"Esta peça vai falar sobre tomarmos decisões ao longo da nossa vida e de muitas vezes termos de sair do carril e viajarmos"
A escultura de um menino a brincar com um comboio numa linha infinita foi instalada na Rotunda da Praça do Brasil no âmbito da grande obra de reabilitação que a Câmara de Setúbal ali está a realizar e que permitirá aumentar o número de lugares de estacionamento naquela zona. Com três metros e meio de altura e um pouco menos de uma tonelada de peso, a escultura de Ricardo Romero é fabricada em fibra e resina, sobre uma estrutura em aço, e pretende demonstrar o universo de possibilidades que as pessoas têm ao longo da vida e as escolhas que com elas vão fazendo.Novo monumento situa-se numa das entradas da cidade |
“Esta peça parte de um convite feito pelo município para apresentar uma proposta aqui para a Praça do Brasil. Pegando nesse conceito inicial do Brasil, trabalhei um poema de Cecília Meireles, que é uma poetisa brasileira, onde fala de uma criança que tem de tomar decisões”, afirmou Ricardo Romero.
Para contextualizar o trabalho com o facto de ser instalado em frente à estação ferroviária da Praça do Brasil, integrada no Interface de Transportes de Setúbal, o artista utilizou a metáfora de um menino a brincar com um comboio, rodeado por uma linha com a forma do símbolo do infinito, que “demonstra um universo de possibilidades” e um convite para se viajar “sem grandes limites para as decisões” que são tomadas.
“Esta peça vai falar sobre tomarmos decisões ao longo da nossa vida e de muitas vezes termos de sair do carril e viajarmos. Mas a ideia será depois as pessoas também poderem fazer uma interpretação”, disse.
Ricardo Romero, adepto assumido das soluções “um bocadinho mais monocromáticas”, tanto na pintura como na escultura, fez uma obra totalmente branca, que contrasta com o verde da relva artificial, notando, no entanto, a “simbologia” de o branco representar “todas as cores” nele misturadas. “Eu não tenho nenhuma cor ali, mas para mim está lá a luz, é isso que interessa”.
A escolha dos “materiais contemporâneos, como a fibra e as resinas, prende-se sobretudo com a plasticidade” que estes oferecem, semelhante à do gesso para as esculturas de interior, e que com a sua invenção passou a ser possível “trazer para rua”.
Praça com mais "verde" e menos carros
Praça do Brasil vai ter menos estacionamento |
A Praça do Brasil passa ter três grandes áreas verdes, um parque infantil e uma zona pedonal, um espaço de atravessamento pedonal, de estar e de convívio para ser utilizado tanto pelos moradores, como por quem a utiliza a pé nas ligações com as estações ferroviária e rodoviária.
Deixa de ter a atual zona de estacionamento, que foi a sua principal função nas últimas décadas, sendo os veículos transferidos para uma praceta que confina com este espaço nobre da cidade, a Praceta Quinta do Tavares.
Situada nas traseiras dos edifícios do lado norte da Praça do Brasil, a praceta fica praticamente toda dedicada a estacionamento automóvel, passando a dispor de 112 lugares, mais 58 do que os atuais.
Com esta medida, o "estacionamento automóvel da Praça do Brasil dá lugar a zonas de lazer, incluindo um parque infantil de 210 metros quadrados e vedação, com equipamentos apelativos ao convívio entre os mais novos, além da nova obra de arte pública cuja instalação se iniciou no dia 20 de Março", diz a autarquia.
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