Garcia de Orta com 42 doentes infetados com covid-19. A maioria são jovens e não são vacinados
Hospital Garcia de Orta, em Almada, continua sob "uma pressão considerável", com "uma média de 20 a 30 doentes positivos" com covid-19, de acordo com o diretor dos cuidados intensivos, destacando a "incidência notoriamente maior" nos "mais jovens". Na sexta-feira, o Hospital de Almada tinha 42 doentes infetados com SARS-CoV-2, dos quais 30 internados em enfermaria, oito em cuidados intensivos e quatro doentes em hospitalização domiciliária. Há uma incidência "notoriamente maior em doentes mais jovens", entre os 20 e os 40/50 anos, "a maior parte dos quais ainda não vacinados", disse Antero Fernandes, diretor do Serviço de Medicina Intensiva. "A grande maioria de doentes que temos internados neste momento em cuidados intensivos são doentes da Península de Setúbal [Setúbal e Barreiro] e não da área de influência do Hospital Garcia de Orta", sublinhou Antero Fernandes.Hospital mais preparado para casos covid |
Em entrevista à Lusa, que visitou o Hospital Garcia de Orta na quarta-feira, Antero Fernandes, constatou que a unidade tem tido "uma pressão considerável" nas últimas semanas.
"Recebemos, nas últimas duas semanas, uma média de 20 a 30 doentes positivos, dos quais cerca de 10 por cento são internados em contexto de enfermaria e, destes, cerca de 25 a quatro por cento têm necessidade de internamento em cuidados intensivos", detalhou.
Na sexta-feira, o Hospital Garcia de Orta registava um total de 42 doentes infetados com SARS-CoV-2, dos quais 30 internados em enfermaria, oito em cuidados intensivos e quatro doentes em hospitalização domiciliária.
Antero Fernandes assinala "uma diminuição do número de doentes", mas também uma incidência "notoriamente maior em doentes mais jovens", entre os 20 e os 40-50 anos, "a maior parte dos quais ainda não vacinados".
Aliás, neste momento, a maioria dos doentes em cuidados intensivos situa-se na "faixa dos 30/40 até aos 60 anos de idade, com raras exceções acima disto", notou, frisando que a existência de outras doenças adicionais (comorbilidades) continua a ter "bastante importância" no quadro clínico da covid-19.
Nos cuidados intensivos, "a grande maioria [dos doentes atualmente internados] apresenta uma dose apenas da vacina" e alguns não estão vacinados de todo, frisou o médico, acrescentando que muito poucos doentes internados têm as duas doses da vacina (e geralmente têm outras doenças associadas).
Reconhecendo que a situação está "obviamente" longe do cenário das vagas anteriores, em que a pressão foi "maior", Antero Fernandes realçou, porém, que o Garcia de Orta tem recebido doentes de vários hospitais.
"Somos um hospital de referência a sul", recordou. "A grande maioria de doentes que temos internados neste momento em cuidados intensivos são doentes da Península de Setúbal [Setúbal e Barreiro] e não da área de influência do Hospital Garcia de Orta", mencionou.
Para responder a esta "pressão", o Garcia de Orta teve de proceder a uma "reorganização", no sentido de "aumentar a capacidade de resposta covid", notou.
Garcia de Orta são dois hospitais, um dentro e um fora
"Recebemos, nas últimas duas semanas, uma média de 20 a 30 doentes positivos, dos quais cerca de 10 por cento são internados em contexto de enfermaria e, destes, cerca de 25 a quatro por cento têm necessidade de internamento em cuidados intensivos", detalhou.
Na sexta-feira, o Hospital Garcia de Orta registava um total de 42 doentes infetados com SARS-CoV-2, dos quais 30 internados em enfermaria, oito em cuidados intensivos e quatro doentes em hospitalização domiciliária.
Antero Fernandes assinala "uma diminuição do número de doentes", mas também uma incidência "notoriamente maior em doentes mais jovens", entre os 20 e os 40-50 anos, "a maior parte dos quais ainda não vacinados".
Aliás, neste momento, a maioria dos doentes em cuidados intensivos situa-se na "faixa dos 30/40 até aos 60 anos de idade, com raras exceções acima disto", notou, frisando que a existência de outras doenças adicionais (comorbilidades) continua a ter "bastante importância" no quadro clínico da covid-19.
Nos cuidados intensivos, "a grande maioria [dos doentes atualmente internados] apresenta uma dose apenas da vacina" e alguns não estão vacinados de todo, frisou o médico, acrescentando que muito poucos doentes internados têm as duas doses da vacina (e geralmente têm outras doenças associadas).
Reconhecendo que a situação está "obviamente" longe do cenário das vagas anteriores, em que a pressão foi "maior", Antero Fernandes realçou, porém, que o Garcia de Orta tem recebido doentes de vários hospitais.
"Somos um hospital de referência a sul", recordou. "A grande maioria de doentes que temos internados neste momento em cuidados intensivos são doentes da Península de Setúbal [Setúbal e Barreiro] e não da área de influência do Hospital Garcia de Orta", mencionou.
