Investimento de 800 milhões vai fazer nascer uma mega cidade no Monte de Caparica

Serão criados 17 mil postos de trabalho na primeira fase do projeto

Em Almada, vai nascer o Innovation District, uma cidade gigante com habitação, comércio e serviços. Resultado de um investimento de 800 milhões de euros por parte de várias empresas, o Monte de Caparica e a zona envolvente de Porto Brandão vão ganhar 400 hectares de novas “ideias” e “inovações”, que contribuirão ainda para a criação de 17 mil postos de trabalho. "O principal ativo para triunfar na economia do conhecimento são as pessoas, o seu talento e as redes que estabelecem entre si. É esta a génese do 'Innovation District'", afirmou o vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, José Ferreira Machado, que disse acreditar na concretização da primeira fase do projeto num horizonte de 10 anos, até 2030.
Vai nascer em Almada uma nova cidade 

São quase 400 hectares que, num futuro próximo, vão ganhar uma nova vida. Para além de 110 hectares de zonas verdes, Almada está a ver nascer mil habitações - esperando-se a chegada de 4.500 novos habitantes –, 250 mil metros quadrados de atividades económicas, 86 mil metros quadrados de infraestruturas turísticas [entre as quais unidades hoteleiras e museus] e residências de estudantes e moradias partilhadas. 
Será uma “cidade moderna, inclusiva e sustentável”, numa área “18 por cento superior à zona de intervenção da Expo98”, explica José Ferreira Machado, vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, num webinar de apresentação do projeto esta terça-feira. “Não será um dormitório, nem uma zona onde meramente se vai, nem um simples parque empresarial. Será uma cidade inclusiva, onde as pessoas querem e conseguem trabalhar”.
As primeiras pedras serão lançadas brevemente e tudo isto será possível graças a um investimento de 800 milhões de euros por parte da Universidade Nova de Lisboa e de um conjunto de proprietários e investidores daquela zona, entre os quais a Cordialequation, a Rustik Puzzle, a Sostate, a Maia e Pereira, a Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz, a Emerging Ocean, a Rio Capital, a Orbisribalta e a Fundação Serra Henriques.
No mesmo webinar, o vice-reitor da Nova sublinhou que nestes 800 milhões de euros “não estão previstos investimentos públicos”. 
José Pereira Machado garante que “não há dinheiro dos contribuintes. Na esmagadora maioria é dinheiro de privados”, afirmou, notando que é um projeto que se vai desenvolver “gradualmente, ao longo de muitos, muitos anos”. 
Ou seja, diz o responsável,  “10 anos é um período de tempo confortável para começarmos a ver a fruição deste investimento”, acrescentou.

Investimento vai criar cerca de 17 mil empregos na primeira fase 
Primeira fase pode estar pronta ate 2030 
O Innovation District vai “conjugar um estilo de vida único e sustentável numa nova geografia de inovação e de conhecimento tecnológico”, lê-se no comunicado enviado às redações. Vai trazer “uma nova centralidade” à Grande Lisboa ao distrito de Setúbal, permitindo a criação de 17 mil postos de trabalho, apenas numa primeira fase. 
“Pretende ainda tornar-se, enquanto espaço de inovação, atrativo para empresas e pessoas”, para além de ser um “projeto focado em criar uma comunidade criativa, diversificada, energética e sustentável, inspirada por uma melhor qualidade de vida”, conta José Pereira Machado. 
Este projeto “insere-se na estratégia de desenvolvimento económico do país”, diz o secretário de Estado da Inovação, Eurico Brilhante Dias, referindo que Portugal “tem uma em enorme escassez de capital”. “Sempre fomos muito escassos de capital. Precisamos de investimento estrangeiro para desenvolver aquilo que o território tem de bom”, acrescentou, durante o mesmo webinar.
O ministro da Economia referiu que projetos como este são “exemplos no nosso país” e que o Governo espera que possam ser concretizados “no curto prazo”.
Na apresentação do projeto desta mega cidade, a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros (PS), salientou o envolvimento dos "investidores públicos e privados, nacionais e estrangeiros, na adaptação daqueles que eram os seus projetos iniciais num projeto comum mais ambicioso, no âmbito de uma estratégia comum entre a autarquia e os investidores". 
De acordo com os promotores, o 'Innovation District' será "uma cidade única e plural, desenhada para elevar a qualidade de vida de cada um dos seus habitantes", com base no conceito `live-work-play´ [local para viver, trabalhar e para o lazer), sendo que os diversos pontos de atração estarão a uma curta distância de 15 minutos. 
E, como as pessoas precisam de "sítios para viver e para interagir, lugares onde possam residir, trabalhar, conversar e usufruir dos seus tempos livres", são necessárias "cidades como aquela que irá nascer em Almada e que irá reforçar a internacionalização da região da grande Lisboa", sublinhou José Pereira Machado. 

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