Palmela cumpre tradição da Bênção da Fogaça neste sábado

A Fogaça e a devoção das gentes da vila a Santo Amaro 

A tradição da Cerimónia da Bênção da Fogaça de Palmela volta a cumprir-se a 15 de Janeiro, Dia de Santo Amaro, às 18 horas, na Igreja de São Pedro, em Palmela.  A iniciativa é organizada pela Confraria Gastronómica de Palmela e pela Paróquia de Palmela, com o apoio da Junta de Freguesia de Palmela e do município, como forma de "manter viva esta tradição, segundo a qual a população confecionava este biscoito, no dia 15, para oferecer a Santo Amaro, como forma de pagamento das suas promessas", refere a autarquia de Palmela. A história da Fogaça,  cujas receitas centenárias passam de geração em geração nas famílias palmelenses, está intimamente ligada à vivência das gentes da vila e à devoção a Santo Amaro.
Palmela mantêm viva a tradição da bênção das fogaças 

A Fogaça, um biscoito aromático feito à base de massa de pão, ovos, laranja, aguardente, canela e erva-doce e cozido no forno. A história da Fogaça, cujas receitas centenárias passam de geração em geração nas famílias palmelenses, está intimamente ligada à vivência das gentes da vila e à devoção a Santo Amaro, que se comemora já neste sábado. 
O município de Palmela, no quadro do desenvolvimento turístico-cultural e da valorização dos seus recursos endógenos, apoia e divulga a tradicional Cerimónia da Bênção da Fogaça, que contribui para perpetuar a memória da história local e das raízes da comunidade.
Amaro, ou Mauro, como também é conhecido, nasceu em Úmbria, Itália, no século VI. Ainda em criança, foi entregue pelos seus nobres pais romanos a um mosteiro, dirigido por São Bento, para que fosse formado na vida monástica. A pedido de São Bento, Santo Amaro viajou para França, para estabelecer a Regra de São Bento neste país. 
Foi assim que Santo Amaro abriu o primeiro mosteiro Beneditino, a Abadia de Glanfeuil, perto de Angers, França. É um santo invocado contra várias doenças, em especial, para curar gripes, rouquidão, dores de cabeça, enxaquecas, artrose e artrite.

Pedir saúde e proteção das colheitas e animais na igreja de São Pedro
Crentes pedem saúde para as colheitas e animais 
A história da Fogaça,  cujas receitas centenárias passam de geração em geração nas famílias palmelenses, está intimamente ligada à vivência das gentes da vila e à devoção a Santo Amaro.
No início do ano, a população confecionava fogaças com formas diversas, desde os animais domésticos à fruta produzida nos pomares da região, passando por membros e órgãos do corpo humano, com o propósito de pedir saúde e proteção das colheitas e animais.
Normalmente, a fogaça tem a forma das ameias do Castelo de Palmela, na parte superior, e a de um cacho de uvas na zona inferior, já que é este o símbolo da gastronomia da vila. Mas há dezenas de formatos. Segundo a tradição mais antiga, era costume a população preparar fogaças para oferecer a Santo Amaro.
No dia 15 de Janeiro, as pessoas transportavam os bolos dentro de cestos de verga e panos bordados para a Igreja Paroquial, onde eram benzidas pelo padre. Cada formato de fogaça correspondia a uma promessa feita ao Santo Amaro, por exemplo, um pé, braço, coração, cacho de uvas, entre outros. Depois de benzidas, as fogaças eram leiloadas e as receitas doadas à Igreja. O resto dos biscoitos eram levados pelas famílias para as suas casas.
Em Portugal, é celebrado em locais como Palmela, Esposende, Vieira do Minho, Pombal, Vila do Conde, Estarreja, Madeira, Açores, entre outros.

Agência de Notícias com Câmara de Palmela 

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