Para responder a esta "pressão", o Garcia de Orta teve de proceder a uma "reorganização", no sentido de "aumentar a capacidade de resposta covid", notou.
Garcia de Orta são dois hospitais, um dentro e um fora
Luís Amaro, presidente do conselho de administração do Garcia de Orta, reconheceu que o hospital "sofreu imenso com a pressão da covid".
Já era "pouco dimensionado para a população que serve" e "a pressão" obrigou a "redefinir completamente o hospital, nomeadamente os circuitos internos", assinalou.
Para responder à procura, foi instalado "um conjunto muito significativo de equipamentos fora do hospital". Descentralizar consultas externas e criar uma enfermaria de isolamento para doentes covid e uma estrutura para fazer testes são alguns dos exemplos do que foi feito.
Hoje, o Garcia de Orta são dois hospitais, um dentro e um fora, que toma forma em estruturas modulares. "Houve uma revolução muito significativa de espaço para poder responder à exigência", resume Luís Amaro.
À porta de um dos novos espaços criados, a Unidade de Enfermaria de Isolamento, o engenheiro David Gervásio recordou que a pandemia veio "descaracterizar o hospital" e que "os doentes covid circulavam em espaços não totalmente preparados".
Por isso, foi necessário "criar circuitos de segurança". Neste momento, um doente que chegue com suspeita de infeção com o novo coronavírus vai à triagem, é avaliado e depois entra (ou não) no "circuito covid".
Já era "pouco dimensionado para a população que serve" e "a pressão" obrigou a "redefinir completamente o hospital, nomeadamente os circuitos internos", assinalou.
Para responder à procura, foi instalado "um conjunto muito significativo de equipamentos fora do hospital". Descentralizar consultas externas e criar uma enfermaria de isolamento para doentes covid e uma estrutura para fazer testes são alguns dos exemplos do que foi feito.
Hoje, o Garcia de Orta são dois hospitais, um dentro e um fora, que toma forma em estruturas modulares. "Houve uma revolução muito significativa de espaço para poder responder à exigência", resume Luís Amaro.
À porta de um dos novos espaços criados, a Unidade de Enfermaria de Isolamento, o engenheiro David Gervásio recordou que a pandemia veio "descaracterizar o hospital" e que "os doentes covid circulavam em espaços não totalmente preparados".
Por isso, foi necessário "criar circuitos de segurança". Neste momento, um doente que chegue com suspeita de infeção com o novo coronavírus vai à triagem, é avaliado e depois entra (ou não) no "circuito covid".
Se for positivo, fica internado ou é acompanhado a partir de casa, consoante a gravidade dos sintomas. No caso de ficar no hospital, e se não precisar de cuidados intensivos, será encaminhado para a Enfermaria de Isolamento.
"A nossa taxa de ocupação anda sempre próxima dos 100 por cento"
Estrutura modular com 1200 m2, "feita em 45 dias", a enfermaria, que funciona desde o início deste ano, tem 33 camas, em quartos de pressão negativa (o que quer dizer que o ar só sai, para o exterior), com casa de banho privativa e equipados de forma que o doente não precise de sair da sua bolha.
É um espaço "praticamente" autossustentável, porque dispõe de equipamentos autónomos que asseguram os cuidados dos doentes (até à linha dos cuidados intensivos).
Apostando na "monitorização remota", à porta de cada quarto, há um intercomunicador (e um telefone à cabeceira dos doentes) que permite evitar contactos desnecessários.
Isto porque a ideia é também "garantir a segurança dos profissionais de saúde" e "o ato de pôr e retirar o fato é o mais arriscado", lembrou o engenheiro David Gervásio.
Na quarta-feira, quando a Lusa visitou o local, havia 25 doentes internados (para uma lotação de 28 camas).
"A nossa taxa de ocupação anda sempre próxima dos 100 por cento", assinalou o enfermeiro David Peças, coordenador da Unidade de Enfermaria de Isolamento, notando que os quartos com pressão negativa permitem também "uma maior eficiência dos recursos", porque reduzem a utilização dos equipamentos de proteção individual (que os profissionais de saúde têm de usar no contacto físico e direto com os doentes).
É um espaço "praticamente" autossustentável, porque dispõe de equipamentos autónomos que asseguram os cuidados dos doentes (até à linha dos cuidados intensivos).
Apostando na "monitorização remota", à porta de cada quarto, há um intercomunicador (e um telefone à cabeceira dos doentes) que permite evitar contactos desnecessários.
Isto porque a ideia é também "garantir a segurança dos profissionais de saúde" e "o ato de pôr e retirar o fato é o mais arriscado", lembrou o engenheiro David Gervásio.
Na quarta-feira, quando a Lusa visitou o local, havia 25 doentes internados (para uma lotação de 28 camas).
"A nossa taxa de ocupação anda sempre próxima dos 100 por cento", assinalou o enfermeiro David Peças, coordenador da Unidade de Enfermaria de Isolamento, notando que os quartos com pressão negativa permitem também "uma maior eficiência dos recursos", porque reduzem a utilização dos equipamentos de proteção individual (que os profissionais de saúde têm de usar no contacto físico e direto com os doentes).
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