Autarquia mandou estudar a qualidade do ar que se respira no concelho
O Seixal já tem uma Carta da Qualidade do Ar. Com este projeto - elaborado pelo Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro com o financiamento da Câmara do Seixal -, a autarquia "pretende obter uma informação mais detalhada sobre a qualidade do ar do concelho", diz uma nota de imprensa do município. Este projeto, explica ainda a mesma nota, "foi motivado pela necessidade de obter informação sobre a situação real no que diz respeito ao ar que se respira na área do concelho do Seixal". Recorde-se que, no final de Julho, a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa "não detetou qualquer situação que indique que existam problemas na saúde da população", resultantes da poluição ambiental. A poluição proveniente das indústrias de Paio Pires [sobretudo da Siderurgia Nacional] não tem causado “qualquer impacto relevante na saúde” dos habitantes desta freguesia.Qualidade do ar do Seixal já tem carta |
Este conhecimento, diz a Câmara do Seixal, "é fundamental para a tomada de medidas por parte da autarquia, nas áreas da sua competência, para pressionar as entidades competentes em matéria de qualidade do ar e informar a população, que se tem mostrado preocupada com as questões da poluição atmosférica, em particular com a poluição causada pelo funcionamento da Siderurgia Nacional".
Em 2019, o presidente da autarquia seixalense, Joaquim Santos, dizia que "a Câmara do Seixal entende a importância do desenvolvimento económico e a importância da indústria para a região e para o país, mas defenderemos sempre em primeira instância a saúde das nossas populações, bem como dos trabalhadores que laboram nestas indústrias", sublinhou o autarca, acrescentando que com o devido acompanhamento pelos organismos competentes é possível compatibilizar a atividade industrial e a qualidade de vida dos habitantes.
A Carta da Qualidade do Ar do Município do Seixal dá "resposta a estas questões, uma vez que inclui a caracterização das fontes de poluição atmosféricas fixas e móveis e o mapeamento das principais fontes de emissão de poluentes para a atmosfera e dos níveis da qualidade do ar, focando a sua análise nos poluentes atmosféricos legislados para a proteção do ambiente e da saúde humana, bem como a disponibilização dessa informação à população", revela o documento.
O documento foi apresentado pelo professor Carlos Borrego, da Universidade de Aveiro e contou com as participações de Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, e de Joaquim Tavares, vereador do Pelouro do Ambiente.
Estudo diz que não há poluição ambiental em Paio Pires
“De facto não se conseguiu determinar, no levantamento que foi feito e na comparação feita com os dados conhecidos, que exista qualquer impacto relevante na saúde relativamente a uma exposição ambiental relacionada com a atividade industrial”, informou nessa data o presidente do município, Joaquim Santos.
"Até [se percebeu] o contrário, que no concelho do Seixal e na freguesia de Arrentela e Paio Pires morre-se menos do que na freguesia da Cova da Piedade, em Almada”, indicou o autarca na altura.
Na visão de Joaquim Santos, esta é uma “boa notícia”, mas é preciso continuar com os estudos e avançar “para outro nível de mais detalhe”, para retirar qualquer dúvida aos habitantes de Paio Pires, que desde 2014 se queixam da existência de um pó preto sobre as ruas e casas da localidade.
O desconhecido traz-nos sempre algum pânico, como é normal, e o que a câmara pretende com estes estudos é trazer conhecimento sobre possíveis impactos na qualidade de vida e saúde das populações”, mencionou.
Já em Maio de 2019, tinha sido apresentado outro estudo feito pelo Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares do Instituto Superior Técnico, que observou que o pó depositado nas varandas e automóveis de Paio Pires não constitui risco para a saúde, apesar de não terem sido analisadas as partículas mais pequenas e potencialmente perigosas.
Por sua vez, em Fevereiro do ano passado, a Siderurgia Nacional tinha garantido que não ocorreu nada de “anormal” no processo produtivo da empresa que justifique as poeiras negras existentes em Paio Pires.
“Nós não tivemos nada de anormal e invulgar no nosso processo produtivo que justifique a ocorrência e somos os primeiros interessados em saber o que se passa. O que podemos dizer é que todo o processo é tomado com todo o cuidado, utilizamos canhões desmobilizadores e aspersores”, frisou o diretor de relações institucionais da empresa, Luís Morais.
Devem estar a brincar com as pessoas que vivem em Paio Pires junto da Siderurgia ao dizerem que o ar que respiramos está ótimo 😡
ResponderEliminarUm chorrilho de imprecisões e meias verdades, que só pode servir interesses e estratégias bastante perigosas.
ResponderEliminarRui Campos
este processo já se rastear-se algum tempo . e parece que o nosso municipio ainda nao entendeu o recado. a tecla será. sempre a mesma enquanto este municipio se manter-se com a estampe do P C P . esta na altura de haver mudança neste concelho .
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