Tribunal deu "luz verde" à festa. Moradores protestam hoje à tarde, comerciantes fecham portas e risco de contágio é real
Um grupo de moradores da freguesia da Amora, concelho do Seixal, vai realizar, nesta quinta-feira a partir das 18 horas, uma marcha lenta contra a realização da Festa do Avante, marcada para este fim de semana. Trata-se de um grupo de cidadãos que se afirma ‘supra-partidário’, e que se manifesta contra a realização da festa comunista por questões de saúde pública. A marcha lenta tem início marcado junto ao Complexo Desportivo Carla Sacramento com as viaturas a seguirem depois em marcha lenta em direção à Quinta da Atalaia, onde se realiza a Festa do Avante. Recorde-se que este protesto irá acontecer quando já está prometido para sexta, sábado e domingo um outro evento de protesto contra a celebração organizada pelo PCP. Mais de 50 comerciantes, nas proximidade da festa, já anunciaram o fecho das portas a partir de sexta-feira. Só voltam a reabrir na segunda-feira. Carlos Valente, representante de uma marca que fornece equipamentos a festivais e discotecas, entregou no tribunal do Seixal uma providência cautelar com o objetivo de impedir a realização da Festa do Avante!. Contudo, a providência não foi aceite. No parecer técnico, a avaliação da Direção-Geral da Saúde que dá agora luz verde à realização do evento é de que, no contexto atual da epidemia em Portugal, e em particular na área metropolitana de Lisboa, existe “um risco real de que, durante o evento, circulem pessoas infetadas, com ou sem sintomas”. Ainda assim aprovou a festa que terá quase 17 mil pessoas por dia.
DGS declara risco de contágio real mas festa vai Avante |
Nós estamos bastante indignados com a situação que o evento pode trazer com muitas pessoas a afluir ao Seixal”, explicou à Lusa Sónia Alves, uma das organizadoras do movimento “Seixal Sim Covid Não”, constituído por moradores do concelho.
A marcha é “apartidária” e vai iniciar-se pelas seis da tarde no Complexo Desportivo Carla Sacramento, terminando na rua Infante D. Augusto, em Amora, a freguesia onde também se vai realizar o evento comunista, entre 4 a 6 de Setembro.
Temos estado atentos ao 'feedback' das pessoas de Amora e estão bastante indignadas. Umas vão optar por sair das suas casas durante esses dias e outras vão ficar privadas da liberdade por questões de segurança e cautela, portanto, além de criar um sentimento de preocupação à saúde pública, também cria um sentimento de injustiça nas pessoas”, apontou a responsável.
Neste sentido, Sónia Alves explicou que o movimento decorrerá apenas em automóvel “exatamente para acautelar o que reivindicam, a saúde pública”.
Não faria sentido fazermos uma marcha pedonal, se estamos a defender a saúde pública do concelho, não podemos criar outro aglomerado de pessoas. Assim garante-se que há o distanciamento necessário e as pessoas podem manifestar-se na mesma”, mencionou.
“Se já fechamos durante dois meses e tal, que diferença faz fechar três dias? Prefiro fechar três dias agora, assumindo o risco financeiro, do que fechar três semanas porque pode aparecer alguém infetado”.
Maria Carvalho explica que os comerciantes aderentes são pastelarias, papelarias, oficinas, standes de automóveis, mini-mercados, esteticistas, cabeleireiros, etc. em zonas adjacentes à Quinta da Atalaia. São micro-empresários e empresas familiares que não vivem de subsídios públicos. “Nós sabemos que vamos ter prejuízos ao fechar mas a saúde vale mais”, explicou.
A comerciante diz, a terminar, que “convém dizer que gostamos do Avante, que gostamos das pessoas que vão ao Avante e temos apreço pelo Avante. Mas nesta altura de pandemia e restritiva, não nos podemos colocar em risco nem as pessoas que visitam a Amora”, conclui.
A marcha é “apartidária” e vai iniciar-se pelas seis da tarde no Complexo Desportivo Carla Sacramento, terminando na rua Infante D. Augusto, em Amora, a freguesia onde também se vai realizar o evento comunista, entre 4 a 6 de Setembro.
