Investimento de quase três milhões de euros para melhorar as condições de conforto das habitações
A reabilitação do Bairro Amarelo, em Almada, deve ter início durante este mês de Julho, num investimento de “cerca de 2,9 milhões de euros”, anunciou o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. A empreitada no Bairro Amarelo prevê “uma reabilitação da envolvente exterior e restantes partes comuns de 14 edifícios, bem como a reabilitação das coberturas de 34 edifícios”, indicou o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, em comunicado. Esta requalificação tem como objetivo de "melhorar as condições de conforto das habitações e requalificar o edificado, de forma a aumentar o bem-estar dos agregados que neles habitam", diz o Instituto.Bairro começa a ser reabilitado ainda este mês |
A intervenção é realizada no âmbito das várias candidaturas que o Instituto apresentou ao quadro de fundos comunitários do Portugal 2020, “para a reabilitação de bairros de habitação social, com o objetivo de melhorar as condições de conforto das habitações e requalificar o edificado, aumentando o bem-estar dos agregados que neles habitam”.
Segundo o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, a empreitada de reabilitação do Bairro Amarelo corresponde a “um investimento de cerca de 2,9 milhões de euros, sendo financiada pelo referido quadro comunitário (Portugal 2020) no montante de 500 mil euros”.“A concretização da operação decorre da cooperação entre o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e o município de Almada, estando previsto que esta intervenção se inicie durante o corrente mês de Julho”, conclui a nota de imprensa do Instituto.
Os últimos census dizem que vivem 13 mil pessoas naqueles prédios amarelos que dão nome ao bairro. Este bairro social do Monte de Caparica espreita o estuário do Tejo e Lisboa do outro lado. "É feito de pessoas que trabalharam sempre durante a pandemia", diz a presidente da Junta da União de freguesias da Caparica e Trafaria.
O bairro que nasceu nos anos de 1970 e foi concluído na década de 80 e onde foram realojados muitos retornados da ex-colónias. Mas também pessoas realojadas do morro de Cacilhas. E apesar de ser da tutela do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, tendo sido mesmo retirado do Plano Diretor Municipal durante algum tempo, "nunca a nível local se deixou de fazer a recolha do lixo" ou de se criar equipamentos sociais como a biblioteca, a piscina municipal e o parque urbano, entre outros.A manutenção não depende da autarquia mas do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, tem todos os problemas de um bairro social, construído com "materiais menos bons", como a tinta, a tal amarela, com a qual os prédios foram pintados.
O bairro não tem associação de moradores, mas em 2014 - Governo de Passos Coelho e com a lei das rendas de Assunção Cristas - um grupo organizou-se para contestar o aumento das ditas após 30 anos em que permaneceram congeladas. "Foi feito de uma forma abrupta e até foi introduzida uma taxa de conforto, as tais vistas" para sustentar o aumento. Rendas que variam, segundo a presidente da junta de freguesia, entre os cinco e os 400/500 euros.
"Há famílias que ficaram com rendas muito altas, agregados que não conseguiram pagar e até tiveram ordem de despejo. Alguns tivemos de realojar em situações-limite", disse a presidente da Junta de Freguesia.
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