Energia natural do hidrogénio "vai beneficiar a estratégia de descarbonização do país"
A injeção de hidrogénio verde na rede de gás “vai beneficiar a estratégia de descarbonização do país”, afirmou esta sexta-feira, no Seixal, o Secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba. A garantia foi deixada por João Galamba após a apresentação, no Seixal, do primeiro projeto em Portugal de injeção de hidrogénio verde na rede de gás. O concelho terá 80 clientes residenciais, terciários e indústria, envolvidos no projeto pioneiro a partir de Janeiro de 2022. O governante frisou que o programa denominado Green Pipeline Project vai além das fronteiras locais e nacionais. Joaquim Santos, presidente da autarquia do Seixal, "considera que o concelho está na vanguarda da inovação".Seixal vai produzir hidrogénio verde |
“Este projeto tem uma componente de aprendizagem e aquisição de conhecimento da maior importância para todas as empresas envolvidas que estão no país inteiro. Vai beneficiar a estratégia de descarbonização do país e é um projeto-piloto é local de âmbito e implicações de resultados nacionais e até internacionais. O que aqui for feito beneficiará não só Portugal mas também outros países que também aprendem connosco”, disse o Secretário de Estado Adjunto e da Energia.
Na sua intervenção na sessão, que decorreu no Auditório do complexo dos Serviços Operacionais da Câmara do Seixal, João Galamba considerou que Portugal tem de continuar a apostar fortemente nas energias alternativas para se tornar cada vez mais autossuficiente.
“Se as empresas portuguesas, os consumidores de energia quiserem eliminar a volatilidade, o risco e a incerteza que a dependência total e absoluta do mercado externo de produtos que não controlamos, a melhor maneira é apostar nas renováveis. Seja na eletricidade e no gás, independentemente das vantagens ambientais e económicas em que substituímos uma importação cara e poluente por um recurso endógeno potencialmente mais barato, é uma vantagem que deve ser assumida e aproveitada pelo nosso país”, disse.
O Secretário de Estado Adjunto e da Energia defende que esse é o caminho a seguir de forma ultrapassar a “turbulência” que existe no setor energético.
“A resposta do Governo a esta turbulência não é pôr em causa a transição energética, nem pensar se estamos a ir demasiado rápido. É ao contrário. Todos os problemas que temos devem-se apenas e só a ainda não termos as renováveis suficientes que nos permitiria protegermo-nos de toda esta tormenta. A nossa resposta à turbulência que vivemos hoje é muito simples: acelerar, acelerar, acelerar. Simplificar, desburocratizar e ajudar. A melhor resposta que o país pode dar, a médio e longo prazo, é ter o mais rapidamente possível o maior número de renováveis em todas as áreas no nosso setor energético e não apenas na eletricidade, mas também no setor do gás natural”, referiu o governante.
Projeto será construído no concelho do Seixal |
Já o presidente da câmara, Joaquim Santos, considera que o concelho está na vanguarda da inovação. “O Seixal está na linha da frente da inovação, aliás estamos na direção na secção de municípios inteligentes da Associação Nacional de Municípios Portugueses”, recordou o autarca.
Reforçou ainda que o concelho aposta nas tecnologias em prol do ambiente, abordando o projeto do Laboratório Verde para a Descarbonização, promovido pela autarquia, o qual representa um investimento de “2,5 milhões de euros, em que o Estado só apoia com meio milhão”, e apelou diretamente ao governante João Galamba para que o “Governo seja mais profícuo no apoio aos municípios nestes investimentos”.
O Green Pipeline Project é liderado pela Galp Gás Natural Distribuição e conta com a participação de vários parceiros, desde a área da engenharia à construção, juntando os contributos da academia e de instituições públicas e privadas. O hidrogénio verde, combustível 100 por cento renovável, vai ser produzido no Parque Industrial do Seixal, através da parceria da Green Pipeline Project é liderado pela Galp Gás Natural Distribuição com a empresa portuguesa Gestene.
Numa fase inicial do projeto será injetado dois por cento de hidrogénio na rede de gás natural, subindo gradualmente esta percentagem até um máximo de 20 por cento num período de dois anos. Todo o processo será monitorizado e acompanhado em detalhe por um grupo de especialistas, para que este projeto possa servir de exemplo de boas práticas, para outros projetos que certamente irão decorrer no futuro, tanto a nível nacional como internacional.
Numa fase inicial do projeto será injetado dois por cento de hidrogénio na rede de gás natural, subindo gradualmente esta percentagem até um máximo de 20 por cento num período de dois anos. Todo o processo será monitorizado e acompanhado em detalhe por um grupo de especialistas, para que este projeto possa servir de exemplo de boas práticas, para outros projetos que certamente irão decorrer no futuro, tanto a nível nacional como internacional.
Agência de Notícias com Lusa
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