Temos estado atentos ao 'feedback' das pessoas de Amora e estão bastante indignadas. Umas vão optar por sair das suas casas durante esses dias e outras vão ficar privadas da liberdade por questões de segurança e cautela, portanto, além de criar um sentimento de preocupação à saúde pública, também cria um sentimento de injustiça nas pessoas”, apontou a responsável.
Neste sentido, Sónia Alves explicou que o movimento decorrerá apenas em automóvel “exatamente para acautelar o que reivindicam, a saúde pública”.
Não faria sentido fazermos uma marcha pedonal, se estamos a defender a saúde pública do concelho, não podemos criar outro aglomerado de pessoas. Assim garante-se que há o distanciamento necessário e as pessoas podem manifestar-se na mesma”, mencionou.
Além disso, quem não puder participar neste formato, indicou, pode sempre “fazê-lo dentro das suas casas, indo à janela e colocando um pano ou um adorno de cor negra, como forma de mostrar a sua indignação”.
No entanto, Sónia Alves aproveitou para frisar que os moradores “não estão contra a festa”, mas sim contra a opção de a concretizar este ano em que vivemos a pandemia da covid-19.
As próprias pessoas, os residentes do concelho, já foram frequentadores e eu própria participei durante 18 anos. Era sempre um evento alegre, com cultura e tudo o que é descrito pelo Partido Comunista Português (PCP), mas temos que perceber que estamos num contexto muito delicado da saúde pública”, defendeu.
Na sua visão, o PCP devia ter “alguma humildade perante esta situação” e devia “deixar um bocadinho a política de parte”.
Os argumentos são sempre os mesmos de que as pessoas estão contra a festa e que é uma perseguição política, mas é injusto fazerem-se este tipo de acusações quando vemos todos os dias no jornais pessoas que morrem com esta doença, as consultas que vão ficando para depois ou a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, apontou.
Aliás, referiu, os moradores estão preocupados que surja um foco de covid-19 no Seixal, que é servido pelo Hospital Garcia de Orta, juntamente com o concelho vizinho de Almada, os dois concelhos com maior índice de pessoas infetadas com o novo coronavírus da península de Setúbal, onde já existem “várias dificuldades estruturais”.
Na página do movimento na rede social Facebook, até ontem à tarde, cerca de 100 pessoas mostraram interesse em participar na marcha lenta e 27 marcaram que vão participar.
Meia centena de comerciantes fecham portas até segunda-feira
Também mais de 50 comerciantes da zona envolvente à Quinta da Atalaia, na freguesia de Amora, afirmaram no domingo que vão encerrar os seus estabelecimentos durante a Festa do Avante! por “precaução” e para “mitigar o risco de contágio” pelo novo coronavírus. A principal promotora do protesto nas redes sociais diz mesmo que “a probabilidade estatística de sermos contaminados é exponencial”.
No entanto, Sónia Alves aproveitou para frisar que os moradores “não estão contra a festa”, mas sim contra a opção de a concretizar este ano em que vivemos a pandemia da covid-19.
As próprias pessoas, os residentes do concelho, já foram frequentadores e eu própria participei durante 18 anos. Era sempre um evento alegre, com cultura e tudo o que é descrito pelo Partido Comunista Português (PCP), mas temos que perceber que estamos num contexto muito delicado da saúde pública”, defendeu.
Na sua visão, o PCP devia ter “alguma humildade perante esta situação” e devia “deixar um bocadinho a política de parte”.
Os argumentos são sempre os mesmos de que as pessoas estão contra a festa e que é uma perseguição política, mas é injusto fazerem-se este tipo de acusações quando vemos todos os dias no jornais pessoas que morrem com esta doença, as consultas que vão ficando para depois ou a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, apontou.
Aliás, referiu, os moradores estão preocupados que surja um foco de covid-19 no Seixal, que é servido pelo Hospital Garcia de Orta, juntamente com o concelho vizinho de Almada, os dois concelhos com maior índice de pessoas infetadas com o novo coronavírus da península de Setúbal, onde já existem “várias dificuldades estruturais”.
