Teatro com estreias faz a festa em Setúbal até 27 de Agosto

"Referência fundamental no panorama artístico da cidade"

Os quatro primeiros dias da Festa do Teatro – XXIV Festival Internacional de Teatro de Setúbal, que decorre até 27 de Agosto, foram marcadas pela apresentação de duas estreias, de entre um total de mais de uma dezena de atividades. Os espetáculos do Grupo Cru “Proibido Virar à Esquerda, apresentado a 19, e do Setúbal Voz “O Acampamento das Carmens”, que foi à cena a 21, são duas das cinco estreias que integram o programa da 24.ª edição do evento, o qual decorre ao longo de 10 dias, entre 18 e 27 de Agosto, com organização do Teatro Estúdio Fontenova em parceria com a Câmara de Setúbal. Além das estreias previstas há a participação do Teatro Artimanha que leva à Escola Secundária Sebastião da Gama, a peça Fábrica de matar baleia, com encenação: Sara Masqueiro. É dia 27 de Agosto às 18 horas.
Festa do Teatro começa em grande na cidade 

No dia 19, segundo dia da Festa do Teatro, o Grupo Cru estreou na Escola Secundária Sebastião da Gama a sua mais recente produção, “Proibido Virar à Esquerda”, um espetáculo tragicómico que leva o público em viagens para dentro e para fora de si e que, de uma forma leve, busca repensar as lutas e as revoluções.
A 21, foi a vez de o Setúbal Voz estrear na Escola Secundária D. João II “O Acampamento das Carmens”, um espetáculo, com várias linhas de percurso, que trata dos mistérios do destino e dos pequenos nadas que podem mudar radicalmente a vida de cada um.
O primeiro dia do festival, 18 de agosto, contou com um apontamento musical pelos Delamotta, projeto de João Mota, Renato Sousa, Gonçalo Mota e Bernardo Pereira, na cerimónia de abertura, realizada nos claustros do Convento de Jesus.
Ainda a 18, no Fórum Municipal Luísa Todi, a Astro Fingido levou à cena “Mulheres Móveis”, uma viagem documental e ficcionada pelas histórias e memórias das carreteiras que transportavam os móveis à cabeça no concelho de Paredes.
Além de “Proibido Virar à Esquerda”, o segundo dia do evento contou com o concerto de Tatianna Cobbett “Mineragem – Palavras Musicadas”, na Escola Secundária Sebastião da Gama, onde a artista partilhou temas originais e revisitou temas de grandes nomes da música brasileira como Milton Nascimento, Clara Nunes, Adélia Prado, Guimarães Rosa, Carlos Drummond.
Na noite de 20 de agosto, a encerrar o terceiro dia do programa, Faetonte esteve no seu “Apolo Descapotável”, suspenso entre o Céu e a Terra, num espetáculo cénico apresentado, no Fórum Municipal Luísa Todi, pela companhia Alma d’Arame.
A manhã de dia 20 começou com presença de Cabo Verde no Parque do Bonfim, onde o projeto Bebi na Fonti, de Adriano Reis, partilhou histórias de outros tempos e revelou aspetos da identidade e a tradição oral cabo-verdianas no espetáculo “Nha identidádi – Stórias de Lá!”
Já ao fim da tarde, ainda no Parque do Bonfim, “Dínamo”, da Cia. Bipolar pelo argentino Juan Abalos, abordou as dificuldades que um viajante de bicicleta com o seu palco móvel enfrenta quando pretende apresentar o seu grande espetáculo, enquanto, à tarde e à noite, O Coletivo Caroço levou à Casa d’Avenida duas sessões do espetáculo musical e dramático “b a ll r oo m”.
Concluído com “O Acampamento das Carmens”, o quarto dia da festa, 21 de agosto, teve outros dois espetáculos ao final da tarde – outra sessão de “Dínamo”, desta vez no Jardim do Monte Belo, e a comédia “Era uma vez… ou lá o que é que é”, desenvolvida pelo Teatro Extremo na técnica do “clown” moderno, na Escola Secundária Sebastião da Gama.

ATA leva Fábrica de Matar Baleia à festa do Teatro
 
Fábrica de Matar Baleia no último dia da festa do teatro
A Festa do Teatro – Festival Internacional de Teatro de Setúbal assume-se como uma das principais referências artísticas da cidade, como destacou o vereador da Cultura da Câmara Municipal, Pedro Pina, na cerimónia de abertura, que contou com a presença da vice-presidente da autarquia, Carla Guerreiro, entre outras individualidades.
Pedro Pina afirmou que a Festa do Teatro, uma “referência fundamental no panorama artístico da cidade, que, ano após ano, ultrapassa fronteiras e traz a Setúbal pessoas de muitos pontos do mundo”, constitui-se como um momento de “partilha do saber, da arte e do engenho, que engrandece Setúbal”.
O diretor artístico do Festival Internacional de Teatro de Setúbal, José Maria Dias, sublinhou que o certame mantém a determinação e energia de sempre, apesar das “dificuldades encontradas em montar o festival”, que, nesta edição, volta a ocupar vários espaços e equipamentos da cidade.
O cartaz apresenta mais três estreias, sempre na Escola Secundária Sebastião da Gama. Às 19h00 e 19h45 de 24 de agosto, sobe ao palco “Amijik”, uma produção conjunta das companhias Os Cães do Mar e SejaDonodoSeuNariz, e no dia 26 são exibidas as peças “Noite – Homilia para um Perdão”, de Carla Madeira, às 19h00, e “Má Sorte”, por Buzico!Produções, Umcoletivo e CAE Portalegre, às 22h00.
A XXIV Festa do Teatro contempla a Secção Oficial com 11 espetáculos, além da extensão de setembro, a Secção Off Mais Festa com nove apresentações, das quais quatro entram também a concurso, assim como uma mostra de curtas-metragens, três concertos e conversas com o tema central “Uma lente para o futuro”.
O certame, com página acessível nesta ligação tem bilhetes a oito euros para o público em geral e a seis euros para estudantes, desempregados, menores de 25 anos, maiores de 65 e profissionais do setor, no caso dos espetáculos da Secção Oficial.
Do programa da Festa do teatro constam ainda várias apresentações realizadas no âmbito da Secção Mais Festa, as quais são de entrada livre, podendo ser solicitada ao público uma gratificação solidária – “ao chapéu” – para os artistas ou intervenientes dos espetáculos.
A 27 deste mês sobe ao palco da Escola Secundária Sebastião da Gama, a Fábrica de Matar Baleia, do Teatro Artimanha, do Pinhal Novo. Fábrica de matar baleia é a história de um homem que não existe exis­tindo. A história de uma mulher que carrega prédios que existem. A história de mulheres que não com­pre­en­dem a in­sis­tên­cia de todos nós em tentar com­pre­en­der e medir tudo o que existe. A história de um coração que não passava de uma lata de leite con­den­sado. Fábrica de matar baleia é a história de todos nós. Para ver a partir das seis da tarde. 

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