Fábrica de Palmela não deverá ser afetada pela redução de postos de trabalho

Produção do ano passado representa 1,4 por cento do PIB nacional

A redução de cinco mil postos de trabalho anunciada pelo construtor automóvel alemão Volkswagen “é apenas para as fábricas da Alemanha”, pelo que não deverá afetar a fábrica de Palmela, disse esta segunda-feira da Autoeuropa. No início deste ano, a fábrica de automóveis de Palmela tinha um total de 5.282 colaboradores, dos quais 98 por cento com vínculo permanente, que, de acordo com informação da empresa, não serão abrangidos pela redução de postos de trabalho anunciada pelo grupo alemão. No ano passado, a Autoeuropa produziu 192 mil automóveis e 20 milhões de peças para outras fábricas do grupo alemão, que, segundo a empresa, representam 1,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e 4,7 por cento das exportações portuguesas.
Nenhum trabalhador da Autoeuropa será despedido 

"Mesmo com o impacto significativo da pandemia, 2020 foi o terceiro melhor ano de sempre da Volkswagen Autoeuropa, após o crescimento em 2018 e a consolidação em 2019", acrescenta a fábrica de Palmela. 
A empresa admite, no entanto, uma redução de 59 mil e 100 unidades automóveis face ao planeado no início do ano de 2020, e um decréscimo de 62 mil e 600 unidades em relação a 2019, dos três modelos produzidos na fábrica de Palmela: T-Roc, Sharan e Seat Alhambra.
De acordo com o jornal alemão Handelsblatt, citado pela agência de informação financeira Bloomberg, o grupo Volkswagen alcançou um acordo com as estruturas representantes dos trabalhadores que pode levar a um corte de cinco mil postos de trabalho e 500 milhões de euros em despesas de reestruturação da atividade empresarial do construtor.
A redução de cinco mil postos de trabalho, de acordo com o mesmo jornal, deverá ser concretizada através de medidas voluntárias como reformas parciais e antecipadas, num esforço para reduzir custos e focar-se na produção elétrica.
A Volkswagen tinha anunciado em Dezembro que ia negociar com os sindicatos para garantir um acordo que, ao baixar os custos em cinco por centro até 2023, permitisse ao grupo focar-se na produção de veículos elétricos e nas operações de ‘software’. De acordo com a Bloomberg, o acordo laboral existente impede os despedimentos até ao final da década.
A Volkswagen vendeu 5,3 milhões de veículos em 2020, menos 15,1 por cento face ao ano anterior, penalizada pela queda em todos os mercados devido à pandemia de covid-19, segundo os números anunciados em Janeiro pelo construtor alemão.
Se o ano de 2020 encerrou um ciclo de crescimento, que contemplou um investimento de 69 milhões de euros no aumento de capacidade do modelo T-Roc e na flexibilidade da fábrica, que permitiu à empresa afirmar-se como a principal exportadora nacional pelo segundo ano consecutivo, em 2021 abre-se um novo ciclo para a fábrica de automóveis de Palmela.

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