Capela do Largo de São João irá ser recuperada mas antes... será desmantelada
Foi adjudicada, por 12 mil e 700 euros, a empreitada para a primeira fase do reforço estrutural e contenção da Capela de São João Batista, em Palmela. O objetivo, diz a Câmara de Palmela, é "executar trabalhos urgentes de reforço, desmontagem e remoção de elementos estruturais que, devido ao seu estado de degradação, apresentam risco de queda". A obra inclui trabalhos como o escoramento e reforço estrutural dos elementos de pedra do óculo da fachada principal, a numeração, desmontagem e armazenamento cuidado e protegido de elementos da torre sineira e o pináculo existentes no alçado noroeste, para posterior recolocação. Entretanto, já está aprovado pela Direção-Geral do Património o projeto de reabilitação, que possibilitará o lançamento de concurso para a obra desta importante Capela, situada em pleno coração da vila de Palmela, no Largo de São João, e datada do século XVII.Capela está em risco de queda |
Mas antes da requalificação, parte da capela - que está em risco de queda - será desmontada e as pedras do edifício vão ser "numeradas, armazenadas e protegidas para posterior recolocação", conta um comunicado da Câmara de Palmela.
O projeto de requalificação, que a autarquia candidatou a fundos europeus, vai decorrer em duas fases: os trabalhos de contenção dos elementos estruturais da Capela, entretanto já identificados como estando em risco de queda e, posteriormente, a completa reabilitação e restauro do edifício. A obra foi anunciada para estar "concluída" este ano mas só deverá avançar no próximo e, segundo dados da autarquia do ano passado, deverá ter um investimento "de 420 mil euros".
Há um ano, o Bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho, considerou que esta parceria representa o “juntar de vontades para atender às necessidades e fragilidades” deste importante património, no âmbito de uma “responsabilidade comum".
Localizada no Largo de São João, no Centro Histórico da vila, a Capela de São João Baptista foi templo do Balio de Leça, Ordem dos Hospitalários de São João de Jerusalém ou Ordem de Malta e está classificada como Valor Concelhio, sendo propriedade da Diocese de Setúbal.
Na mesma ocasião, o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, realçou a importância de "preservar um património que é comum e devolvê-lo à comunidade, através do seu usufruto".
Dessacralizada em 1910, o imóvel tem vindo a degradar-se progressivamente, tendo deixado de ser usado para a realização de eventos culturais, devido ao estado de conservação.
O uso do imóvel pela comunidade local, pelo município de Palmela, pela Paróquia e pela Diocese, pretende fazer da Capela de São João Baptista "um equipamento cultural aberto ao público, no âmbito de uma rede de espaços visitáveis no concelho de Palmela e na Diocese de Setúbal, que valorize o património histórico, cultural e religioso, e seja veículo de educação patrimonial e de turismo cultural e religioso, quer através de um espaço museológico permanente dedicado à Arte Sacra, quer de exposições, conferências, recitais e artes performativas ou de outros eventos destinados à identificação, estudo, conservação e restauro, valorização e promoção de coleções locais e regionais", explica a Câmara de Palmela.
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