Cerca de 64 por cento dos doentes avaliados em pré-triagem no Garcia de Orta eram graves
A presidente da Câmara de Almada, perante a entrada em funcionamento de uma pré-triagem no acesso às urgências do Hospital Garcia de Orta, garante que todos os pacientes vão ser atendidos. Inês de Medeiros explica que a decisão vai permitir distinguir os casos graves de doentes com covid-19. A autarca sublinha que todos terão direito a apoio médico. O Hospital Garcia de Orta Chegou a ter 60 ambulâncias na fila com doentes infetados. Apesar do cenário mais calmo, os doentes não param de chegar a Almada e 64 por cento dos doentes com queixas respiratórias avaliados pelas equipas que fazem a pré-triagem eram situações de gravidade considerável. No entanto o hospital continua a pedir à população que recorra, antes de tudo, aos centros de saúde da Trafaria, em Almada e Cruz de Pau, no Seixal. Na terça-feira, o hospital de Almada, regista um total de 244 doentes positivos por infeção, dos quais 207 estão internados em enfermaria, 30 doentes em cuidados intensivos e sete doentes internados em Unidade de Hospitalização Domiciliária.Apesar de mais calmo o ambiente no Garcia de Orta ainda é preocupante |
Em declarações à agência Lusa, o responsável dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes, do INEM, António Táboas, disse que a grande maioria dos doentes avaliados tinha uma gravidade considerável (cerca de 64 por cento) e 36 por cento eram menos graves, tendo sido encaminhados para centros de saúde e para o domicílio.
"Houve uma redução do número de ambulâncias. Identificámos doentes com maior gravidade que foram rapidamente admitidos. Observámos na segunda-feira na pré-triagem 22 doentes, dos quais três foram encaminhados para o centro de saúde e um teve alta. Os restantes 18, a grande maioria, tinha uma gravidade considerável", adiantou.
Uma área de pré-triagem de ambulâncias foi instalada no domingo no Hospital Garcia de Orta, em Almada, para fazer face à pressão assistencial à covid-19, que já elevou a taxa de ocupação da unidade hospitalar a 323 por cento
Com o apoio da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e do Instituto Nacional de Emergência Médica, a nova área de pré-triagem é similar à que foi instalada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde também se registaram filas de espera de ambulâncias nas duas últimas semanas. "Não tenho os números de domingo quanto ao hospital Garcia de Orta. Aqui temos um período muito curto. Perto das 21 horas, o número de doentes foi mais baixo, tendo sido encaminhados para o hospital ou para casa", referiu.
No domingo, o diretor clínico do hospital Garcia de Orta, Nuno Marques, disse que havia sido feito um apelo de colaboração à Proteção Civil e ao INEM para que fosse instalado um sistema de pré-triagem.
"Pensamos que seja útil. Não tem sido uma gestão fácil", confessou o diretor clínico do hospital, Nuno Marques, em declarações aos jornalistas, acrescentando: "A grande dificuldade que temos tido - apesar de todo o investimento feito na criação de enfermarias - é a pressão assistencial, que é muita e rapidamente as vagas ficam preenchidas".
Reforça apelo para que população recorra aos centros de saúde
Tendas ajudam na triagem dos doentes |
Na terça-feira, o hospital de Almada, regista um total de 244 doentes positivos por infeção por SARS-COV-2, dos quais 207 estão internados em enfermaria, 30 doentes em Unidade de Cuidados Intensivos, sete doentes internados em Unidade de Hospitalização Domiciliária.
“Em comparação com os números de há uma semana, o Garcia de Orta verificou um crescimento de 11 por cento no total de doentes internados, positivos por infeção por SARS-COV-2”, aponta o estabelecimento hospitalar, lembrando que, em 26 de Janeiro, o número total era de 220 doentes internados.
Em relação aos doentes internados em Unidade de Cuidados Intensivos e positivos por infeção por SARS-COV-2, comparativamente com a situação de há uma semana, “o crescimento foi de 50 por cento”, uma vez que hoje estão 30 doentes nessa situação, enquanto em 26 de Janeiro existiam 20 doentes.
“O hospital mantém a sobrelotação do Serviço de Urgência Geral, na vertente da área respiratória”, conclui a administração hospitalar que tem trabalhado para “melhorar a sua resposta a doentes ‘covid’ e não ‘covid’”, uma vez que se se tem mantido a “elevada procura de cuidados hospitalares”.
Em comunicado, a entidade hospitalar do hospital de Almada, indica que permanece no nível III do seu Plano de Contingência, que prevê camas destinadas a doentes positivos para SARS-CoV-2, nomeadamente 66 camas em enfermaria, nove em Unidade de Cuidados Intensivos e cinco em casa, mas o que se verifica é que a taxa de ocupação de camas por doentes “situa-se hoje nos 325 por cento”.
Agência de Notícias com Lusa
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