Pinhal Novo inaugurou umas das maiores instalações solares do país

Central assegura o abastecimento energético anual de uma cidade com 26 mil habitações

“Se nós hoje pudéssemos concretizar todos os projetos, todas as intenções de investimento no nosso país, na área das energias, seja eletricidade, seja gás, estaríamos a falar de investimentos na casa dos 60 mil milhões de euros, 25 por cento  do nosso PIB”, disse Duarte Cordeiro na inauguração da central fotovoltaica do Pessegueiro, no Pinhal Novo. A Central do Pessegueiro produz, por ano, energia suficiente para alimentar mais de 26 mil casas. O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, diz que o concelho já quase duplicou a meta estimada em 2021. A nova central de larga escala do Pessegueiro é uma das maiores instalações solares já construídas em Portugal. 
Portugal já produz 70 por cento das energias renováveis 

“É nosso objetivo maximizar todos estes projetos. Vamos querer concretizar os projetos ao máximo. Sabemos que temos desafios pela frente, temos desafios na compatibilização de todos estes investimentos com o território. Por isso é tão importante estarmos aqui a dar o exemplo de Palmela, porque o desenvolvimento da energia renovável pode também ser uma grande oportunidade para o território”, acrescentou o ministro.
Na cerimónia de inauguração da central fotovoltaica do Pessegueiro, o ministro do Ambiente lembrou também que a transição energética com uma aposta nas energias renováveis já era uma prioridade para o Governo, mas que essa estratégia foi acelerada devido às consequências da guerra na Ucrânia.
“A guerra veio acelerar todos estes objetivos. A guerra obrigou o Governo, por um lado, a preocupar-se com a contenção dos preços da energia junto das famílias e das empresas, mas também veio acelerar todos estes objetivos estratégicos que já tínhamos definidos”, frisou o governante.
“Nós temos um objetivo ambicioso que é chegar ao final deste mandato com 80 por cento da nossa eletricidade produzida por fontes renováveis. Nós olhamos para os primeiros meses do ano e já temos mais de 70 por cento da nossa eletricidade produzida de fontes renováveis. Claro está que dependemos da energia eólica e da energia hídrica, porque se nós tivermos um ano de seca, se tivermos menos vento, obviamente diminui essa percentagem”, acrescentou.
Duarte Cordeiro referiu ainda que Portugal tem atualmente 17 gigawatts de energias renováveis de capacidade instalada, e que, desde o início do ano passado (2022), já licenciou mais quatro gigawatts de energia solar.
O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro (CDU), salientou a importância da transição energética no concelho, adiantando que “os projetos já instalados e os que já estão licenciados ou em análise, representam 1,13 gigawatts/hora de potência e uma produção anual de 2,07 terawatts/hora, ou seja, mais 78 por cento do que era a produção estimada em 2021, que continua a crescer”.
“A produção de energia elétrica nestas centrais fotovoltaicas permitirá evitar anualmente a emissão de mais de 974 mil toneladas de CO2. Aprofunda-se assim o papel de Palmela enquanto sumidouro de carbono, já que o concelho produziu emissões na ordem das 343 mil toneladas, de acordo com dados de 2020”, disse Álvaro Amaro.
A nova central de larga escala do Pessegueiro, entregue pela Smartenergy à empresa EKZ, e que será gerida e monitorizada pela Smartenergy Asset Management, irá produzir cerca de 126.500 Megawatts/hora de energia elétrica renovável por ano, suficiente para assegurar o abastecimento energético anual de uma cidade com 26 mil habitações, e é uma das maiores instalações solares já construídas em Portugal.
A Central Fotovoltaica de Pessegueiro [rua da Lagoa da Palha Velha] representou um investimento de 32 milhões de euros com cerca de 120 mil módulos solares. O projeto criou 200 postos de trabalho durante a sua fase de construção.

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