional Lisboa 2020, no âmbito de uma candidatura ao programa Castelos e Fortalezas da Arrábida. Ao mesmo tempo, a Câmara de Palmela volta a proporcionar duas visitas guiadas ao Centro Histórico e ao Castelo de Palmela, com frequência gratuita, nos dias 5 de Setembro e 3 de Outubro. "Esta é uma oportunidade única de (re)descoberta do património local, recantos e paisagens observadas a partir dos miradouros da vila", diz a autarquia.
Castelo terá novas histórias para descobrir |
"Nota-se uma forte presença de crianças de muito tenra idade, própria da alta taxa de mortalidade que era comum nos primeiros anos de vida de então", acrescenta.
O município afirma que "todas as inumações respeitam os rituais associados às práticas cristãs" e que "osobjetos associados são muito raros, normalmente rosários ou terços, botões, crucifixos ou moedas, embora a maioria [das sepulturas] não tenha qualquer objeto, dada a condição social das pessoas que eram enterradas no adro" da Igreja de Santa Maria, no interior do castelo.
A Câmara de Palmela salienta ainda que alguma "documentação escrita de 1510 refere que no adro da igreja se praticavam enterramentos" e que as intervenções arqueológicas vieram confirmar a utilização daquele espaço como "cemitério da população de Palmela". A maioria dos enterramentos encontra-se em "bom estado de conservação".
Os trabalhos de campo têm contado, além dos arqueólogos, com a presença de uma antropóloga, prevendo-se que o trabalho laboratorial de antropologia, a realizar posteriormente, permita obter ainda "mais informação sobre a antiga população de Palmela, nomeadamente ao nível da estatura, alimentação, doenças ou deformações causadas pelo trabalho".
Ao mesmo tempo, a Câmara de Palmela volta a proporcionar duas visitas guiadas ao Centro Histórico e ao Castelo de Palmela, com frequência gratuita, nos dias 5 de Setembro e 3 de Outubro. Retomadas este mês, estas iniciativas, orientadas por António Lameira, voluntário do Museu Municipal de Palmela, constituem "oportunidades únicas de (re)descoberta do património local, recantos e paisagens observadas a partir dos miradouros da vila".
Com ponto de encontro no Chafariz D. Maria I, às 9h30, a visita guiada ao Centro Histórico dá lugar, às 11h30, a um percurso pelo Castelo, com início na Praça de Armas. As visitas guiadas têm a duração de uma 1h30 cada.
As marcações devem ser efetuadas até às 12 horas de dia 3 de Setembro e 1 de Outubro, respetivamente, através dos contactos patrimonio.cultural@cm-palmela.pt ou 212 336 640.
O número de participantes é limitado (mínimo de seis pessoas), em função das orientações da Direção-Geral da Saúde, sendo necessário o uso de máscara em alguns locais da visita.
Agência de Notícias
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