Há "uma grande incerteza" dos utentes face à possibilidade de não serem atendidos nos serviços de urgência
O vereador da Saúde da Câmara de Setúbal, Pedro Pina, revelou que a administração do Centro Hospitalar de Setúbal pretende contratar mais médicos tarefeiros para evitar constrangimentos na pediatria, mas está dependente do orçamento para 2023. “Há essa vontade expressa do Conselho de Administração do hospital, de contratar mais médicos tarefeiros, mas está dependente da capacidade do próprio orçamento para essa contratação ser aprovada”, afirmou Pedro Pina, que não soube precisar qual o número de médicos que a administração pretende contratar no próximo ano.Em 2023 podem chegar novos médicos a Setúbal |
O vereador da Saúde na Câmara de Setúbal falava aos jornalistas após a reunião efetuada com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal, a pedido da autarquia setubalense, na sequência do encerramento da Unidade de Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo, que só deverá retomar a atividade normal esta segunda-feira.
De acordo com o autarca setubalense, neste momento há “uma grande inquietude, uma grande incerteza” dos utentes face à possibilidade de não serem atendidos nos serviços de urgência a que se dirigem, e de serem encaminhados para outros hospitais, que considera ser o resultado de um “problema estrutural do Serviço Nacional de Saúde”.
“Não é possível compreender que – reconhecendo que há as circunstâncias que têm a ver com o próprio corpo médico, que há um corpo médico que precisa de ser renovado – que os centros hospitalares, como é o caso de Setúbal, mantenham estas dificuldades”, disse Pedro Pina, lembrando que há muitos médicos que, pela sua idade, já não realizam urgências.
“É fundamental olhar, repensar tudo o que tem a ver com esta condição, porque os constrangimentos que ocorreram na pediatria podem acontecer em outras especialidades. E tudo está relacionado, fundamentalmente, com os recursos humanos dos centros hospitalares”, acrescentou Pedro Pina, considerando que não houve um planeamento adequado para evitar a falta de recursos humanos no SNS.
Além de ter a Unidade de Urgência Pediátrica encerrada desde a passada terça-feira, o Hospital de São Bernardo também tem registado constrangimentos nos serviços de Obstetrícia/Ginecologia e na Ortopedia.
Nos últimos dias também houve várias situações de constrangimento em diversas especialidades médicas nos hospitais Garcia de Orta, em Almada, Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e no Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, todos no distrito de Setúbal.
Na passada terça-feira, perante as dificuldades na prestação de cuidados de saúde dos cerca de 250 mil habitantes da área de influência do Hospital de São Bernardo, os presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra pediram uma reunião urgente ao ministro da Saúde.
Dado que não obtiveram resposta, os presidentes dos três municípios, André Martins (Setúbal), Álvaro Amaro (Palmela) e Francisco Jesus (Sesimbra) anunciaram estar esta manhã à porta do Ministério da Saúde.
“É fundamental olhar, repensar tudo o que tem a ver com esta condição, porque os constrangimentos que ocorreram na pediatria podem acontecer em outras especialidades. E tudo está relacionado, fundamentalmente, com os recursos humanos dos centros hospitalares”, acrescentou Pedro Pina, considerando que não houve um planeamento adequado para evitar a falta de recursos humanos no SNS.
O autarca setubalense alertou também para a importância das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, que integra o Centro Hospitalar de Setúbal, para a fixação de novos médicos, lembrando que as obras em causa “já foram anunciadas várias vezes nos últimos anos, mas continuam por concretizar”.
“Há agora a expectativa de que o processo de construção [das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo] seja iniciado em 2023, mas também houve essa expectativa noutros momentos. As obras e a requalificação das infraestruturas também são um elemento de atratividade para que os médicos se possam fixar em Setúbal”, defendeu Pedro Pina.
“Há agora a expectativa de que o processo de construção [das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo] seja iniciado em 2023, mas também houve essa expectativa noutros momentos. As obras e a requalificação das infraestruturas também são um elemento de atratividade para que os médicos se possam fixar em Setúbal”, defendeu Pedro Pina.
Autarcas vão hoje ao Ministério da Saúde
Urgência pediátrica reabre esta segunda-feira |
Nos últimos dias também houve várias situações de constrangimento em diversas especialidades médicas nos hospitais Garcia de Orta, em Almada, Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e no Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, todos no distrito de Setúbal.
Na passada terça-feira, perante as dificuldades na prestação de cuidados de saúde dos cerca de 250 mil habitantes da área de influência do Hospital de São Bernardo, os presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra pediram uma reunião urgente ao ministro da Saúde.
Dado que não obtiveram resposta, os presidentes dos três municípios, André Martins (Setúbal), Álvaro Amaro (Palmela) e Francisco Jesus (Sesimbra) anunciaram estar esta manhã à porta do Ministério da Saúde.
Agência de Notícias com Lusa
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