Praça Mulher celebra igualdade com cultura em Setúbal

“Queremos assinalar particularmente este dia muito importante para lembrar que o mundo é para todos”

Música, dança, poesia, artes plásticas e a partilha de testemunhos sobre a condição da mulher em vários quadrantes da sociedade marcaram a iniciativa “Praça Mulher”, que celebrou o Dia Internacional da Mulher, a 8 de Março, na Praça de Bocage, em Setúbal.  “Queremos assinalar particularmente este dia muito importante para lembrar que o mundo é para todos”, afirmou o presidente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, a organizadora da ação em parceria com a Câmara Municipal.
Praça do Bocage recebeu as mulheres da cidade


O autarca sublinhou a importância de “ano após se insistir na consciência de que somos todos pessoas de direitos” e na “valorização da condição da mulher”, pois continua a existir “muita discriminação”.
A iniciativa “Praça Mulher” contou com momentos musicais e de dança de artistas e grupos setubalenses, sendo que um dos pontos altos foi uma atuação do grupo Os Flamenquitos de Santiago, projeto de inclusão escolar que alia a música à dança criado em 2021 no Agrupamento de Escolas Ordem de Sant’Iago.
A declamação de poesia esteve em destaque com a leitura de poemas do livro “Memórias e Outras Emoções”, escrito por um grupo de utentes do Centro Comunitário da União das Freguesias de Setúbal, no âmbito do atelier Escrita Criativa, conduzido por Alexandrina Pereira.
No palco da “Praça Mulher” foram também partilhados testemunhos sobre os papéis que a mulher desempenha em várias áreas da sociedade.
A setubalense Maria Arminda, que integrou o grupo das seis primeiras enfermeiras paraquedistas que participaram na guerra colonial, falou sobre as mulheres na guerra e o papel pioneiro que desempenhou em Portugal.
“Abrimos um caminho para outras mulheres e afirmámos que as mulheres podem desempenhar os mesmos papéis que os homens”. 
Maria Arminda, que passou dez anos em África nas três frentes do conflito, confessou que “estar na guerra não foi fácil”, mas sente “muito orgulho” do percurso que fez.
“Estive na guerra em missão de paz. A minha arma era uma bolsa de cuidados de enfermagem. Cuidei de muita gente e alguns morreram-me nos braços. Não foi fácil”. 
A Artiset – Associação de Artistas Plásticos de Setúbal e a Galeria de Arte Pólvora D’Cruz também participaram na “Praça Mulher”, com pintura ao vivo.
A cooperativa SEIES, a Casa da Poesia de Setúbal e o Movimento Democrático de Mulheres estiveram no evento com bancas informativas e de sensibilização para a igualdade de direitos.
O programa completo das comemorações de Setúbal do Dia Internacional da Mulher está disponível nesta ligação.

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