Câmara planta novos pinheiros no Mercado Mensal do Pinhal Novo

Nascem novos pinheiros no Mercado Mensal e "cai" uma memória no centro da vila 

Um grupo de alunos da EB António Santos Jorge (3.º C) participou numa ação de plantação de árvores, no recinto do Mercado Mensal de Pinhal Novo. Na ocasião, foram plantados seis pinheiros e alguns medronheiros, dando continuidade a uma ação mais alargada, a decorrer, que envolve cerca de duas centenas espécies arbóreas no local (projeto Pinhal Novo Verde). No centro da localidade, na construção da nova rotunda, um dos pinheiros históricos da vila [independentemente da idade do mesmo] foi removido há cerca de uma semana. Menos uma árvore do centro de uma vila que vai ser uma das mais quentes das próximas décadas, segundo um estudo apresentado no ano passado. Os outros dois pinheiros também têm ordem de "abate" mas a autarquia quer evitar. É um bocadinho de história que se perde numa rotunda necessária. 
Presidente foi plantar novos pinheiros em Pinhal Novo 

Foram todos plantar pinheiros. O presidente da Câmara de Palmela, técnicos do município e representantes da Junta de Freguesia de Pinhal Novo, estiveram todos juntos a plantar novas árvores do Mercado Mensal para fazer uma ilha de sombra para daqui a uma dúzia de anos quando o pinheiro começa a dar a primeira sombra, dizem os especialistas. O pinheiro será adulto ao fim de 18 anos. 
Esta ação resulta da proposta que as crianças apresentaram no final do anterior ano letivo ao município, no âmbito de uma Assembleia “Eu Participo” incluída no Projeto “Escola Agentes Eu Participo”. Na altura, ficou acordado que seriam convidadas a participar numa ação de plantação de árvores promovida pela Câmara Municipal.
A necessidade de garantir que todas as crianças tenham o direito a uma natureza que lhes permita crescer felizes, saudáveis e em segurança foi uma das preocupações que apresentaram no manifesto dos direitos de todos na vila de Pinhal Novo.
Este projeto enquadra-se no âmbito do Plano Municipal de Promoção da Participação Infantil e Juvenil, através do qual o município assume a "sua responsabilidade de escutar as preocupações das crianças e de tomá-las em consideração nas suas decisões, garantindo os direitos de participação infantil inscritos na Convenção sobre os Direitos da Criança". 

Derrube de árvores estavam no projeto apresentado 
Um dos pinheiros foi derrubado há cerca uma semana 
Ao mesmo tempo que novos pinheirinhos nasciam no Mercado Mensal, outro [já adulto] tombava na nova obra para a construção da rotunda dos Pinheirinhos que arrancou no inicio deste ano. Mas só nesta segunda-feira é que o município 'clarificou' a arquitetura da obra a cargo das Infraestruturas de Portugal e financiada por uma superfície comercial da vila. 
Em nota enviada à ADN, a Câmara de Palmela sublinha que o "projeto aprovado pressupunha o abate de um pinheiro, que ficava fora do anel de circulação. Os restantes dois pinheiros, não obstante o parecer mais recente da Direção de Segurança Rodoviária e da Direção de Estudos e Projetos Rodoviários da Infraestruturas de Portugal determinar, também, o seu abate por razões de segurança rodoviária ainda podem ficar de pé. 
O memorando técnico que considera que no interior das rotundas não devem existir "obstáculos rígidos (estátuas, fontes, árvores, rochas, muros, postes, cartazes, outdoors ou qualquer tipo de dispositivo rígido ornamenta". E com essas normas [apesar de em tantas rotundas haverem obstáculos maiores e mais perigosos], o destino dos três pinheiros simbólicos da vila seria o abate para acabarem numa qualquer lareira. 
No entanto,  o "município solicitou à Infraestruturas de Portugal, a 17 de Janeiro, que o assunto fosse reanalisado, na medida em que pretende responsabilizar-se pela manutenção dos pinheiros e arranjo paisagístico da rotunda, tendo em vista, até, a transferência da EN 252 no interior da vila para a sua competência". E por agora - e sem grandes certezas - os dois pinheirinhos por lá irão ficar. 
Relativamente a alguns comentários nas redes sociais, a autarquia explica à ADN  que alertou "para a necessidade de maior conhecimento e informação acerca da história do local. Aqueles não são os pinheiros originais, que já foram substituídos por várias vezes, ao longo dos anos, tendo sido retirados ou abatidos por questões fitossanitárias". 
Originais ou não, a verdade da história manda dizer que os pinheiros [estes e outros antes destes] já por ali estão há muitas dezenas de anos e sempre foram um postal vivo da vila tal como o poço (lugar onde os antigos habitantes do Pinhal Novo se abasteciam de água, junto ao triângulo dos pinheirinhos no centro da localidade).
"Quanto à preservação da identidade de Pinhal Novo e à proteção do ambiente, quer a Câmara de Palmela, quer a Junta de Freguesia de Pinhal Novo, estão profundamente comprometidas com esses objetivos e plantaram, ao longo dos últimos anos, milhares de espécimes. Mesmo na semana passada, no âmbito do projeto “Pinhal Novo Verde”, estiveram a ser plantados mais pinheiros mansos no espaço do Mercado Mensal, entre outros, para criar uma ilha de sombra”, conclui a nota da autarquia.  

Calor extremo vai afetar população do Pinhal Novo 
Centro urbano tem poucas ilhas de sombra 
No entanto, em Outubro passado, a Câmara de Palmela anunciou a empreitada de arborização do Projeto “Pinhal Novo Verde”, no recinto do Mercado Mensal do Pinhal Novo e na área de cedência do Loteamento Val’Flores. Ao todo a vila iria ter mais 297 árvores plantadas até ao final de Novembro. 
De acordo com os estudos climáticos do Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da AML e do Plano Local de Adaptação às Alterações Climáticas de Palmela, o calor excessivo é, atualmente, um dos perigos climáticos mais relevantes no concelho de Palmela. O Pinhal Novo é "o aglomerado urbano onde um maior número de pessoas apresenta - e apresentará no futuro - maior exposição e vulnerabilidade ao calor excessivo".
Considerando que o "calor excessivo pode ter impactos severos na saúde humana, agravando ou fazendo surgir problemas cardiovasculares e respiratórios, torna-se urgente atuar para proteger a população", diz o estudo. 
No entanto, na zona central e mais habitada da vila, não está prevista nenhuma plantação de árvores para sombra. 

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