Moita defende novo aeroporto no Campo de Tiro

Rui Garcia disse em entrevista que aceitava aeroporto se a pista mudasse de sentido. Autarca acusa jornal de deturpação

A Câmara da Moita, que a par com a do Seixal se demonstram contra a construção do novo aeroporto no Montijo, defende que a construção do novo equipamento venha a ocorrer nos terrenos do Campo de Tiro, na freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, no distrito de Santarém.  Em nota de imprensa, onde a autarquia da Moita refuta uma noticia do jornal “O Setubalense”, em que alegadamente o presidente da Câmara da Moita, Rui Garcia, aceitaria o aeroporto do Montijo, desde que a pista tivesse outra configuração.  A autarquia "vem esclarecer que a interpretação feita pelo 'O Setubalense' não encontra correspondência em qualquer declaração feita durante a entrevista", garante o comunicado do município. No entanto ao jornal, o autarca tinha referido se "o cone de aterragem do novo aeroporto previsto para o Montijo não estivesse planeado no sentido Norte/Sul, incidindo diretamente sobre as localidades de Vale da Amoreira e Baixa da Banheira, a aceitação do projeto pelo executivo da Moita poderia ser muito diferente". 
Moita continua focada no aeroporto no campo de tiro 

Diz ainda mais Rui Garcia, "como se pode, aliás, perceber pela leitura mais atenta do seu desenvolvimento, apesar de, também aí, se encontrarem imprecisões que não refletem com rigor o conteúdo do que foi afirmado". 
A Câmara da Moita refere que não alterou a sua posição acerca do novo aeroporto, “e as posições que têm sido apresentadas publicamente pelo presidente da Câmara respeitam o que está contido nas decisões que foram tomadas pelos órgãos municipais: a recusa da construção de um aeroporto complementar na Base Aérea nº 6, fundamentada numa avaliação global negativa a esta solução, quando se consideram os melhores interesses do país, da região e do concelho da Moita, onde os impactos diretos afetariam a qualidade de vida de mais de 30 mil pessoas”. 
Desse modo a autarquia da Moita refere que, "mantém a defesa de que o Novo Aeroporto de Lisboa deve ser construído nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete, opção que terá um impacto muito menor para o ambiente e praticamente nulo para as populações, além de ser aquela que garante para o futuro um impulso de enorme importância ao crescimento económico da Região". 

O que disse ao jornal o presidente da Câmara da Moita
No entanto ao jornal, Rui Garcia terá dito se "o cone de aterragem do novo aeroporto previsto para o Montijo não estivesse planeado no sentido Norte/Sul, incidindo diretamente sobre as localidades de Vale da Amoreira e Baixa da Banheira, a aceitação do projeto pelo executivo CDU da Moita poderia ser muito diferente".
Na entrevista ao 'O Setubalense', Rui Garcia afirmou ainda que "a posição oficial continuaria a ser a de que “o equipamento ficaria mais bem localizado e traria maior sustentabilidade futura no Campo de Tiro de Alcochete". Mas, uma nova estratégia para o cone de aterragem “utilizando a pista localizada no eixo Este/Oeste da Base Aérea do Montijo traria, com toda a certeza, uma nova perspetiva da autarquia sobre o projeto”. Aliás, o autarca assumiu mesmo durante a entrevista que, "através desta solução, e a nossa legitimidade da autarquia para manter a sua posição atual diminuiria".
Questionado sobre se essa alteração seria motivo justificado para a autarquia mudar a sua posição, Rui Garcia foi, segundo, o jornal muito claro. "Sim, aliás, até se poderia chegar a um ponto em que a opinião deste executivo não tivesse que ser tida em conta", já que os impactes do aeroporto não se centrariam sobre o concelho da Moita, terá dito o autarca. 
No entanto, depois da publicação, o autarca desmentiu tudo e declarou que "outras hipotéticas opções, que não estão equacionadas na matéria que foi colocada à consideração do município, não podem, obviamente, ser alvo de pronúncia por serem meramente especulativas". 

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