Na página do movimento na rede social Facebook, até ontem à tarde, cerca de 100 pessoas mostraram interesse em participar na marcha lenta e 27 marcaram que vão participar.
Meia centena de comerciantes fecham portas até segunda-feira
Também mais de 50 comerciantes da zona envolvente à Quinta da Atalaia, na freguesia de Amora, afirmaram no domingo que vão encerrar os seus estabelecimentos durante a Festa do Avante! por “precaução” e para “mitigar o risco de contágio” pelo novo coronavírus. A principal promotora do protesto nas redes sociais diz mesmo que “a probabilidade estatística de sermos contaminados é exponencial”.
Maria Carvalho, do restaurante Rota dos Petiscos Terra e Mar, garantiu que o número de adesões ao protesto por si dinamizado já ultrapassa mais de 50 estabelecimentos nas zonas adjacentes à Quinta da Atalaia contextualizou a decisão de fechar as portas como “uma questão de saúde pública.”
“O concelho de Seixal tem 180 mil habitantes. Pela Festa do Avante e pelas áreas adjacentes vão passar cerca de 100 mil habitantes. A probabilidade de estatística de sermos contaminados é exponencial. Ainda por cima vêm pessoas de todo o país”, afirma.“Se já fechamos durante dois meses e tal, que diferença faz fechar três dias? Prefiro fechar três dias agora, assumindo o risco financeiro, do que fechar três semanas porque pode aparecer alguém infetado”.
Maria Carvalho explica que os comerciantes aderentes são pastelarias, papelarias, oficinas, standes de automóveis, mini-mercados, esteticistas, cabeleireiros, etc. em zonas adjacentes à Quinta da Atalaia. São micro-empresários e empresas familiares que não vivem de subsídios públicos. “Nós sabemos que vamos ter prejuízos ao fechar mas a saúde vale mais”, explicou.
A comerciante diz, a terminar, que “convém dizer que gostamos do Avante, que gostamos das pessoas que vão ao Avante e temos apreço pelo Avante. Mas nesta altura de pandemia e restritiva, não nos podemos colocar em risco nem as pessoas que visitam a Amora”, conclui.
Tribunal rejeita providência cautelar contra a Festa do Avante
O tribunal não aceitou a providência cautelar que pretendia travar a Festa do Avante!, que começa esta sexta-feira no Seixal.
A iniciativa legal entregue no Tribunal do Seixal pertenceu ao presidente do Palmelense Futebol Clube, Carlos Valente, também o representante de uma marca de equipamento audiovisual que fornece discotecas e festivais musicais em protesto contra as restrições impostas pela lei àqueles setores de atividade económica.
O empresário Carlos Valente deu conta do sucedido, considerando que a decisão necessita de "maior detalhe na indicação de factos concretos conducentes ao risco de um agravamento da pandemia" com a realização do evento.
Segundo o texto do tribunal, a providência cautelar não foi aceite porque é "já público e notório a existência de instruções, por parte da Autoridade de Saúde competente, com vista à segurança do evento".
A rejeição pelo tribunal levou o empresário a referir que mantém a "indignação pela incoerência objetiva demonstrada pela diversidade de critérios existentes nas diversas atividades que decorrem da normalidade social". Além disso, Carlos Valente promete continuar atento, "como cidadão, ao que poderá ocorrer durante e após tal momento festivo e que poderá provocar danos económicos e de saúde publica".
Quando surgiu a notícia da providência cautelar, os comunistas consideram-na "desprovida de qualquer fundamento".
DGS considera que há Risco real e evolução imprevisível
O tribunal não aceitou a providência cautelar que pretendia travar a Festa do Avante!, que começa esta sexta-feira no Seixal.
A iniciativa legal entregue no Tribunal do Seixal pertenceu ao presidente do Palmelense Futebol Clube, Carlos Valente, também o representante de uma marca de equipamento audiovisual que fornece discotecas e festivais musicais em protesto contra as restrições impostas pela lei àqueles setores de atividade económica.
