Autarquia garante menos impostos, mais apoios às famílias e mais investimento. Oposição desconfia
A Assembleia Municipal de Palmela aprovou por maioria o orçamento para 2023, no valor global de 72,6 milhões de euros, mais 12,4 milhões do que o orçamento deste ano. O documento foi aprovado com votos favoráveis da CDU e a abstenção do PS, do Movimento de Cidadãos pelo Concelho de Palmela (MCCP) e do BE. Os eleitos do PSD e do Chega votaram contra, na reunião da Assembleia Municipal que começou na quinta-feira à noite e terminou às primeiras horas de sexta-feira. O orçamento do município de Palmela para 2023 tinha sido aprovado pelo executivo camarário, a 7 de Dezembro, com votos favoráveis dos quatro eleitos da CDU, abstenção dos três eleitos do PS e do vereador do MCCP e o voto contra do vereador do PSD. De acordo com a maioria CDU, o orçamento para 2023 mostra a preocupação da autarquia com a resposta a “funções sociais e prestação de serviços básicos à população”.
Orçamento municipal aprovado na Assembleia Municipal |
“As grandes opções do plano apresentam um valor de 58,2 milhões, o que representa um aumento de 17,6 por cento [em relação a 2022], e os objetivos com maior expressão financeira são a Educação (8,6 milhões), Habitação e Urbanismo (6,6 milhões), Saneamento (5,4 milhões), Abastecimento de água (2,9 milhões) e Resíduos Sólidos (6,5 milhões)”, disse Álvaro Amaro.
Nos impostos, a Câmara de Palmela não faz devolução do IRS, mas mantém o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) familiar, com uma redução de 20 euros por descendente, até um máximo de três descendentes.
Em 2023, a Câmara de Palmela vai também reduzir a taxa do (IMI), de 0,34 para 0,325. A autarquia palmelense também não fará a cobrança da derrama, de 1,5 por cento sobre os lucros tributáveis, a empresas com faturação até 150 mil euros.
A abstenção dos eleitos do PS ajudou a viabilizar o documento apresentado pelo executivo camarário na Assembleia Municipal, mas os socialistas, entre outras críticas, deixaram reparos à ausência de uma política de juventude por parte do município e consideraram que este orçamento “não é sustentável”.
Para o PSD, que votou contra, o orçamento proposto pela CDU é uma “repetição das propostas apresentadas em anos anteriores, mas que não foram executadas”.
“Infelizmente, o que vemos é mesmo uma espécie de evolução na continuidade, a repetição do que não se fez e não se vai fazer, a recuperação de obras prometidas em anos sucessivos e não executadas”, disse o eleito social-democrata Carlos Vitorino, que também criticou a “falta de apoios sociais” aos munícipes, numa época de grandes dificuldades para as famílias.
Autarquia promete investir em 2023 no concelho |
"O compromisso com os objetivos de desenvolvimento sustentável 2030 e os dados dos Censos 2021, que apresentam um território em crescimento e com capacidade de atração de população e empresas, representam a estratégia de desenvolvimento do município, plasmada no Plano Diretor Municipal, cujo processo de revisão será concluído em 2023", conta a autarquia.
Para o mesmo propósito, concorre a produção e revisão de "um pacote de instrumentos normativos e de planeamento, que vão marcar e consolidar uma visão de futuro em áreas como a Educação, a Ação Social, a Economia, a Cultura ou o Ambiente", sublinha ainda a Câmara de Palmela.
Mantém-se o esforço permanente em infraestruturação (requalificação em área urbana e expansão em zonas periurbanas) e na requalificação e apetrechamento das escolas, um pacote de duas dezenas de novas pavimentações e repavimentações, promoção da mobilidade suave, qualificação do espaço público, reforço da limpeza urbana com aposta continuada na recolha seletiva e medidas transversais de adaptação às alterações climáticas, com destaque para programas de reflorestação e arborização urbana. Entre os compromissos assumidos em parceria com a tutela para solucionar problemas antigos, destaca-se "a construção do Pavilhão Gimnodesportivo na Escola Secundária de Palmela, já a decorrer, e a segunda fase de Regularização da Ribeira da Salgueirinha, esperando-se a concretização da Unidade de Saúde Familiar de Quinta do Anjo (projeto em elaboração) e do Posto da GNR de Poceirão (projeto concluído)". Prevê-se, para 2023, a construção de mais um importante "conjunto de estruturas desportivas e a abertura à comunidade de novos equipamentos culturais e associativos e, por via da Operação Integrada Local de Poceirão e Marateca, terão lugar mais de seis dezenas de intervenções de reabilitação de instalações de IPSS e coletividades, espaço público, reabilitação urbana, cultura, turismo e economia local, entre outras, que pretendem incrementar os índices de desenvolvimento das freguesias rurais".
Em 2023, o município continua, também, a apostar na melhoria das condições de trabalho das suas equipas, com investimento em instalações, equipamento, frota, formação e saúde ocupacional, a par da permanente modernização administrativa e transição digital, para um serviço público cada vez mais ágil, próximo e qualificado", conclui a autarquia.
Agência de Notícias com Lusa
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