Tiros de caçadeira. "É um atentado à democracia", diz presidente CDS-PP
Dois homens vestidos de preto numa mota sem matrícula dispararam na direção da candidata do Movimento Independente pela Mudança [que junta independes com candidatos do CDS-PP e MPT], à Junta de Freguesia de Palmela, na noite de sexta-feira, informou, este sábado, o partido. Em comunicado, o CDS-PP revela que a candidata, Linda Oliveira, “apanhada no meio de um tiroteio”, pelas 22h30, quando se encontrava a colocar uma faixa publicitária relativa às eleições autárquicas, na Avenida dos Caminhos de Ferro. Linda Oliveira garantiu ao que, apesar do susto, não vai mudar nada na sua campanha eleitoral. A GNR já comunicou o ocorrido à Polícia Judiciária, o órgão de polícia criminal com competência de investigação dos crimes com armas de fogo.Candidata afirma que não vai mudar a campanha |
Segundo o relato, “uma mota sem matrícula e sem luzes, com dois indivíduos todos vestidos de preto, aproximou-se do grupo de candidatos” e terá disparado “dois tiros em direcção aos presentes”.
“Não satisfeitos, depois de passarem pela candidata, voltaram a disparar mais dois tiros, acertando numa vivenda ao lado, assustando os residentes, que se atiraram para o chão”, lê-se no comunicado.
De acordo com a nota, a “GNR foi imediatamente chamada ao local, tendo-se colocado à procura dos indivíduos”.
A Lusa contactou a GNR de Palmela que confirmou a deslocação até ao local, tendo apenas encontrado os denunciantes, pelo que não pode constatar os factos, apesar de ter percorrido as imediações.
O presidente do CDS-PP considerou hoje que o tiroteio tratou-se de um “atentado contra a democracia” da autoria de “forças altamente extremistas” e garantiu que o partido não se deixa intimidar.
“Eu já tive oportunidade de falar com a Linda Oliveira, candidata do CDS a presidente da Junta de Freguesia de Palmela, que está naturalmente muito consternada e abalada com os acontecimentos porque foi a visada de um tiroteio enquanto montava estruturas de campanha no seu próprio concelho”, disse Francisco Rodrigues dos Santos.
Na ótica do presidente do CDS, tratou-se de um “atentado contra a democracia perpetrado por forças que são altamente extremistas e que devem merecer o repúdio e a censura de todos os partidos democráticos”.
E os autores devem ser “severamente punidos porque em democracia não há lugar para comportamentos destes”, defendeu.
Questionado sobre os autores do tiroteio, Francisco Rodrigues dos Santos indicou que “as forças não estão identificadas”, mas que “são extremistas pela natureza do crime que perpetraram, e neste momento a polícia está a efetuar diligências de investigação para apurar quem são”.
“Agora, há uma coisa que é certa, Portugal não pode regressar ao tempo do PREC. Todos nós no CDS nunca tivemos medo e afirmámos sempre este partido sob cerco e debaixo de fogo, não nos deixaremos intimidar e estaremos sempre na luta da democracia que orgulhosamente ajudámos a fundar em Portugal”, vincou.
O presidente do CDS-PP referiu que foi avisado do sucedido pela candidatura local e que “aqueles tiros foram na direção” dos candidatos “que estavam a montar estruturas de campanha, eram o alvo daquele crime”.
José Calado, candidato do MIM à Câmara de Palmela, disse que "esta situação é mais uma a juntar-se à insegurança que se vive no concelho de Palmela camuflada pela inércia do executivo camarário que conta com vereadores do PS".
O responsável do MIM, lembra que "o posto da GNR tem somente uma patrulha para proteger um território que vai do Golf do Montado nos Brejos do Assa até à Coca Cola na Quinta do Anjo". Investimento que "tem de ser feito e pressões junto do Governo para que haja reforço do efetivo da GNR em Palmela e uma restruturação da segurança no nosso concelho", diz o líder do Movimento Independente pela Mudança.
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Situação a cargo da Polícia Judiciária
A GNR remeteu para a Polícia Judiciária a investigação do caso. Em comunicado, a Guarda Nacional Republicana explica que pelas 22h20 recebeu uma denúncia via 112, que dava conta de disparos de uma arma de fogo por dois indivíduos que se faziam transportar num motociclo.
A denúncia telefónica terá sido feita por um trabalhador de afixação de cartazes eleitorais que se encontrava a laborar no local, e posteriormente pelo alegado proprietário de uma habitação.
Segundo a GNR, foi feita inspeção do local na tentativa de recolher qualquer vestígio tendo os factos, pela natureza do crime, sido comunicados à Polícia Judiciária, que detém a competência para investigação.
Relativamente a estes factos, adianta a GNR, foi recebida uma queixa no Posto de Palmela e foi elaborado Auto de Notícia.
A denúncia telefónica terá sido feita por um trabalhador de afixação de cartazes eleitorais que se encontrava a laborar no local, e posteriormente pelo alegado proprietário de uma habitação.
Segundo a GNR, foi feita inspeção do local na tentativa de recolher qualquer vestígio tendo os factos, pela natureza do crime, sido comunicados à Polícia Judiciária, que detém a competência para investigação.
Relativamente a estes factos, adianta a GNR, foi recebida uma queixa no Posto de Palmela e foi elaborado Auto de Notícia.
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