O empresário Carlos Valente deu conta do sucedido, considerando que a decisão necessita de "maior detalhe na indicação de factos concretos conducentes ao risco de um agravamento da pandemia" com a realização do evento.
Segundo o texto do tribunal, a providência cautelar não foi aceite porque é "já público e notório a existência de instruções, por parte da Autoridade de Saúde competente, com vista à segurança do evento".
A rejeição pelo tribunal levou o empresário a referir que mantém a "indignação pela incoerência objetiva demonstrada pela diversidade de critérios existentes nas diversas atividades que decorrem da normalidade social". Além disso, Carlos Valente promete continuar atento, "como cidadão, ao que poderá ocorrer durante e após tal momento festivo e que poderá provocar danos económicos e de saúde publica".
Quando surgiu a notícia da providência cautelar, os comunistas consideram-na "desprovida de qualquer fundamento".
”Público sentado nos concertos e sem álcool a partir das 20 horas
Segundo o Plano de Contingência divulgado pelo PCP, a 44.ª edição da Festa do "Avante!", que se realiza entre sexta-feira e domingo, só vai ter lugares sentados nos diversos espetáculos, incluindo no maior e principal palco denominado 25 de Abril.
A organização da Festa do Avante! "tem a responsabilidade" de aplicar várias medidas para reduzir o risco de infeção e para a saúde pública por propagação da doença covid-19 durante o evento, segundo o parecer da Direção-Geral da Saúde já divulgado.
No seu parecer técnico sobre a realização da Festa do Avante! deste ano, a Direção-Geral da Saúde refere que a tipologia do evento "acarreta diferentes riscos" e a organização "tem a responsabilidade de aplicar medidas de redução de risco e de cumprir, promover e garantir o cumprimento da legislação vigente aplicável, bem como das normas, orientações e recomendações da Direção-Geral da Saúde, durante todo o período de duração do evento, atendendo ao risco existente de infeção pelo novo coronavirus e ao risco para a saúde pública por propagação da doença covid-19".
Segundo o Plano de Contingência divulgado pelo PCP, a 44.ª edição da Festa do "Avante!", que se realiza entre sexta-feira e domingo, só vai ter lugares sentados nos diversos espetáculos, incluindo no maior e principal palco denominado 25 de Abril.
A organização da Festa do Avante! "tem a responsabilidade" de aplicar várias medidas para reduzir o risco de infeção e para a saúde pública por propagação da doença covid-19 durante o evento, segundo o parecer da Direção-Geral da Saúde já divulgado.
No seu parecer técnico sobre a realização da Festa do Avante! deste ano, a Direção-Geral da Saúde refere que a tipologia do evento "acarreta diferentes riscos" e a organização "tem a responsabilidade de aplicar medidas de redução de risco e de cumprir, promover e garantir o cumprimento da legislação vigente aplicável, bem como das normas, orientações e recomendações da Direção-Geral da Saúde, durante todo o período de duração do evento, atendendo ao risco existente de infeção pelo novo coronavirus e ao risco para a saúde pública por propagação da doença covid-19".
o PCP divulgou um Plano de Contingência, onde definiu que este ano o evento só vai ter lugares sentados nos diversos espetáculos, o uso de máscara será obrigatório nos “espaços assinalados” e “nos recintos dos espetáculos não será permitido o consumo de bebidas alcoólicas”.
No parecer técnico, a avaliação da Direção-Geral da Saúde que dá agora luz verde à realização do evento é de que, no contexto atual da epidemia em Portugal, e em particular na área metropolitana de Lisboa, existe “um risco real de que, durante o evento, circulem pessoas infetadas, com ou sem sintomas”. A DGS considera que a “componente social subjacente ao evento acarreta garante mobilidade dos participantes e comportamentos de proximidade, “sendo a partilha tendencialmente inevitável, assim como a participação de membros de várias gerações, o que implica a potencial exposição de pessoas que pertencem a grupos mais vulneráveis ao vírus
No entanto, na segunda-feira, a da Direção-Geral da Saúde divulgou um parecer onde determinou uma lotação máxima de 16.563 pessoas em simultâneo no recinto da festa.
Agência de Notícias
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