"A cultura e o associativismo teriam sido muito diferentes se não tivéssemos um Rui Guerreiro"
Quase dois anos depois do "desaparecimento" de Rui Guerreiro, uma das personalidade mais marcantes do teatro, das artes e da cultura em Pinhal Novo, a câmara de Palmela aprovou, por unanimidade, a renomeação do Auditório Municipal [equipamento cultural que tantas vezes ajudou a dinamizar] para Auditório Municipal do Pinhal Novo - Rui Guerreiro. Para Álvaro Amaro, presidente da Câmara de Palmela, "a cultura e o associativismo no Pinhal Novo, nos últimos 50 anos, teriam sido muito diferentes se não tivéssemos um Rui Guerreiro". As suas ideias, opiniões e interpretações "enriqueceram muitas iniciativas e debates e a sua participação artística e cívica marcou a vida cultural do Pinhal Novo e do Concelho de Palmela", sublinhou Maria João Camolas, responsável pela área cultural do concelho. Rui Guerreiro foi um dos fundadores, a 28 de Junho de 1983, do ATA – Acão Teatral Artimanha."Um cidadão muito ativo e muito participativo que refletia permanentemente sobre os asseios da sua comunidade". Foi assim que Álvaro Amaro lembrou a memória do amigo e do homem que nos deixou em Março de 2020.
Amaro lembra ainda que o Rui "marcou muita gente". Porque ainda hoje "as dezenas de amantes do teatro e da cultura - inclusive de outros grupos - têm no Rui um exemplo e uma admiração porque sabem que ele foi esta 'erva daninha' da inquietação cultural".
Desta forma, a Câmara Municipal quer perpetuar a memória de Rui Guerreiro no principal espaço cultural que o próprio também ajudou a dinamizar. Assim, na reunião descentralizada de 16 de Fevereiro, a autarquia aprovou, por unanimidade, a renomeação do Auditório Municipal de Pinhal Novo, que passa a designar-se Auditório Municipal de Pinhal Novo – Rui Guerreiro, em homenagem a esta personalidade das artes e cultura da Freguesia de Pinhal Novo. Rui Guerreiro, que muito contribuiu para o desenvolvimento do teatro e do património cultural do concelho e que faleceu a 25 de Março de 2020.
A proposta apresentada pela vereadora da Cultura, Maria João Camolas, lembra que ao Rui Guerreiro "associamos a fundação da Ação Teatral Artimanha [ATA] mas também ao surgimento dos Bardoada, o Grupo do Serrafo ou o seu papel na afirmação e consolidação do Festival Internacional de Gigantes, entre outros importantes projetos implementados no território que muito dignificaram as artes e o teatro contribuído para a projeção do concelho de Palmela [em especial do Pinhal Novo] no país e no mundo".
Ao longo do seu percurso ligado ao associativismo e à criação teatral no ATA, participou em inúmeros projetos artísticos como produtor, encenador e ator. "Projetos como o Festival de Teatro pela Paz, o Festival Internacional de Gigantes, a Queimada Mística, Noites de Verão, entre outros, contaram com o seu contributo e empenho", contou Maria João Camolas que disse ainda que, devido à situação de pandemia, "não foi ainda possível apresentar a justa homenagem a este grande homem que tanto deu às artes e à cultura da freguesia do Pinhal Novo".
Desta forma, lembra a autarca, o seu "legado fica na memória de todos aqueles que com ele privaram ou trabalharam. Impõem-se agora potenciar que esta memória permaneça resistindo às pessoas e ao tempo". E a sua memória ficará, para sempre, no auditório municipal que terá, desde agora, o seu nome.
As suas ideias e os seus valores continuam
Em 2018, o município de Palmela atribuiu-lhe a Medalha Municipal de Mérito – Grau Prata, em reconhecimento do seu trabalho e dedicação à vida cultural da comunidade. Para o presidente da autarquia, o Pinhal Novo aprendeu muito com ele. "O Rui continua. As suas ideias e os seus valores continuam. Estão cá, têm seguidores e isso também é notório nesse território porque há muitas dinâmicas que tiveram este impulso e este inconformismo contagiante do Rui Guerreiro. Com isso fomos todos muito mais cidadãos e muito mais livres com os seus exemplos", sublinhou o autarca comunista.
Raúl Cristóvão, do PS, lembrou "o tempo que com ele estudou no liceu de Setúbal". Lembrou ainda a sua "apetência para trabalhar com os jovens" e assinalou que ele nos "deixou um belo legado que devemos preservar e perpetuar para a memória coletiva".
O vereador social-democrata, Roberto Cortegano lembrou que o Rui era, por si mesmo já "um património do Pinhal Novo". Ficam as "longas" conversas agradáveis, os serões bem passados nas Sextas a Ler [evento que ele começou e que ainda continua na adega ASL Tomé]. O autarca sublinha que sempre que passar junto ao auditório "irá encontrar a sua memória que merece ser sempre relembrada".
Carlos de Sousa, do Movimento de Cidadãos do Concelho de Palmela, lembrou que Rui Guerreiro foi sempre "um homem disponível para participar ativamente com as suas ideias e a sua criatividade nas iniciativas da autarquia".
Agência de Notícias
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