Bombeiros do distrito de Setúbal recorreram à rede Siresp devido ao ciberataque

Ataque à Vodafone deixa bombeiros do distrito sem comunicações 

As corporações de bombeiros do distrito de Setúbal estão a recorrer à rede Siresp para estabelecer as comunicações entre os operacionais na sequência do ciberataque à Vodafone, disse esta terça-feira fonte da Federação de Bombeiros. Segundo o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, João Ludovico, uma vez que o ciberataque afetou as redes dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes, foi acionada uma alternativa, estando a ser feitos os pedidos de socorro através do Siresp, a rede de comunicações exclusiva do Estado Português para o comando, controlo e coordenação de comunicações em todas as situações de emergência e segurança.
Piratas informáticos atacaram redes que garantem socorro  

De acordo com João Ludovico, as comunicações estão a ser feitas através de duas linhas abertas, uma a ser usada para os pedidos e outra para a comunicação das situações clínicas entre as equipas no terreno e o Centros de Orientação de Doentes Urgentes.
Apesar destes constrangimentos, João Ludovico assegura que, até ao momento, não teve registo de quaisquer falhas no socorro. No entanto, alerta para a fragilidade do sistema evidenciada por este ciberataque.
"Mostra a fragilidade do sistema até porque até estamos a viver uma situação calma do ponto de vista da Proteção Civil. Imagine isto no verão, em plena época de incêndios, em que existia um conjunto significativo de ocorrências. Podia não haver possibilidade de ter esta linha alternativa", frisou.
O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, que engloba 16 corporações da península de Setúbal e oito do litoral alentejano, adiantou que esta situação veio demonstrar que o sistema integrado de emergência médica fica deficiente em termos de cobertura de comunicações.
"É necessário um sistema alternativo que seja automaticamente acionado. Isto é um abre olhos para que seja feito um investimento forte ao nível de alternativas de comunicação", salientou.
A operadora Vodafone assumiu esta terça-feira que foi alvo de um ciberataque na segunda-feira e disse que não tem indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos, estando determinada em repor a normalidade dos serviços.
O ataque informático à Vodafone Portugal afetou os ATM da rede Multibanco e serviços essenciais que dependem desta rede, como o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e alguns bombeiros.
O INEM "ativou no imediato o seu plano de contingência" para fazer face aos constrangimentos verificados com a rede Vodafone, garantido que esteve sempre a funcionar o sistema de emergência médica.
Além do ciberataque à Vodafone Portugal, foram também alvos de ataque informáticos recentemente os 'sites' do grupo de comunicação social Cofina (Record, Correio da Manhã, CMTV, Sábado e Jornal de Negócios) e do grupo Impresa (que detém a SIC e o Expresso), bem como a página da internet da Assembleia da República.
A Polícia Judiciária está a investigar estes ataques.

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