Passar da unidade-piloto de investigação para uma unidade industrial é a ambição da empresa
A farmacêutica canadiana EXMCeuticals vai investir cerca de 12 milhões de euros, em Setúbal, num plano de expansão que atrasou devido à pandemia do covid-19. A unidade industrial, da cidade sadina, terá uma capacidade de produção “dez vezes superior” à que a empresa tem atualmente. Num dos laboratórios do TecLabs da Faculdade de Ciências de Lisboa, a farmacêutica canadiana vai implementar uma unidade-piloto, em que a equipa se vai focar na investigação da planta, trabalhando na extração e purificação de canábis para fins medicinais de forma não comercial. De Setúbal, para o mundo, a empresa prevê, entre outros produtos, o desenvolvimento de filtros para máscaras e gel desinfetante. Tudo à base de canábis. Em Portugal, foi aprovado o uso de canábis para fins medicinais no ano de 2018.Setúbal terá unidade industrial de canábis medicinal |
O mercado europeu será um dos que mais irá crescer nos próximos sete anos, Portugal incluído, onde já estão presentes várias operações internacionais, de Norte a Sul, a investir na produção da planta de canábis.
Em Lisboa, num dos laboratórios do TecLabs da Faculdade de Ciências, a EXMCeuticals prepara-se para escalar a sua unidade-piloto - onde a equipa está dedicada à investigação da planta, trabalhando na extração e purificação de canábis para fins medicinais de forma não comercial - para uma unidade industrial, em Setúbal, que terá uma capacidade de produção “dez vezes superior” à atual.
Para além de ter planos para expandir a área de trabalho, a cotada canadiana – que olha para Portugal como “o coração” da empresa – tem aumentado as suas atividades nos projetos de I&D, antecipando a eventual necessidade de criação de postos de trabalho altamente qualificados, nas áreas de pesquisa cientifica, técnica e industrial.Tal como as restantes empresas sediadas em Portugal, para a EXMceuticals, Lisboa e Setúbal vão servir como ponto de exportação para a Europa e América do Norte. A única diferença, é que a matéria prima produto, além do mercado nacional será após os devidos processos de autorização importado de outras proveniências, tendo como ponto de suporte comercial os sete mil hectares estimados de terra fértil na região equatorial de África.
Empresa quer construir maior fábrica de canábis em Portugal
Investigação avança a bom ritmo nos laboratórios |
Garantidas estão já várias parcerias com organizações portuguesas. A empresa tem acordos de colaboração com a Universidade Nova de Lisboa, com a Lusófona e com uma “empresa portuguesa líder no setor dos cosméticos”, diz Paulo Martins. Há também parcerias com “empresas portuguesas relevantes no setor da alimentação e bebidas”. Mas para já ainda nada pode ser anunciado.
Susana Santos e Adília Charmier, respetivamente diretora de inovação e diretora de processos químicos, detalham que na unidade-piloto já foi conseguido um valor de purificação de 99,7 por cento "Quando dizemos que temos um piloto, é mesmo isso, é um piloto que demonstra do ponto de vista da produtividade, validação de processos, standardização que os resultados são sempre os mesmos", explica Susana Santos, detalhando que o trabalho está ligado à "obtenção de conhecimento que possa ser exponenciado na vertente industrial".
O entusiasmo por Portugal é algo bastante palpável na indústria da canábis medicinal e existe por uma razão. Nos últimos anos, várias empresas iniciaram as suas atividades no país para aproveitar os muitos benefícios que oferece em termos de incentivos governamentais, oportunidades de desenvolvimento e inovação.
Uma das empresas, a Tilray Portugal, tem certificado de Boas-Práticas de Fabrico, além da autorização para cultivo, importação e exportação na zona de Cantanhede e Reguengos de Monsaraz.
As restantes empresas com autorização para cultivo, importação e exportação são a Terra Verde, em Alcochete, a RPK Biopharma, em Sintra e em Aljustrel, a Sabores Púrpura, em Tavira, e a VF 1883 Pharmaceuticals, em Benavente.
Uma das empresas, a Tilray Portugal, tem certificado de Boas-Práticas de Fabrico, além da autorização para cultivo, importação e exportação na zona de Cantanhede e Reguengos de Monsaraz.
As restantes empresas com autorização para cultivo, importação e exportação são a Terra Verde, em Alcochete, a RPK Biopharma, em Sintra e em Aljustrel, a Sabores Púrpura, em Tavira, e a VF 1883 Pharmaceuticals, em Benavente.
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